Caetité

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Caetité é uma cidade do Estado da Bahia. Emancipada em 1810, é a terra natal de figuras como Cezar Zama, Anísio Teixeira ou o cantor Waldick Soriano.


  • "Vilanova do Príncipe, anteriormente Cayteté, criada em mil oitocentos e dez, está num sítio lavado dos ventos junto à margem duma ribeira que vai engrossar o rio do Antônio, obra de dezesseis léguas ao Oessudoeste da de Rio de Contas."
- Aires de Casal, no livro Corografia Brazilica
- Fonte: reprodução no Wikimedia Commons.
- Primeiro livro editado no Brasil, a "Corografia" foi publicada originalmente em 1817.
  • "Caetité apresenta aos viajantes um aspecto de Corte do sertão”.
  • "Descendo para Caetité, situada no fundo de um vale estreito, a estrada deflete a lés-nordeste, depois a nordeste, procurando passagem por entre grotas e penhascos de quartizito, que nos informaram serem auríferos, e penetra na cidade, cujo aspecto é deveras grato ao viajante que vem do sertão."
- Teodoro Sampaio, no seu livro "O Rio São Francisco e a Chapada Diamantina" (José Carlos Barreto de Santana org.), Companhia das Letras, São Paulo, 2002. ISBN 85-359-0256-2
- Fonte: citado em site oficial da Prefeitura de Caetité
- Este relato de Sampaio remonta a sua passagem pela cidade, aqui chegando no dia 1º de janeiro de 1880.
  • "Princesa do sertão chamada, antiga Vila do Príncipe, tricentenária, privilegiada pelo clima ameno, temperatura média anual de 20 graus, firmou-se Caetité como pouso obrigatório de descanso e abastecimento dos que, vindos do governo colonial da Bahia, demandavam a Vila-Boa de Goiás, onde abundava ouro de aluvião, e daqueles que, partindo de Ouro Preto, contrabandeavam ouro e diamantes."
- Hermes Lima, no seu livro "Anísio Teixeira: estadista da educação".
- Fonte: transcrito em UFBA
- Lima, de família caetiteense, foi o último primeiro-ministro do Brasil, imortal da Academia Brasileira de Letras e Ministro do STF.
  • "O major Silva Castro mandara as filhas solteiras passearem nas fazendas do alto sertão de Caetité. Iriam engordar nos ares de Cajueiros, fazenda das melhores da região..."
- Jorge Amado em "ABC de Castro Alves"
- Fonte: Google Books
- Silva Castro, ali citado, era o avô materno do poeta Castro Alves e que faleceu em Caetité. Apelidado de "Periquitão", foi herói nas lutas pela independência do Brasil na Bahia. Uma de suas filhas está sepultada na igreja matriz da cidade.
  • "Vez em vez, porém, chegavam até no Caetité: a fresca e temperada, no fim de um grotão formoso, o chão claro, a cidade melhor..."
- João Guimarães Rosa, no seu livro "Noites do Sertão" (1956)
  • "Caetité

Que mistérios tens,
Querida,
que te amo tanto
e tão profundamente?

Será o ar que te envolve
tão suave, tão ameno,
ou será tua noite
enluarada e serena
a me encher o peito
de gentis encantos?

Será teu povo amigo
ordeiro, de fácil sorriso
ou serão tuas ruas, praças, avenidas,
pedacinhos do paraíso
onde minh’ alma se extasia
diante dos talhos e retalhos
que te formam?

Será teu céu azul,
límpido, brilhante
como não conheço igual
ou será a magia
que de ti emana
e me conclama
a adorar-te?

Não sei, Amada,
o que me prende a ti.
Só sei que te amo
como se minha terra fosses
e vejo, e sinto
teus encantos, teus detalhes,
teus odores a me embriagarem
e feliz sou
por estar em ti."

- Tânia Martins (1957-2021 - poeta, fundadora da Academia Caetiteense de Letras)
- Fonte: Arquivado do "Portal de Caetité" e transcrição