Eça de Queiroz

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Eça de Queiroz
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José Maria Eça de Queiroz (ou Queirós) (25 de novembro de 1845, Póvoa de Varzim, Portugal16 de agosto de 1900, Paris, França), foi um escritor português.


Obras[editar]

Primo Basílio[editar]

  • “(...) tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, E parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo conduzia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!
- Capítulo VI (ver no Wikisource)

As Farpas[editar]

  • "Com o fisco, paga-se sempre e nunca se questiona, porque naturalmente depois é-se obrigado a pagar mais."
- Uma Campanha Alegre (Volume I, Capítulo XLVIII: O fisco na província)

A Cidade e as Serras[editar]

  • "A religião é o desenvolvimento suntuoso de um instinto rudimentar, comum a todos os brutos, o terror."
  • "Só uma estreita e reluzente casta goza na Cidade os gozos especiais que ela cria."
  • "Miséria do Corpo, tormento da Vontade, fastio da Inteligência - eis a Vida!"
  • "Não há nada novo sob o Sol, e a eterna repetição das coisas é eterna repetição dos males."

O Crime Do Padre Amaro[editar]

  • "As línguas do mundo são venenosas."
  • "Não há nada mais difícil que ser claro e breve: é necesário ter gênio."

O Mandarim[editar]

  • "Céu e inferno são concepções para uso da plebe."
- Capítulo I

Citações[editar]

  • «Dados para a minha biografia - não lhos sei dar. Eu não tenho história, sou como a República do Vale de Andorra» Fonte: "Correspondência" Citador
  • "Possuía uma – o pessimismo, era um apóstolo rico e esforçado; e tudo tentava, com suntuosidade, para provar a verdade de sua fé".
- Obra completa [de] Eça de Queiroz - Volume 1, página 56, Eça de Queirós - Companhia J. Aguilar Editôra, 1970
  • "Para ensinar ha uma formalidadezinha a cumprir — saber."
- Notas contemporâneas‎ - Página 40, de Eça de Queirós - Publicado por Livraria Lello & Irmão, 1945 - 528 páginas
  • "O riso é a mais útil forma da crítica, porque é a mais acessível à multidão. O riso dirige-se não ao letrado e ao filósofo, mas à massa, ao imenso público anónimo. É por isso que hoje é tão útil como irreverente rir das ideias do passado: a multidão não se ocupa de ideias, ocupa-se das fórmulas visíveis, convencionais das ideias. Por exemplo: o povo em Portugal, nas províncias, não é católico - é padrista: que sabe ele da moral do cristianismo? da teologia? do ultramontanismo? Sabe do santo de barro que tem em casa, e do cura que está na igreja."
-in 'Carta a Joaquim de Araújo, 25 de Fevereiro de 1878
  • "Não há ideia mais consoladora do que esta - que eu, e tu, e aquele monte, e o Sol que, agora, se esconde são moléculas do mesmo Todo, governadas pela mesma Lei, rolando para o mesmo Fim."
- in "Contos - Civilização"
  • "É o grande dever do jornalismo fazer conhecer o estado das coisas públicas, ensinar ao povo os seus direitos e as garantias da sua segurança, estar atento às atitudes que toma a política estrangeira, protestar com justa violência contra os actos culposos, frouxos, nocivos, velar pelo poder interior da pátria, pela grandeza moral, intelectual e material em presença de outras nações, pelo progresso que fazem os espíritos, pela conservação da justiça, pelo respeito do direito, da família, do trabalho, pelo melhoramento das classes infelizes."
- in "O Distrito de Évora", 6 de Janeiro de 1867 (nº1)
  • "O que são há 20 anos os partidos em Portugal? Que pensamento traduzem? Que grande facto social querem realizar? Formam-se, desagregam-se, dissolvem-se, passam, esquecem, sem que deles fique uma edificação aceitável, uma criação fecunda. Estabelecem patronatos, constróem filiações, arregimentam homens e braços trabalhadores, preparam terreno e solo robusto, onde eles possam sem embaraço tomar as livres atitudes do aparato e da vaidade reluzente. Nada mais fazem. Nascem infecundamente, morrem esterilmente."
- in "O Distrito de Évora", 14 de Fevereiro de 1867 (nº11)
  • "Ordinariamente todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o Estadista. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?"
- in "O distrito de Évora" (1867)
  • " Hoje que tanto se fala em crise, quem não vê que, por toda a Europa, uma crise financeira está minando as nacionalidades? É disso que há-de vir a dissolução. Quando os meios faltarem e um dia se perderem as fortunas nacionais, o regime estabelecido cairá para deixar o campo livre ao novo mundo económico"
- in "O distrito de Évora" (1867)
  • "Como haverá alegria na cidade para esses milhões de seres que tumultuam na arquejante ocupação de desejar - e que, nunca fartando o desejo, incessantemente padecem de desilusão, desesperança ou derrota?"
- Fonte: http://www.caras.uol.com.br - 5 de novembro de 2009 - EDIÇÃO 835 - Citações
  • "Diz-se geralmente que, em Portugal, o público tem ideia de que o Governo deve fazer tudo, pensar em tudo, iniciar tudo; tira-se daqui a conclusão que somos um povo sem poderes iniciadores, bons para ser tutelados, indignos de uma larga liberdade, e inaptos para a independência. A nossa pobreza relativa é atribuída a este hábito político e social de depender para tudo do Governo, e de volver constantemente as mãos e olhos para ele, como para uma Providência sempre presente."
- em "Crónicas de Londres" (1944), p. 75
  • "O Brasil é império, será república e depois será império novamente."
- "Obras de Eça de Queirós, volume II", Lello & Irmão Editores, 1958, pág. 1108.
  • "O pior ainda, na Alemanha, é o hábil plano com que fortificam a sua prosperidade e garantem a sua influência – plano tão hábil que tem o sabor de uma conspiração: na Alemanha, o judeu, lentamente, surdamente, tem se apoderado das duas grandes forças sociais – a Bolsa e a Imprensa. Quase todas as casas bancárias, quase todos os grandes jornais estão na posse do semita. Assim, torna-se inatacável. De modo que não só expulsa o alemão das profissões liberais, o humilha com a sua opulência rutilante, e o traz dependente do capital; mas, injúria suprema, pela voz de seus jornais, ordena-lhe o que há de fazer e com quem há de se bater! Tudo isso seria suportável se o judeu se fundisse com a raça indígena. Mas não. O mundo judeu conserva-se isolado, compacto, inacessível e impenetrável. As muralhas formidáveis do templo de Salomão, que foram arrasadas, continuam a pôr em torno dele um obstáculo de cidadelas. Dentro de Berlim há uma verdadeira Jerusalém, inexpugnável: aí se refugiam com o seu Deus, os seus costumes, o seu Sabbath, a sua língua, o seu orgulho, a sua secura, gozando o ouro e desprezando o cristão. Invadem a sociedade alemã, querem lá brilhar e dominar, mas não permitem que o alemão meta sequer o bico do sapato dentro da sociedade judaica. Só casam entre si; entre si, ajudam-se regiamente, dando-se uns aos outros milhões, mas não favoreceriam com um troco um alemão esfomeado; e põe orgulho, um coquetismo insolente em se diferenciar do resto da nação em tudo, desde a maneira de pensar até a maneira de vestir".
- in "Cartas de Inglaterra", 1905. Cf. Obras Completas de Eça de Queirós, Viseu, 2020, 5790 p.

Aforismos[editar]

  • "Os que sabem dar a verdade à sua pátria não a adulam, não a iludem, não lhe dizem que é grande, porque tomou Calicute; dizem-lhe que é pequena porque não tem escolas. Gritam-lhe sem cessar a verdade rude e brutal. Gritam-lhe: tu és pobre, trabalha! tu és ignorante, estuda!, tu és fraca, arma-te!"
- Livro do centenário de Eça de Queiroz - Página 34, de Eça de Queirós, Lúcia; Camara Reys (org.) Miguel Pereira - Publicado por Livros do Brasil, 1945 - 717 páginas
  • "Poupe-se ao boi a vista ao malho."
- "Os Maias", Livro I, capítulo IV (veja wikisource)
  • "Houve um filósofo que deixou aos infelizes esta máxima: Se a tua dor te aflige, faz dela um poema."
- "[Se a tua dor te aflige, faz dela um poema O Mistério da Serra Sintra"
- Citando Goethe
  • "no fundo, nós somos todos fadistas: do que gostamos é de vinhaça e viola e bordoada, e viva lá sô compadre (acerca os portugueses)"
- "Os Maias", Livro I, capítulo X (veja wikisource)
  • "Calado, invadido pelo pensamento do Báb - o Arauto da Fé Bahá’í - revolvia comigo o confuso desejo de me aventurar nessa campanha espiritual... Por que não? Tinha a mocidade, tinha o entusiasmo... Via-me discípulo do Báb... E partia logo a pregar, a espalhar o verbo babista. Onde iria? A Portugal, certamente, levando de preferência a salvação às almas que me eram mais caras".
- "Fradique Mendes"
  • "Na arte, quando forte fina e superior, a simplicidade resulta sempre de um violento esforço. Não se coordena com clara inteligência uma concepção, não se atinge uma expressão fácil, concisa e harmoniosa, sem longas e tumultuárias lutas em que arquejam juntos, espírito o vontade."
- "Prosas esquecidas : Ficcão 1866-72". - Página 10, de Eça de Queirós - Publicado por Editorial Presença, 1965
  • "Esse mal incurável que é a sua Alma."
- Conto "Adão e Eva no Paraíso"
  • "Homem, que fizeste tu da alma?"
- Conto "O MILHAFRE" in "Prosas Bárbaras", página 64, edição dominiopublico.gov.br
  • "Que mérito há em amar os que nos amam?"
- "A Morte de Jesus", (tradução em dezembro de 1869, de um manuscrito em latim bárbaro) in: "Prosas Bárbaras", página 112, edição dominiopublico.gov.br
  • "Ah nunca homem deste século batalhou mais esforçadamente contra a seca de viver."
- Conto "Civilização" (1902), capítulo II (veja wikisource)
  • "O riso é uma filosofia. Muitas vezes o riso é uma salvação. E em política constitucional, pelo menos, o riso é uma opinião."
- "As farpas: crónica mensal da política, das letras e dos costumes" (primeiro fascículo, maio de 1871) - Página 19, de Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, Maria Filomena Mónica, Maria José Marinho - Publicado por Lucerna, 2004 ISBN 9728818408, 9789728818401 - 639 páginas
  • "A imprensa é composta de duas ordens de periódicos: os noticiosos e os políticos."
- "As farpas: crónica mensal da política, das letras e dos costumes" (primeiro fascículo, maio de 1871) - Página 23, de Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, Maria Filomena Mónica, Maria José Marinho - Publicado por Lucerna, 2004 ISBN 9728818408, 9789728818401 - 639 páginas
  • "Os políticos têm todos a mesma política."
- "As farpas: crónica mensal da política, das letras e dos costumes" (primeiro fascículo, maio de 1871) - Página 23, de Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, Maria Filomena Mónica, Maria José Marinho - Publicado por Lucerna, 2004 ISBN 9728818408, 9789728818401 - 639 páginas
  • "Os noticiosos têm todos a mesma notícia."
- "As farpas: crónica mensal da política, das letras e dos costumes" (primeiro fascículo, maio de 1871) - Página 23, de Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, Maria Filomena Mónica, Maria José Marinho - Publicado por Lucerna, 2004 ISBN 9728818408, 9789728818401 - 639 páginas
  • "Tem a saúde, a firmeza, a força."
- "Notas contemporâneas" - Página 52, de Eça de Queirós


Atribuídas[editar]

- Eça de Queiroz citado em Tesouro de pensamentos - Página 27, I. Costa Cotrim - Edições de Ouro, 1968

Ver também[editar]