Wal Torres
Aspeto
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Wal Torres (São Paulo, 30 de março de 1950) é uma terapeuta do gênero e sexóloga transexual brasileira.
- "Não somos rapazes pervertidos e efeminados. Simplesmente somos mulheres extremamente prejudicadas fisicamente. (...) Eu nasci sem a chance de ser feliz."
- -Fonte: trecho do livro "Meu Sexo Real", de sua autoria.
- "Apesar de toda a minha capacidade profissional, estou desempregada porque não tenho como apresentar meu currículo e documentos numa empresa. Eu seria barrada na portaria, ririam na minha cara. A Martha [seu pseudônimo de mulher então] não existe, é uma sombra, um espectro. (...) Tive que sair do meu emprego e não posso procurar quem me conheceu como homem. Preciso da nova identidade para ter a chance de recomeçar do zero."
- -Fonte: entrevista ao jornal catarinense “A Notícia”, em abril de 1999.
- "Depois que lancei o livro [Meu Sexo Real] e apareci no "Jô Soares Onze e Meia", tenho sido procurada por muitos meninos e meninas com discordância de gênero. Assim como aconteceu comigo, eles não têm com quem desabafar e encontram em mim essa pessoa. Não há um conselho genérico que eu possa dar, cada história é diferente da outra. Quando você percebe que não é o que as pessoas esperam que você seja, vem a culpa. Nunca fui um menino gay, um menino efeminado. Fui uma menina deficiente, mas quem iria entender isso? A criança fica numa situação de extremo desespero. Se ela se mostra, passa a ser torturada e acaba no meio de marginais, porque ninguém a apoia. Então o que fiz? Quando vi a fria em que estaria entrando se revelasse quem realmente era, pensei: ‘Querem que eu seja hominho, não é tão difícil parecer.’ E fui uma atriz perfeita, ninguém jamais desconfiou. Decidi abrir mão de minha sexualidade até o dia em que pude me assumir como mulher. Já que esse lado afetivo estava prejudicado, aproveitei para me desenvolver culturalmente. Estudei muito, fiz Engenharia Química na Politécnica, Filosofia na PUC, um monte de mestrados e doutorado no exterior, dei consultoria na Europa e na África."
- -Fonte: entrevista ao jornal catarinense “A Notícia”, em abril de 1999.
- "Durante esse [meu] período de estudos e de trabalho em variâncias de gênero as mais diversas, tenho percebido que na realidade o gênero, como autopercepção da própria realidade existencial, abrange uma enorme diversidade, que transcende e muito qualquer classificação simplista de duas polaridades apenas. Existe um campo que defino de 'espaço de gênero', e nesse espaço se pode ser mais M (masculino), mais F (feminino) ou podemos viver num estado intermediário, e a formação dessa identidade, dinamicamente, pode ser estudada e conhecida."
- - Afirmação de Wal Torres extraída do site da Organização Internacional de Intersexuais (OII), 2007.
- "Em uma dor de dente não se espera a maioridade para proporcionar socorro ao paciente. O mesmo deve acontecer com crianças e jovens que sofrem de um transtorno de identidade de gênero."
- - Afirmação de Wal Torres extraída do site da OII, 2007.
Sobre
[editar]- "A autora Martha Freitas é engenheira, formada na Escola Politécnica da USP, e filósofa, pela PUC. Infelizmente, vítima de um destino cruel, nasceu não como uma mulher normal, mas uma mulher transexual."
- - Prefácio do Livro Meu Sexo Real, da editora Vozes, 1998.