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Henri Ramirez

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Henri Ramirez é um linguista brasileiro, considerado um dos mais renomados pesquisadores das línguas indígenas sul-americanas.



  • "Assim como as andorinhas que, conforme Aristóteles (350 a.C: livro VIII, capítulo 16), não migrariam no inverno para terras mais quentes, mas se esconderiam nas rachaduras de pedras e hibernariam, ideia ridícula que foi repetida até o século XVIII simplesmente porque Aristóteles sempre tinha razão, assim está acontecendo com os baniwa e os warekena: verdadeiras andorinhas de Aristóteles e bolas de neve de tamanho monstruoso, cuja origem é às vezes dificil de rastrear, formaram-se já há mais de um século e continuam repetidas em "estudos sérios"."
- RAMIREZ, Henri. Enciclopédia das línguas Arawak: acrescida de seis novas línguas e dois bancos de dados, v. 2, p. 103. Curitiba: Editora CRV, 2020.
  • "Tais considerações iniciais mostrarão ao leitor que os erros do passado continuam a se perpetuar até hoje, como bolas de neve ou verdadeiras andorinhas aristotélicas. Durante quase 2000 anos, a autoridade de Aristóteles havia conseguido manter viva o preconceito de que as andorinhas não migravam e, ainda no século XVI, acreditava-se que as andorinhas juntavam-se em grande número no outono e deixavam-se cair para afundar na lama ou na água, embaladas como sardinhas até a primavera. Na linguística arawak, tais preconceitos não remontam a Aristóteles, mas são tão persistentes quanto essas andorinhas."
- RAMIREZ, Henri. Enciclopédia das línguas Arawak: acrescida de seis novas línguas e dois bancos de dados, v. 2, p. 13. Curitiba: Editora CRV, 2020.
  • "E é esse glossário, meio geográfico, pouco classificatório e totalmente improvisado, que se ensina aos estudantes universitários como “excelente exemplo de classificação arawak”, talvez por ter sido publicado pela Cambridge University Press. Se realmente os estudantes não são tão doutrinados (para não dizer embrutecidos) ao ponto de pensar que qualquer dicotomia sempre vale mais que politomias ou que tudo que sai de Cambridge ou de Oxford é necessariamente perfeito, então que seja apresentada a eles uma classificação pelo menos decentemente redigida, como, por exemplo, a de Campbell-Kaufman ou, melhor ainda, a de biólogos ou engenheiros, como Walker e Ribeiro, mesmo se estes não sabem ao certo o que “cognato” significa! O leitor deve entender que as andorinhas de Aristóteles, que voaram desde o tempo de Rivet em cima das línguas arawak, já há tempo migraram para o inferno e não podem ser mais repetidas: as classificações apresentadas por compiladores sem que nenhuma metodologia seja apresentada para ser o objeto de crítica devem ser enterradas."
- RAMIREZ, Henri. Enciclopédia das línguas Arawak: acrescida de seis novas línguas e dois bancos de dados, v. 2, p. 22. Curitiba: Editora CRV, 2020.
  • "Esta enciclopédia não é um “guia do politicamente correto” escrito para as embaixadas, mas um alerta para a comunidade linguística. Portanto, não são poupadas críticas para estudos medíocres ou que são meras repetições do que outros antes disseram. Atualmente, muitos pesquisadores veem a investigação linguística apenas como um meio para obter um título e assim entrar no mercado de trabalho, enquanto outros chegam à América do Sul para conhecer as belezas da região e entregar-se ao turismo cultural, mas não para se dedicar a árduas pesquisas de campo. A cultura acadêmica voltada para a produção (output-driven academic culture) também contribui para a qualidade baixa de certos trabalhos. Com isso, é toda a línguística arawak dos últimos 30 anos que está em jogo."
- RAMIREZ, Henri. Enciclopédia das línguas Arawak: acrescida de seis novas línguas e dois bancos de dados, v. 1, p. 11. Curitiba: Editora CRV, 2020.

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