Emília (Sítio do Picapau Amarelo)

Origem: Wikiquote, a coletânea de citações livre.

Emília é uma das principais personagens da obra infantil de Monteiro Lobato, na série relacionada ao Sítio do Picapau Amarelo.

Frases[editar]

Reinações de Narizinho
  • "— Pois eu entendo! gritou a Emilia. É que a mocha todos os dias come mandioca. Leite, na minha opinião, é mandioca liquida."
- As Reinações de Narizinho. Comp. Ed. Nacional, 1931. Página 139
Viagem ao Céu
  • "— Vou tirar a limpo esse ponto — disse ela. — Se me acontecer qualquer coisa, se eles me pegarem e me comerem, não faz mal. Não sinto dor, sou boneca e, além disso, Tia Nastácia faz outra ainda melhor que eu... Fiquem caladinhos aqui atrás da pedra. Não se mexam até que eu volte — e foi tirar a limpo aquele ponto."
- Viagem ao Céu. Globo, 2007. Página 60. ISBN 978-8525043696
  • "— É como eu penso — volveu Emília lá da garupa. — Se em vez de boneca eu tivesse nascido gente grande, sabem o que eu fazia? Suicidava-me com um tiro de canhão na orelha."
- Viagem ao Céu. Globo, 2007. Página 72. ISBN 978-8525043696
  • "— Hipótese são as petas que os senhores nos pregam quando não sabem a verdadeira explicação de uma coisa e querem esconder a ignorância, está ouvindo seu cara de coruja? Pouco se me dá que os senhores acreditem ou não que estivemos ou não estivemos na Via Láctea. Estivemos e acabou-se. E estivemos também em Marte e Saturno, e até brincamos de escorregar naqueles anéis. E na Lua conversamos com um santo muito bom, que ouvia tudo quanto diziamos sem esses sorrisos que estamos vendo nessas reverendíssimas caras cheias de crocotós dos ruins..."
- Viagem ao Céu. Globo, 2007. Página 108. ISBN 978-8525043696
Caçadas de Pedrinho
  • "– Elas, então – disse Emília, que implicava muito com a regra de gramática que manda pôr pronome no masculino quando há diversos sujeitos de sexos diferentes. – Elas vão atacar o sítio, não é? Pois que venham. Serão muito bem recebidas. Tenho lá um espeto próprio para espetar onça, irará, jaguatirica e cachorro-do-mato."
- Caçadas de Pedrinho. Globo, 2009. Página 25. ISBN 978-85-250-4804-3
História do Mundo para as Crianças
  • "...Depois dos homens virão as bonecas. Eu já sou uma amostra do que está para vir.”
- História do Mundo para as Crianças. Brasiliense, 1958. Página 14.
  • "— Casado com a Rainha Cera, filha da Princesa Sara, neta do Imperador Sura..."
- História do Mundo para as Crianças. Página 62. Círculo do Livro. 1987.
  • "— A senhora está sendo injusta com as minhocas — [...] — Bem inteligentes que são. Os abrigos antiaéreos, quem é que os inventou? As minhocas... Quando há bombardeios de aviões, os homens suspiram de inveja delas..."
- História do Mundo para as Crianças. Página 113. Círculo do Livro. 1987.
  • "— Por isso é que eu gosto das minhocas — [...] — Essas coitadinhas nunca deram cicuta a nenhum Sócrates de duas cabeças, nem crucificaram ninguém..."
- História do Mundo para as Crianças. Página 120. Círculo do Livro. 1987.
  • "— Que castigo para um homem ter muitas mulheres! — disse ela. — Uma só já os deixa tão tontos..."
- História do Mundo para as Crianças. Página 155. Círculo do Livro. 1987.
Memórias da Emília
  • “Bem sei que tudo na vida não passa de mentiras, e sei também que é nas memorias que os homem mentem mais. Quem escreve memórias arruma as coisas do jeito que o leitor fique fazendo uma alta ideia do escrevedor. Mas para isso ele não pode dizer a verdade, porque senão o leitor fica vendo que era um homem igual aos outros."
- A Voz Crítica da Personagem Emília
  • “Eu era uma criaturinha feliz enquanto não sabia ler e portanto não lia os jornais. Depois que aprendi a ler e comecei a ler os jornais, comecei a ficar triste. Comecei a ver como é na realidade o mundo. Tanta guerra, tantos crimes, tantas perseguições, tantos desastres, tanta miséria, tanto sofrimento..."
- A Voz Crítica da Personagem Emília
  • "...Fazer coisas com a mão dos outros, ganhar dinheiro com o trabalho dos outros, pegar nome e fama com a cabeça dos outros: isso é que é saber fazer as coisas. Ganhar dinheiro com o trabalho da gente, ganhar nome e fama com a cabeça da gente é não saber fazer as coisas. Olhe, Visconde, eu estou no mundo dos homens há pouco tempo, mas já aprendi a viver. Aprendi o grande segredo da vida dos homens na terra: a esperteza! Ser esperto é tudo. O mundo é dos espertos. Se eu tivesse um filhinho, dava-lhe um só conselho: "Seja esperto, meu filho!".
- Memórias da Emília. Globo, 2009. Ed. 2. Páginas 63-64. ISBN 978-85-250-4813-4
Peter Pan
  • "Que pena os relogios não andarem de galope, como os cavalos! Nada me amola tanto como esta maçada de esperar que chegue a hora das coisas — a hora de brincar, a hora de dormir, a hora de ouvir historias..."
- Peter Pan. Comp. Ed. Nacional, 1935. Página 12.
  • "— Que engraçado! exclamou Emilia. Só agora noto que todos nós temos a nossa sombra, que é só nossa e de ninguem mais. Infelizmente a minha sombra não é de gaze, como a desse menino. É de ar preto."
- Peter Pan. Comp. Ed. Nacional, 1935. Página 19.
  • "...Eu tenho medo das coisas vivas porque mordem; mas das secas, não..."
- Peter Pan. Comp. Ed. Nacional, 1935. Página 79.
Emília no País da Gramática
  • "— Nome é nome; não precisa ter relação com o "nomado". Eu sou Emília, como podia ser Teodora, Inácia, Hilda ou Cunegundes. Quindim!... Como sempre fui a botadeira de nomes lá do sítio, resolvi barizar o rinoceronte assim — e pronto!"
- Emília no País da Gramática. Globo, 2009. 2 ed. Página 18. ISBN 978-85-250-4713-7.
  • "— Pensa que não sei que os livros são feitos de papel de madeira? Madeira é vegetal. Vegetal é alimento de rinocerontes. Logo, Quindim podia muito bem alimentar-se com os vegetais que se transformaram no papel que virou gramática."
- Emília no País da Gramática. Globo, 2009. 2 ed. Página 40. ISBN 978-85-250-4713-7
  • "...Cada qual me faz de um jeito, e houve um tal que me fez tão feia que piquei o livro em mil pedacinhos."
- Emília no País da Gramática. Globo, 2009. 2 ed. Página 134. ISBN 978-85-250-4713-7
Aritmética da Emília
  • "— Milhão é milho grande. Logo, a casa dos Milhões é o paiol!"
- Aritmética da Emília. Globo, 2009. 1 ed. Página 28. ISBN 978-85-250-4594-2
  • "— Divisão não é comigo. O que é meu é meu só. Não divido nada com ninguém."
- Aritmética da Emília. Globo, 2009. 1 ed. Página 38. ISBN 978-85-250-4594-2
  • "... Quem ficar zangado com o que eu digo só prova que não tem "senso de humor"..."
- Aritmética da Emília. Globo, 2009. 1 ed. Página 55. ISBN 978-85-250-4594-2
  • "— Fator é o mesmo que Fazedor. Quer dizer que o Multiplicando e o Multiplicador são os que fazem o Produto, ou os Fazedores do Produto."
- Aritmética da Emília. Globo, 2009. 1 ed. Página 56. ISBN 978-85-250-4594-2
  • "... Mas eu sou de pano e também as doenças não penetram no meu corpo. Sabe por quê? Porque o pano é uma paneirinha que coa a doença..."
- Aritmética da Emília. Globo, 2009. 1 ed. Páginas 63-64. ISBN 978-85-250-4594-2
  • "— Pois eu vou juntar todos esses restinhos que os Decimais pões fora [...] — E hei de fazer para eles uma casinha, com fogãozinho, mesa, um rádio... uma vitrola..."
- Aritmética da Emília. Globo, 2009. 1 ed. Página 112. ISBN 978-85-250-4594-2
  • "— Metro é um pedaço de pau amarelo, dividido em risquinhos, que há em todas as lojas [...] — Serve para medir chitas e para dar na cabeça dos fregueses que furtam carretéis de linha."
- Aritmética da Emília. Globo, 2009. 1 ed. Página 117. ISBN 978-85-250-4594-2
Geografia de Dona Benta
  • "...Sou como sou, gostem ou não gostem. E se o Palmeiras perder outra vez e o Visconde der nova risadinha, arrumu-lhe outra colherada nas ventas — e dessa vez com a colher grande, de arroz..."
-Geografia de Dona Benta. Círculo do Livro. Página 149. 1987
  • "... Eu sou pequenina e ninguém ainda me conquistou, nem me conquistará jamais."
-Geografia de Dona Benta. Círculo do Livro. Página 209. 1987
Serões de Dona Benta
  • "... Dona Benta já disse que temos duas qualidades dos olhos: os da cara e os da imaginação. Já vi muita neve com os olhos da imaginação."
-Serões de Dona Benta. Página 131. Círculo do Livro. 1987
  • "Que regalo para os astrônomos de lá! [...] Se eu fosse escolher um planeta para morar, não queria saber de outro. Por temperamento, sou saturnina..."
-Serões de Dona Benta. Página 161. Círculo do Livro. 1987
História das invenções
  • "— Vou inventar a máquina de fazer invenções. Bota-se a idéia dentro, vira-se a manvela e pronto — tem-se a invenção que se quer."
-História das invenções. Página 133. Círculo do Livro. 1987
D. Quixote das Crianças
  • "...queremos estilo de clara de ovo, bem transparentinho, que não dê trabalho para ser entendido."
- Dom Quixote das Crianças. Globo, 2010. Página 17. ISBN 978-85-250-4867-7
  • "... — E ainda me chamam asneirenta. Asneirenta é a humanidade..."
- Dom Quixote das Crianças. Globo, 2010. Página 24. ISBN 978-85-250-4867-7
  • "... — Quem me dera ter um cavaleiro andante que corresse mundo berrando que a mais linda de todas as bonecas era a senhora Emília del Rabicó..."
- Dom Quixote das Crianças. Globo, 2010. Página 46. ISBN 978-85-250-4867-7
  • "... — Tudo quanto há na terra, feito pelos homens, sai dessa maravilha — as guerras, os crimes, as maluquices..."
- Dom Quixote das Crianças. Globo, 2010. Página 65. ISBN 978-85-250-4867-7
  • "...ainda não consegui distinguir o que é loucura do que não é. Por mais que pense e repense, não consigo diferenciar quem é louco de quem não é. Eu, por exemplo, sou ou não sou louca?"
- Dom Quixote das Crianças. Globo, 2010. Página 86. ISBN 978-85-250-4867-7
  • "...às vezes me dá comichão de fazer estripulia grossa, como as do cavaleiro da Mancha. Porque eu não acho que isso seja loucura. É apenas revolta contra tanta besteira que há no mundo."
- Dom Quixote das Crianças. Globo, 2010. Página 133. ISBN 978-85-250-4867-7
O Poço do Visconde
  • "...estou vendo que o tal petróleo não passa de azeite de defunto. Cadáveres de foraminíferos, peixe podre, cemitérios de caramujo — até já estou ficando com o estômago enjoado..."
-O Poço do Visconde. Globo, 2010. Página 32. ISBN 978-85-250-4692-5
  • "— Pois se me aparecesse um poço só de cem por barris dia eu nem ligava [...] Só quero saber de poços de dez mil para cima. Não me sujo com petrolinhos vagabundos..."
-O Poço do Visconde. Globo, 2010. Página 56. ISBN 978-85-250-4692-5
Histórias de Tia Nastácia
  • "...A culpa é de quem nos anda ensinando tantas ciências e artes. Eu, por exemplo, me sinto adiantada demais para a minha idade. Sou uma isca por fora, mas lá dentro já estou filósofa. Meu gosto era encontrar um Sócrates, para uma conversa..."
- Histórias de Tia Nastácia. Globo, 2009. Ed. 1. Página 18. ISBN 978-85-250-4694-9
  • "...Mas, cá para mim, isso de respeito nada tem com a idade. Eu respeito uma abelha de um mês de idade que me diga coisinhas sensatas – mas se Matusalém vier para cima de mim com bobagens, pensa que não boto fogo na barba dele? ora, se boto!..."
- Histórias de Tia Nastácia. Globo, 2009. Ed. 1. Página 31. ISBN 978-85-250-4694-9
  • "— Mas o povo assentou que as madrastas não prestam e não prestam mesmo — concluiu Emília. — O coitado do povo sofre tanto que há de saber alguma coisa. Esse ponto da madrasta má o povo sabe. São más como caninanas — embora haja alguma degenerada que seja boa. Madrasta boa não é madrasta. Para ser madrasta, tem que ser uma bisca das completas. Eu, se pilhar alguma por aqui, furo-lhe os olhos."
- Histórias de Tia Nastácia. Globo, 2009. Ed. 1. Página 45. ISBN 978-85-250-4694-9
  • "...Acho lindo isso de pastor, pastora e pastorinha — sobretudo pastorinhas. Como é poético!"
- Histórias de Tia Nastácia. Globo, 2009. Ed. 1. Página 122. ISBN 978-85-250-4694-9
  • "—Por isso é que eu não gosto de gente [...] São os piores bichos da Terra. Entre as formigas ou abelhas, por exemplo, quem é que já viu uma furtando outra, ou mentindo para outra, ou amarrando outra em rabo de busto bravo? Vivem em sociedade, aos milhares de milhares, na mais perfeita harmonia. Ah, quem quiser saber o que é honestidade de vida vá a um formigueiro ou a uma colmeia. Aqui entre os homens é que não fica sabendo disso, não. Quanto mais conheço os homens, mais aprecio as abelhas e as formigas."
- Histórias de Tia Nastácia. Globo, 2009. Ed. 1. Página 123. ISBN 978-85-250-4694-9
O Picapau Amarelo
  • "Que bicho bobo é gente grande!... Morrem de lidar com as maravilhas e não aprendem nada – não aprendem essa coisa tão simples que é o "faz de conta"..."
- O Picapau Amarelo. Globo, 2010. Página 15. ISBN 978-85-250-4815-8
  • ...Adoro os loucos. São as únicas gentes interessantes que há no mundo."
- O Picapau Amarelo. Globo, 2010. Página 24. ISBN 978-85-250-4815-8
A Reforma da Natureza
  • "... E também acabou o desaforo de todo o trabalho de botar e chocar os ovos caber só à fêmea. Os homens sempre abusaram das mulheres. Dona Benta diz que nos tempos antigos, e mesmo hoje entre os selvagens, os marmanjos ficam no macio, pitando na redes, ou só se ocupam dos divertimentos da caça e da guerra, enquanto as pobres mulheres fazem toda a trabalheira, e passam a vida lavando e cozinhando e varrendo e aturando os filhos. E se não andam muito direitinhas, levam pau no lombo. Os machos sempre abusaram das fêmeas, mas agora as coisas vão mudar...".
- A Reforma da Natureza. Globo, 2010. Ed.2. Páginas 19-20. ISBN 978-85-250-4816-5

"...Dizem que o livro é o pão do espírito. Por que não ser também o pão do corpo? As vantagens seriam imensas. Poderiam ser vendidos nas paradias e confeitarias, ou entregues de manhã pelas carrocinhas, juntamente com o pão e o leite."

- A Reforma da Natureza. Globo, 2010. Ed.2. Página 37. ISBN 978-85-250-4816-5
O Minotauro
  • "Sim,... Vamos subir ao Olimpo para ver os deuses e esclarecer um ponto que nos está preocupando muito, que é saber a verdade a respeito do tal nectar e da tal ambrosía. O nectar eu imagino o que seja — mais ou menos um mel. Já a ambrosía não faço a menor ideia. Queremos ver, cheirar, provar essas maravilhosas substancias."
-O Minotauro página 88.
  • "Olhe aquelas nuvens de gaze, lá... Vão se estirando como um fichú de musselina, mudando de forma e cor, passando dos tonsinhos ralos para os vermelhos vivos do fogo..."
-O Minotauro página 101
  • "Quem os vê tão belos não imagina a dureza de seus corações! Vão matando os pobres mortais como quem mata pulgas, sem a menor cerimonia..."
-O Minotauro página 110
A Chave do Tamanho
  • "Mas a guerra acabou! Ah, isso acabou! Pequeninos como eu, os homens não podem matar-se uns aos outros, nem lidar com aquelas terríveis armas de aço. O mais que poderão fazer é cutucar-se com alfinetes ou espinhos. Já é uma grande coisa..."
-A Chave do Tamanho: Uma Guerra de Verdade e uma Chave de Mentirinha Publicado em junho de 2006.
  • "Esta guerra já está durando demais, e se eu não fizer qualquer coisa os famosos bombardeios aéreos continuam, e vão passando de cidade em cidade, e acabam chegando até aqui. Alguém abriu a chave da guerra. É preciso que outro alguém a feche..."
-A Chave do Tamanho: Uma Guerra de Verdade e uma Chave de Mentirinha Publicado em junho de 2006.
"De simples bruxa de pano..."
  • "Muito simples. Eu de fato já fui boneca de pano, mas evolui e virei gente (...) De simples bruxa de pano, fui evoluindo, virei gentinha e hoje sou o cérebro e a vontade do Visconde."
-A Chave do Tamanho: Uma Guerra de Verdade e uma Chave de Mentirinha Publicado em junho de 2006.
  • "A tal “civilização clássica” estava chegando ao fim. Os homens não viam outra solução além da guerra – isto é, matar, matar, matar, destruir todas as coisas criadas pela própria civilização – as cidades, as fábricas, os navios, tudo. Pense bem, Visconde. Essa tal civilização havia falhado. Havia enveredado por um beco sem saída – e a saída que achava qual era? Suicidar-se a tiros de canhões."
-A Chave do Tamanho: Uma Guerra de Verdade e uma Chave de Mentirinha Publicado em junho de 2006.
Fábulas
  • "...Eu nasci boneca de pano, muda e feia, e hoje sou até ex-marquesa. Subi muito. Cheguei a muito mais que vintém. Cheguei a tostão..."
- Fábulas. Globo, 2008. Ed.1. Página 16. ISBN 978-85-250-4583-6
  • "...Eu sou como esse lobo. Ninguém me segura. Ninguém me bota coleira. Ninguém me governa. Ninguém me..."
- Fábulas. Globo, 2008. Ed.1. Página 59. ISBN 978-85-250-4583-6
  • "— É quando todos estão desesperados e tontos, sem saber o que fazer, voltarem-se para mim e: "Emília, acuda!", eu vou e aplico o faz-de-conta e resolvo o problema. Aqui nesta casa ninguém luta para resolver as dificuldades; todos apelam para mim..."
- Fábulas. Globo, 2008. Ed.1. Página 62. ISBN 978-85-250-4583-6
  • "...Eu não sou forte, mas ninguém me vence. Por quê? Porque aplico a esperteza..."
- Fábulas. Globo, 2008. Ed.1. Página 84. ISBN 978-85-250-4583-6
Os doze trabalhos de Hércules (Vol. 1)
  • "... Quem deu a idéia do afogamento fui eu, que sou a "dadeira de idéias" lá no sítio. Caçoam de mim, chamam-me de asneirenta, dizem que tenho uma torneirinha de asneira — mas nos momentos de aperto é comigo que todos se arranjam."
- Os doze trabalhos de Hércules - I. Cículo do Livro, 1988. Página 22.
  • "Você não me conhece, Lelé [...]. Dou ideias nas ocasiões gravíssimas, quando perigo é grande. Nessas coisinhas sem mportância da vida diária, deixo que o cérebro de Pedrinho funcione — e assim não canso o meu. Você anda há de ver, Lelé, como são as minhas grandes ideias..."
- Os doze trabalhos de Hércules - I. Cículo do Livro, 1988. Página 86.
  • "— Gosto dos gregos porque em tudo botam uma historinha. Para o Visconde e os sábios modernos o eco é a tal reflexão dos sons. Para os gregos é a voz da ninfa Eco transformada em pedra. Cem vezes mais lindo..."
- Os doze trabalhos de Hércules - I. Cículo do Livro, 1988. Página 142.
  • "— Ah, o fogo é mesmo uma peste! — disse Emília. — Certa vez, no dia de S.João, lá no sítio, queimei o dedo com pólvora e como doeu! Só quando tia Nastácia molhou a queimadura com querosene é que a dor passou."
- Os doze trabalhos de Hércules - I. Cículo do Livro, 1988. Página 216.
  • "— Vão todas para o beleléu. Ficam reduzidas a farelo. Aqui a luta é só contra os monstros ou outros guerreiros. Já a fúria das balas não distingue: pega o que encontra. O grande brinquedo dos nossos tempos modernos consiste em destruir, destruir, destruir. Cidades inteiras desaparecem em horas. Populações inteiras são estraçalhadas. Por isso é que nós gostamos tanto da Grécia, tão bonita, cheia de heróis que só atacam monstros, cheia de deuses amáveis, de pastores e pastorinhas, de ninfas nos bosques, de náiades nas águas, de faunos e sátiros nos campos."
- Os doze trabalhos de Hércules - I. Cículo do Livro, 1988. Página 219.
Os doze trabalhos de Hércules (Vol. 2)
  • "...Por isso é que eu sou democrática. Isso de reis e tiranos é uma desgraça. Tratam os súditos do mesmo modo que os deuses do Olimpo tratam os homens."
- Os doze trabalhos de Hércules - II/Histórias diversas. Cículo do Livro, 1988. Página 8.
  • "...Que delícia ser filha dum vento ou brisa tão leve e da deusa das flores perfumadas!"
- Os doze trabalhos de Hércules - II/Histórias diversas. Cículo do Livro, 1988. Página 59.
  • "— Quando se cansam de matar, e os navios estão todos no fundo dos oceanos, e as cidades são montanhas de cacaria, e só se ouve o choro de milhões e milhões de mães e irmãs e noivas e esposas, e já não há casas onde o povo morar, e nem há pão para o povo comer, e a miséria fica o horror dos horrores, então a guerra pára... vem a paz. E sabe o que é paz no mundo moderno, Lúcio? Apenas um descansinho para o desfecho de nova guerra..."
- Os doze trabalhos de Hércules - II/Histórias diversas. Cículo do Livro, 1988. Página 111.
  • "— Malvado, sim. Peste!... Sustento o que digo até nas fuças dele, e ele que me venha amarrar num Cáucaso para ver o que acontece!... O titã só estava fazendo o bem, ensinando as artes. Como poderiam os homens viver na terra sem as artes — a arte de fazer panelas de barro, a arte de cozinhar, a arte de construir casas? E como poderiam arranjar-se sem o fogo? E o tal Zeus duma figa amarra o coitado no Cáucaso para que um estupor de abutre lhe fosse eternamente devorando o fígado? Malvado, sim. Casca de ferida..."
- Os doze trabalhos de Hércules - II/Histórias diversas. Cículo do Livro, 1988. Página 149.
Histórias diversas
  • "— Incrível que até entre as flores haja estes sentimentos baixos tão comuns entre as criaturas humanas!"
-Histórias diversas. Brasiliense. Página 26
  • "— Sua bígama! — [...] — Pensa então que é só ir casando com príncipes já casados? Casamento verdadeiro vai ser agora com a panela de Tia Nastácia!"
-Histórias diversas. Brasiliense. Página 33/34
Outros
  • “[Tradução] Dá uma idéia, embora "muito pálida"..."
- Prefácio, Alice no País das Maravilhas. Brasiliense, 1958. Página 9.

Sobre[editar]

"...me caiu do bico da pena uma boneca de pano muito feia e muda..."
  • "Quando, ao escrever a história de Narizinho, lá naquele escritório da rua Boa Vista, me caiu do bico da pena uma boneca de pano muito feia e muda, bem longe estava eu de supor que iria ser o germe da encantadora rainha mabe do meu outono."
-Monteiro Lobato. A Voz Crítica da Personagem Emília
  • "Emília começou como uma feia boneca de pano (...). Mas rapidamente evoluiu (...) e foi adquirindo uma tal independência que, não sei em qual livro, quando lhe perguntam: “Mas que você é, afinal de contas, Emília?” ela respondeu de queixinho empinado: “Eu sou a Independência ou Morte!”. E é. Tão independente que nem eu, seu pai, consigo dominá-la. Quando escrevo um desses livros, ela me entra nos dois dedos que batem as teclas e diz o que quer, não o que eu quero. Cada vez mais Emília é o que quer ser, e não o que eu quero que ela seja. Fez de mim um “aparelho”."
-Monteiro Lobato. A Voz Crítica da Personagem Emília
  • "...Lobato nos deixou uma preciosidade, a personagem mais viva que já se viu."
-Amanda Alves do Amaral. A Voz Crítica da Personagem Emília
  • "Porém, nem no amor nem no jogo a personagem principal do Sítio se equipara às bonecas convencionais, pois ela não é nenhum doce de candura, não representa a inocência nem a ternura, seu vocabulário não inclui a palavra passividade. Emília constitui um caso raro de complexidade e hibridismo no rol das personagens infantis de que se tem notícia: é uma perfeita fusão de boneca e gente."
-Marisa Lajolo. A Chave do Tamanho: Uma Guerra de Verdade e uma Chave de Mentirinha Publicado em junho de 2006.
  • "Quando eu era menina, na Rússia, eu sempre dizia que queria ser uma bruxa. Uma bruxa?, me perguntavam os adultos, com surpresa. E eu respondia: É, uma bruxa. Bruxa é bonita e tem poderes… Fadas são umas chatinhas, sempre muuuuito certinhas… Aí, quando eu cheguei ao Brasil e conheci a Emília do Monteiro Lobato, eu pensei assim: Não, não quero mais ser bruxa, eu quero ser a Emília."
-Tatiana Belinky. Há 100 anos nascia Tatiana Belinky, a menina que queria ser bruxa e virou escritora Publicado em 2019-03-18.
  • "...Seus livros sofreram campanhas. Não era “recomendável” que a futura elite lesse, nas Memórias da Emília, que “a verdade é uma espécie de mentira bem pregada, das que ninguém desconfia”, entre outras “inconveniências”"
-Cilza Carla Bignotto. Duas leituras da infância segundo Monteiro Lobato.
  • "...Que me desculpe a Capitu ... mas a Emília é a mulher mais inteligente do Brasil!"
-Tatiana Belinky. Para a escritora Tatiana Belinky, o livro é um objeto mágico
  • "...Emília chega às mãos de Narizinho por meio de uma mulher negra e pobre - Tia Nastácia. Esse fato singular, que passa quase despercebido no meio do imenso desfile de narrativas maravilhosas que compõe o universo do Sítio do Picapau Amarelo, é importantíssimo."
-Cilza Carla Bignotto. Duas leituras da infância segundo Monteiro Lobato.
  • "...É por isso que, apesar de ser um ente tão inusitado – uma vez que não é boneca, nem ser humano; não é adulto, nem criança; não é má como uma bruxa, nem bondosa como uma fada, mas tudo isso ao mesmo tempo -, as crianças se identificam com ela e é nela que espelham seus anseios e desejos, é nela que objetivam sua situação psicológica, social e até mesmo intelectual..."
-Margarida de Sousa. [1]
  • "...Emília tinha um modo desnorteante de pensar. Assim, por exemplo, as suas célebres "asneirinhas". Muitas vezes não eram asneiras, eram modos diferentes de encarar as coisas..."
- Memórias da Emília. Globo, 2009. Ed. 2. Página 22. ISBN 978-85-250-4813-4