Jânio Quadros

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Jânio da Silva Quadros (Campo Grande, 25 de Janeiro de 1917São Paulo, 16 de Fevereiro de 1992), foi um político brasileiro . Foi o vigésimo segundo presidente brasileiro, governando entre 31 de janeiro de 1961 e 25 de agosto de 1961 — data em que pediu a renúncia, alegando que "forças terríveis" o obrigavam a esse ato.


  • "Bebo-o pois liqüido é, se sólido fosse, comê-lo-ia"
- Nota-se o uso da mesóclise, recurso da língua portuguesa pouco usado oralmente no Brasil
  • "Desinfeto porque nádegas indevidas se sentaram nela."
-Eleito prefeito de São Paulo (1985), sobre a cadeira na qual o outro canditado, Fernando Henrique Cardoso, se sentara na véspera das eleições.
  • "Mentira! Isto é uma impropriedade física, porque sabidamente, o som não se propaga no vácuo!"
- Num debate ao Governo de São Paulo (1982), Jânio respondendo a Reynaldo de Barros durante o debate quando Reynaldo interrompeu a Jânio depois de ouvir: "Pode falar, suas palavras entram por um ouvido e saem pelo outro!"
  • "Intimidade gera aborrecimentos ou filhos. Como não quero aborrecimentos com a senhora, e muito menos filhos, trate-me por Senhor."
- Quando interpelado por uma jornalista a respeito de sua opinião sobre os homossexuais e foi chamado de "você".
  • "O senhor acaba de querer citar as escrituras valendo-se de Asmodeus ou de Satanás."
- Referindo-se a Carlos Lacerda, após Franco Montoro, durante debate na Band (1982), pedir para Jânio refutar ou negar uma suposta frase de Clemente Mariani, presente em "Depoimentos", livro póstumo de Lacerda.

Renúncia[editar]

  • "A conspiração está em marcha, mas vergar, eu não vergo!"
- 25 de agosto de 1961, durante o café da manhã.
  • "Comunico aos senhores que renuncio, hoje, à Presidência da República".
- 25 de agosto de 1961, em reunião com os chefes da Casa Civil e da Casa Militar
  • "Ajustem o novo Brasil às exigências do Brasil novo. Com esse Congresso, eu não posso governar"
- 25 de agosto de 1961, com os três ministros militares
  • "[Brasília] Cidade amaldiçoada, espero nunca mais vê-la"
- 25 de agosto de 1961, indo ao embarque para São Paulo
  • "E o povo, onde está o povo que não se levanta?"
- 25 de agosto de 1961, ao lado da esposa, no Aeroporto de Cumbica
  • "Foi o maior erro que cometi. Com a renúncia, pedi um voto de confiança à minha permanência no poder. Imaginei que o povo iria às ruas, seguido dos militares, e que seria chamado de volta. Deu tudo errado."
- Confissão ao neto, meses antes de morrer, em 1992

Fonte das frases acima: [1]

  • "Quando assumi a Presidência, eu não sabia da verdadeira situação político-econômica do país. A minha renúncia era para ter sido uma articulação: nunca imaginei que ela seria de fato aceita e executada. Renunciei à minha candidatura à Presidência, em 1960. A renúncia não foi aceita. Voltei com mais fôlego e força. Meu ato de 25 de agosto de 1961 foi uma estratégia política que não deu certo, uma tentativa de governabilidade. Também foi o maior fracasso político da história republicana do país, o maior erro que cometi (...)Tudo foi muito bem planejado e organizado. Eu mandei João Goulart [vice-presidente] em missão oficial à China, no lugar mais longe possível. Assim, ele não estaria no Brasil para assumir ou fazer articulações políticas. Escrevi a carta da renúncia no dia 19 de agosto e entreguei ao ministro da Justiça, Oscar Pedroso Horta, no dia 22. Eu acreditava que não haveria ninguém para assumir a Presidência. Pensei que os militares,os governadores e, principalmente, o povo, nunca aceitariam a minha renúncia e exigiriam que eu ficasse no poder. Jango era, na época, semelhante a Lula: completamente inaceitável para a elite. Achei que era impossível que ele assumisse, porque todos iriam implorar para que eu ficasse (...) Renunciei no Dia do Soldado porque quis sensibilizar os militares e conseguir o apoio das Forças Armadas. Era para ter criado um certo clima político. Imaginei que, em primeiro lugar, o povo iria às ruas, seguido pelos militares. Os dois me chamariam de volta. Fiquei com a faixa presidencial até o dia 26. Achei que voltaria de Santos para Brasília na glória. Ao renunciar, pedi um voto de confiança à minha permanência no poder. Isso é feito frequentemente pelos primeiros-ministros na Inglaterra. Fui reprovado. O país pagou um preço muito alto. Deu tudo errado."
- Fonte: 'Jânio Quadros: Memorial à historia do Brasil', organizado por Jânio Quadros Neto e Eduardo Lobo Botelho Gualazzi. Citado em: Agência Senado: [2]; G1: [3]
  • "[Lacerda] quem provocou 25 de agosto"
- Em debate na Band, no ano de 1982
  • "Nesta data e por este instrumento, deixando com o ministro da Justiça as razões do meu ato, renuncio ao mandato de presidente da república."
- Fonte: "Grandes Líderes" - Nova Cultural

Atribuídas[editar]

  • "Fi-lo porque qui-lo."
- Frase célebre atribuída a Jânio Quadros, mas que ele não disse. Na verdade, a frase completa era "Fi-lo porque qui-lo. Lê-lo-á quem suportá-lo", e era o título de uma resenha sobre o livro "15 Contos" de autoria de Jânio, publicada na revista Veja. O autor assim titulou a resenha numa analogia ao estilo dos contos que, segundo o resenhista, era muito rocambolesco, bem ao modo erudito de Jânio.
- O autor da resenha deve ter escrito a frase sob uma certa "liberdade literária" , uma vez que ela está gramaticalmente incorreta. O "porque" atrai o pronome. Logo, a frase gramaticalmente correta teria que ser "fi-lo porque o quis".
  • "O PMDB é uma arca de Noé, sem Noé e sem a arca."
- Frase atribuída a Jânio Quadros que até hoje ressoa nos partidos rivais e na imprensa brasileira.

Sobre[editar]

  • "Jânio era irreproduzível de memória – para transcrever sua fala no papel, e fiz isso inúmeras vezes após entrevistas com ele, era obrigatório ouvir a fita, e ouvi-la de novo, reproduzindo-a com absoluta fidelidade. Nunca havia uma pausa, uma elipse, um conceito fora do lugar onde deveriam estar. Transcrita desse modo, a fala transformava-se num texto escrito, sem necessidade de reparo ou adaptação. A boutade sobre Asmodeus e Satanás é exemplo de sua genialidade. Nenhum político brasileiro seria capaz de um repente desses."
- Celso Arnaldo; Fonte: Veja
  • "Se fosse feito um ranking dos gestos mais surpreendentes já cometidos por um presidente da República no Palácio do Planalto, a renúncia de Jânio Quadros seria forte candidata a ocupar o primeiro posto. Sob todo e qualquer critério, a renúncia é, até hoje, tema de interesse histórico e jornalístico."
- Geneton Moraes Neto; Fonte: [4]