Bruno Pereira

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Bruno da Cunha Araújo Pereira (Recife, 15 de agosto de 1980 – Atalaia do Norte, 5 de junho de 2022) foi um indigenista brasileiro.



  • "A política indigenista passa pelos municípios, estados e governo federal e deve mostrar como ter saúde e educação diferenciada [...]. Essa é a hora de escutar os povos indígenas".
- Fonte: Bruno Pereira: indigenista era um dos maiores especialistas em povos isolados do Brasil e realizou sonho de trabalhar na Amazônia G1. Publicado em 25 de agosto de 2022.
  • "Tem um embate, uma disputa nos bastidores, com certeza com o avanço da ministra Damares, ministra extremamente, horrorosamente evangélica, como eles gostam de falar. E claro que os isolados... além da disputa espiritual, vamos dizer assim, porque é isso que está em jogo, eu sei quem é esse cara que está assumindo o cargo, é uma disputa fundiária. Não é só terra, mas minério, madeira, tudo."
- Fonte:dw.com, Nádia Pontes, 06/07/2022[1]
  • "Eu trabalhava no Vale do Javari [Amazonas] na unidade de indígenas isolados. Existem 11 unidades que a gente chama de frente de proteção, que são coordenações de indígenas isolados da Amazônia. Eu trabalhava numa dessas no Vale do Javari, na fronteira entre Brasil e Peru. Eu fazia expedições de índios isolados, ficava muito tempo na mata, andando, procurando vestígios, elementos que comprovassem a presença de índios isolados, ou atacando, legalmente, claro, o avanço sobre o território dos isolados – combatendo o garimpo, madeireiros, e assim vai… Eu passei oito anos no Vale do Javari e vim a Brasília assumir a coordenação geral de índios isolados do país, em julho, agosto de 2018. Fiquei até outubro do ano passado [2019], quando fui exonerado por esta gestão da Funai. Aparelharam tudo. Depois de 30 anos da criação do departamento, da política de isolados, desde 1987 existe esse departamento. Foram mudando algumas coisas, mas é ele [departamento], sempre foi respeitado o conceito técnico. É um negócio muito sensível, sabe? A gente lida com situações de contato com índios isolados, longos períodos na floresta, proteção, saber dialogar com povos de recente contato. É um setor super sensível, e é preciso ter experiência com floresta, mato, relações interétnicas. É a primeira vez que esses caras [atual gestão da Funai] arrebentam tudo de um vez. [Eles] me tiraram. Deu uma repercussão na época, em outubro do ano passado. Ficou uma substituta minha, que era uma funcionária nossa, de confiança nossa, antropóloga, que trabalha mais na área administrativa, mas entende de antropologia de índios isolados. Menos mal, tudo bem não mexer nos coordenadores de índios isolados na Amazônia, vamos passar esse temporal. Mas agora transpareceu, eles botaram as vísceras para fora de toda a estratégia deles de avançar sobre a política de índios isolados brasileiros. Tem um embate, uma disputa nos bastidores com certeza do avanço da Damares [Alves], ministra extremamente, horrorosamente evangélica, como eles gostam de falar. E claro que os isolados... além da disputa espiritual, vamos dizer assim, porque é isso que está em jogo, eu sei quem é esse cara que está assumindo o cargo, é uma disputa fundiária. Não é só terra, mas minério, madeira, tudo. São muito simbólicos e emblemáticos para o mundo os índios isolados, sobretudo para a comunidade internacional. É um absurdo você mexer com isolados para tirar petróleo, ouro embaixo da terra. E o governo sabe disso. Esses caras vão arrebentar tudo, a começar pela evangelização, lentamente e gradual."
- Fonte:dw.com, Nádia Pontes, 06/07/2022[1]

Sobre[editar]

  • "Ele estava fazendo esse trabalho muito sério e muito reconhecido nacionalmente e internacionalmente, e ele realizou uma série de ações coordenadas que acho que foi o estopim pra isso. Teve uma ação, por exemplo, que ele fez de detonação de balsas de garimpo no Vale do Javari, e então ele foi exonerado do cargo de coordenador."
- Fonte: G1 Publicado em 25 de agosto de 2022.
  • "Alguém tinha que me provar que ele realmente não estava vivo. Agora que sei, eu estou nesta fase do luto, de explicar para os meus filhos, e elaborar isso com eles. É muito duro. Esta fase de luto também é uma fase de buscar realmente a justiça. Justiça no sentido de esclarecimento e no sentido de que de isto não se repita. Eu, os funcionários da Funai, todo mundo que trabalha lá, as pessoas que vivem lá. A gente quer viver e trabalhar com segurança. Eu quero voltar para lá com meus filhos. Lá é meu lugar de trabalho também."
- Fonte: Fantástico Publicado em 26 de agosto de 2022.

Referências

  1. 1,0 1,1 "Vivemos terror na Amazônia", disse Bruno Pereira em 2020 Nádia Pontes, DW Brasil. Publicado em 25 de agosto de 2022.