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Janice Raymond

Origem: Wikiquote, a coletânea de citações livre.
(Redirecionado de Janice G. Raymond)
Janice Raymond
Nascimento 24 de janeiro de 1943 (81 anos)
Cidadania Estados Unidos da América
Ocupação ensaísta, professora universitária, socióloga, feminista

Janice Raymond (?) é uma escritora estadunidense.


Verificadas

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The Transsexual Empire: The Making of the She-Male (1994)

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  • A linguagem da conformidade sexual como rebelião sexual passou a dominar o âmbito público. Transgenerismo é o produto de um período histórico que circunscreve qualquer desafio aos papéis sexuais e definições de gênero a alguma forma de assimilação desses papéis e definições. Em grande parte do mundo ocidental, o efeito geral da década de 1980 tem sido o de retroceder os ganhos feministas dos anos 1960 e 1970. Ele tem encorajado um estilo ao invés de uma política de resistência, em que um individualismo expressivo tomou o lugar de desafios políticos coletivos ao poder. E, no processo, tem despolitizado gênero, despolitizando o feminismo. O novo fora-da-lei de gênero é o antigo conformista de gênero, só que desta vez, temos homens em conformidade com a feminilidade e mulheres em conformidade com a masculinidade. Ou, para ser justa com outra versão de transgêneros, homens e mulheres misturando e combinando, mas não indo além de ambas. O transgenerista assume a postura de rebelião, mas apenas como restringida pela cena do papel sexual, e indo apenas até uma fusão de ambos os papéis.
  • Simone de Beauvoir nos deu a compreensão de que a mulher foi fabricada pelo homem como "o outro", o ser relativo - relativo ao homem como a norma. Por isso não devia ser surpreendente que os homens, que literalmente e figurativamente construíram as mulheres por séculos, agora estão "aperfeiçoando" a "mulher" feita pelo homem a partir da própria carne do homem. Por detrás dessa construção da feminilidade feita pelo homem também se encontra a antiquíssima percepção patriarcal de que os corpos das mulheres devem estar disponíveis para os homens. A cirurgia transsexual, admito, é uma variação peculiar neste tema, mas aponta para a acessibilidade geral das mulheres, desta vez com os homens adquirindo o corpo feminino não só como propriedade sexual e/ou reprodutiva, mas por meio de construção hormonal e cirúrgica. Masculinidade não é tão fácil de se conseguir, especialmente porque a maioria dos vendedores (profissionais) são os próprios homens e mais incomodados em dar isso. Pois, se a masculinidade fosse tão facilmente disponível quanto a feminilidade, ou seja, se os homens fossem tão acessíveis, os homens também seriam tratados como mulheres.
  • Definir e tratar a transexualidade como um problema médico impede a pessoa que passa pela chamada insatisfação de gênero de ver essa experiência como um desafio de gênero ou mesmo de vê-la numa perspectiva feminista. Portanto, as pessoas que acham que são do sexo oposto não são encorajadas a ver esse desejo como algo que emana das restrições sociais de comportamento definidas pelos papeis de gênero feminino e masculino. Assim, um homem que é sensível ou carinhoso é encorajado a pensar nele mesmo como se fosse uma mulher, ao invés de se pensar como um homem que tenta romper com o papel masculino. O principal efeito da definição da transexualidade como um problema médico é encorajar que olhemos para as pessoas (principalmente para as crianças) que não se engajam em um comportamento de gênero normativo como possíveis transexuais.
  • Nenhum homem pode ter um histórico de nascer e situar-se em qualquer cultura como uma mulher. Pode ter um histórico de desejar ser mulher e agir como mulher, mas essa é a história de alguém que deseja ser uma mulher, não de quem é mulher. A cirurgia pode conferir a aparência dos órgãos sexuais femininos externos e internos, mas não pode conferir a história de nascer mulher nessa sociedade.

A Passion for Friends: Toward a Philosophy of Female Affection (1996)

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  • Enquanto minha sensibilidade Lésbica Feminista quer afirmar a existência e a afeição mulherista de qualquer mulher por outras mulheres como Lésbica, minhas faculdades filosóficas e éticas dizem o contrário. Filosoficamente, eu tenho a intuição torturante que esta afirmação é logicamente incorreta, moralmente enganosa às mulheres que são Lésbicas, e paternalista para as mulheres que não são Lésbicas. Precisamos ter clareza sobre o significado de Lésbicas em contraste com Gino/afeto.
  • Lesbianismo é fundamentalmente diferente de outras formas de gino/afeto porque especificamente invoca atrações eróticas e atenções românticas entre mulheres.
  • A palavra Lésbica, neste trabalho, denota um conhecimento e vontade de afirmar a vida Lésbica. Muitas mulheres não escolhem viver vidas lésbicas (inclusive algumas lésbicas). Elas podem mover-se no mundo da amizade feminina, e sua afinidade e lutas pelas mulheres pode ser muitas vezes caracterizada por intenso Gino/afeto. No entanto, usar a palavra Lésbica, nestes casos, é falsa inclusão. Mulheres que são Lésbicas devem ter um histórico de perceber a si Mesmas como tal e devem ter a vontade de assumir a responsabilidade por atos Lésbicos, eróticos e políticos.
  • Relações-Hetero também afetaram as teorias e as realidades do feminismo ao definir o feminismo como a igualdade das mulheres com os homens e não a autonomia, independência e amor do Eu feminino em afinidade com outros como seu Eu - suas irmãs. Esta definição coloca o feminismo em um ponto de partida falso, isto é, a mulher em relação ao homem e não a mulher em relação à mulher.
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  • Dez Razões Para a Prostituição Não Ser Legalizada e uma Resposta Legal à Demanda por Prostituição:

1. A legalização/descriminalização da prostituição é um presente aos proxenetas, traficantes e à indústria do sexo. 2. A legalização/descriminalização da prostituição e a indústria do sexo promovem o tráfico sexual. 3. A legalização/descriminalização da prostituição não controla a indústria do sexo. Ela a expande. 4. A legalização/descriminalização da prostituição aumenta a prostituição clandestina, oculta, ilegal e de rua. 5. A legalização da prostituição e a descriminalização da indústria do sexo aumentam a prostituição infantil. 6. A legalização/descriminalização da prostituição não protege as mulheres na prostituição. 7. A legalização/descriminalização da prostituição aumenta a demanda por prostituição. Ela impulsiona a motivação dos homens em comprar mulheres por sexo em uma escala muito mais ampla e permissiva de definições socialmente aceitáveis. 8. A legalização/descriminalização da prostituição não promove a saúde das mulheres. 9. A legalização/descriminalização da prostituição não aumenta a escolha das mulheres. 10. Mulheres no sistema da prostituição não querem a indústria do sexo legalizada ou descriminalizada.

    • Janice G. Raymond, «Ten reasons for not legalizing prostitution and a legal response to the demand for prostitution», in: Farley, Melissa, Prostitution, trafficking and traumatic stress, (2004) Binghampton: Haworth Press.


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