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Luiz Cristóvão dos Santos

Origem: Wikiquote, a coletânea de citações livre.
Luiz Cristóvão dos Santos
Luiz Cristóvão dos Santos
Nascimento 25 de dezembro de 1916
Pesqueira
Morte 30 de junho de 1997
Recife
Cidadania Brasil
Ocupação antropólogo, jornalista, escritor, sociólogo, poeta advogado, poeta

Luiz Cristóvão dos Santos (pseudônimo: Ziul) (Pesqueira, 25 de dezembro de 1916 — Recife, 30 de Junho de 1997) foi um folclorista e jornalista brasileiro.


  • "Na verdade ninguém esquece os caminhos da infância. O pequeno país que ficou sepultado na bruma. Todo homem guarda no coração a mensagem que lhe entrou pelos olhos."
- sobre a infância do homem


  • "Apareceu de repente nos grandes centros e venceu na metrópole, nesse encontro com outros Brasis"
- sobre o Baião, expressão da música nordestina
- Fundação Joaquim Nabuco
- Jornal Diário de Pernambuco - Capa - 20 de abril de 1972
  • "A atitude dos estudantes de Pernambuco é de repulsa a todas as formas de fascismo e é de apoio as formas democraticas de governo."
- Fundação Gilberto Freire
  • "Espigado, de falar macio e andar cauteloso de gato do mato, cujo nome varava o Sertão como uma legenda de bravura."
- Sobre Manuel Neto, Capitão do Esquadrão de Cavalaria de Pernambuco em 1940
- Jornal do Commércio - 02 de Dezembro de 1982
  • "Nenhum recanto pode se orgulhar de possuir pôr de sol mais belo que esse pedaço de sertão. À tarde o sol se afoga nas nuvens sangrentas do ocaso. E toda cidade parece tocada da estranha beleza daquela hora de luz esmaecida e suave. Faixas de ouro velho correm paralelas por sobre o perfil das serranias que se erguem no horizonte, na meia luz da tarde agonizante. E nuvens tarjadas de roxo e de vermelho fazem o ocaso um quadro de beleza impressionante. Aos poucos a escuridão vai apagando a fogueira do poente. E quando as trevas já dominam o céu fulvo, pedaços de nuvens afogueadas e faixas imensas de luz ainda se debatem contra a noite que se aproxima. Então envolta na claridade mortiça, se destaca no meio de larga praça a imponente Matriz da cidade, construída por um sacerdote ali chegado em 1910."
- Sobre Afogados da Engazeira, cidade da Microregião do Vale do Pajeú.
- Periodico A voz de Pesqueira - 1953


  • "Na verdade ninguém esquece os caminhos da infância. O pequeno país que ficou sepultado na bruma. Todo homem guarda no coração a mensagem que lhe entrou pelos olhos, mal-abertos para os mistérios da vida. O importante, porém, é reconquistar a paisagem perdida. Encontrar, novamente, os velhos caminhos. E por eles andar, de alma alegre, vendo desfilar o rosário das emoções ressuscitadas".
- Sobre a cidade de Arcoverde
- Crônica
  • "A princípio o taumaturgo descreveu as delícias do céu, os querubins tocando harpa e uma nuvem de incenso vagando no azul, entre anjos e santos. A multidão ouvia em silêncio, maravilhada e boquiaberta. Então, de repente, o frade mudou. Sacudiu os braços e soltou a maldição terrível: - Homens sem Deus, mergulhados na lama do pecado. Amancebados! Mentirosos! Adúlteros! Arrependei-vos de vossos pecados! - E passou a descrever as torturas do inferno. Labaredas subiam, tochas ardendo, um relógio marcando: Sempre! Sempre! Nunca! Nunca! Que são as horas da Eternidade. E no meio da fornalha, o suplício do fumaceiro de enxofre sufocando tudo. Aí a multidão se abateu, lábias ciciavam. "Eu pecador, me confesso a Deus", almas tremendo de pavor, como corpos sacudidos de maleita. Junto de mim um matuto de Quitimbu tinha os olhos esgazeados. Cheguei mesmo a ver o suor lhe empastando a fronte morena. Uma velha traçou o xale com força, cobrindo a cabeça tôda, temendo a baforada do satanás. E ao meu lado um soldado desatou o lenço que trazia ao pescoço, como se a coisa lhe abafasse a respiração. E, voltando-se para um companheiro, avisou que ia tomar uma "bicada" pois o cheiro de enxofre estava lhe sufocando a garganta. Depois, Frei Damião baixou os braços, serenou a voz. Nunca, na minha vida, vi silêncio maior. A praça parada, o povo de lábios chumbados, os ohos fitos no frade (...) então o frade rezou. E a multidão respondeu, contrita e imóvel, como se, ao invés de milhares de vozes ali estivesse apenas uma só pessoa, postada diante do pregador famoso, na hora do juízo final, prestando contas ao Altíssimo."
- Sobre pregações de Frei Damião
- Crônica do livro - Frei Damião - O Missionário dos Sertões (1953)
  • "Augusto Caraciolo é rijo e forte, como o miolo da aroeira. Viu a derrubada do Império, assistiu a implantação da república e nos noventas anos, lúcido e são, passeava pelas ruas de Sanharó a sua longevidade, com a mesma afoiteza com que os jequitibás sentem no alto da serra o sopro das ventanias nas ramagens altaneiras"
- Sobre o Capitão Augusto Rodrigues de Freitas Caraciolo Capitão Augusto Rodrigues
- Crônica do livro - Caminhos do Pajeú
  • "Amor estranho e selvagem (o de Lampião e Maria Bonita), feito de sustos e sacrifício. Abraços que os estampidos interrompiam, conversas de enamorados que as emboscadas cortavam. Beijos rápidos trocados ao clarão da luta. Amores precipitados, os corpos machucados rolando na terra dura"
- Sobre Lampião e Maria Bonita
- No livro - Brasil do Chapéu de Couro
  • "Se Vivaldi fosse brasileiro, certamente incluiria a percussão sertaneja em suas peças"
- Sobre Barroco Nordestino, em ocasião a apresentação da Orquestra Armorial da Câmara de Pernambuco, na Basílica de Santo Antônio do Embaré, em Santos
- Jornal A Tribuna do Estado de São Paulo - 2 de Dezembro de 1972