Eduardo Moreira
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Eduardo Moreira |
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Eduardo Moreira. (11 de Fevereiro de 1976). É um empresário, engenheiro, palestrante, escritor, dramaturgo, apresentador e ex-banqueiro de investimentos.
O que os donos do poder não querem que você saiba, 2020
[editar]O que os donos do poder não querem que você saiba, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2020. ISBN 9788520014073
- O comprovante que a pessoa emite para o credor que lhe emprestou dinheiro é um título da dívida ou título de renda fixa. E o comprovante emitido para o sócio é uma ação. Agora a notícia bombástica: todo o mercado financeiro resume-se a somente esses dois títulos, os de dívida e as ações! p. 29
- Do dinheiro parado em conta-corrente até os fundos de investimentos, CDBs, negociações no Tesouro Direto e mais aquela centena de produtos aparentemente complicados - todos são ou uma dívida, ou uma participação societária! Sabendo só isso, a maioria das pessoas economizaria uma quantidade enorme de dinheiro todos os anos. Pois saberia as perguntas corretas a fazer a seus atendentes nos bancos e não embarcaria em canoas furadas tão frequentemente vendidas como bons produtos. p. 29
- Na quase totalidade dos casos, a pessoa que lhe atende no banco ou na corretora tem sua remuneração vinculada ao lucro que gerou ao lhe vender o produto. p. 31
- Quanto mais rentável para o banco for o produto, mais o gerente ganha no final do mês por vendê-lo. Isso faz com que os gerentes vendam sempre os produtos que os fazem bater a meta estipulada pelo banco, ou aqueles que geram um maior lucro para o banco (e não para você!) e que, portanto, rendem maiores comissões. p. 31
- "Quando seu consultor disser que quer te mostrar o investimento mais lucrativo que tem, pergunte a ele lucrativo para quem?". Quase nunca o investimento que o banco lhe mostra é o que há de melhor para você. p. 32
- Títulos de capitalização são simplesmente sorteios, como as loterias, só que com prêmios ridiculamente menores. p. 32
- Quando você coloca seu dinheiro em um banco, imagina que o risco de perdê-lo é igual ao risco de o banco quebrar, mas, na maioria das vezes, esse raciocínio é absolutamente equivocado. "... em boa parte desses casos, pouca diferença faz o banco em que você está: importa mesmo o investimento em si!" p. 33
- ... quando você investe em um fundo, seu dinheiro deixa aquele banco e vai para outro lugar! E, a partir desse momento, seu risco passa a ser equivalente aos investimentos que estão sendo feitos dentro do fundo. p. 33
- Só existem dois tipos de investimentos! Na verdade, todas as opções que você acha que tem à disposição resumem-se somente a uma destas duas, como já disse: ações ou dívidas. p. 35
- Se o título que estão lhe mostrando é um título de renda fixa, você já sabe que está comprando um título de dívida, ou seja, está emprestando dinheiro para alguém. p. 35
- ... o valor era acima de R$ 100 mil. Ou seja, para qualquer valor menor do que esse, você estaria mais bem servido deixando o dinheiro parado no cofre de casa do que aplicado no fundo do banco - dado que as tarifas corroeriam mais do que você ganharia de juros reais. Como num truque de mágica, os bancos conseguem fazer seus clientes não prestarem atenção nos mecanismos que criam para ganhar o seu dinheiro. p. 36
- A caderneta de poupança mereceria uma nota, também, descrevendo por que está sempre, em qualquer condição econômica, como um dos piores investimentos disponíveis (e um dos mais lucrativos para os bancos). Em vez de escrever, porém, deixo uma pergunta ao leitor: se a caderneta de poupança fosse realmente um bom investimento para as pessoas, precisaria de tanta propaganda e haveria tanto interesse em ser vendida pelos bancos? p. 37
- O capitalismo é um modelo que depende intrinsecamente da desinformação em massa. Não haveria qualquer outra forma de um sistema tão cruel e injusto como ele permanecer de pé que não fosse essa. p. 39
- O capitalismo sobrevive somente em função da propaganda, que faz dele o que não é. p. 40
- ... não me parece razoável imaginar que o sistema que torna os oito indivíduos mais ricos do mundo detentores da metade da riqueza de toda a população mundial (quase 4 bilhões de pessoas) tenha qualquer chance de ser justo. p. 40
- ... os oito mais ricos e a maior parte do 4 bilhões mais pobres estão em países capitalistas. p. 40
- As horas de trabalho, de estudo e de esforço dos mais pobres são infinitamente maiores, na média, do que as daqueles que ocupam o topo do sistema. Por isso a análise dita meritocrática é realizada sempre e somente com os que "chegaram lá" e nunca com os que estão lá. p. 42
- A dura realidade é que a maioria das pessoas que estão nas camadas de cima da pirâmide social têm conhecimento, habilidade e esforço "médios": são medíocres. p. 42
- É o fato de que um evento real vale mais para formar opinião do que qualquer estatística. E é em cima de pouquíssimos casos reais, como o de seu Zé, que o sistema mascara uma infinidade de casos de fracassos e injustiça que acabam virando apenas estatística. p. 43
- O capitalismo sempre será o sistema no qual pobres trabalham para ver o resultado de seu esforço refletido na melhoria da vida alheia, nesse caso, a dos ricos. p. 44
- ... o dinheiro para financiar a saúde dos mais pobres deveria sair dos mais ricos, simples assim. p. 48
- O problema é que a distância entre os dois sistemas é tão grande que, por um bom tempo, a melhoria do serviço de saúde oferecido aos pobres não o levará ao patamar mínimo que deveria ter para sequer começar a ser testado pelos ricos. p. 48
- A distância entre a qualidade oferecida pelo setor público e pela iniciativa privada é tão grande que melhorar o público não alterará em nada, por muito tempo, a opção dos ricos de mandar seus filhos para escolas privadas. p. 48
- ... transformar empresas estatais em empresas privadas só aumenta o poder de pessoas com o único objetivo de acumular riquezas. p. 54
- O argumento de que a riqueza gerada será tão grande que beneficiará também os empregados, refletindo em salários mais altos e maiores benefícios, é, no mínimo, moralmente discutível. p. 54
- Uma boa metáfora seria a de um rapaz saindo de um supermercado em uma região muito pobre cheio de sacolas com compras. Propõe-se, então, que a solução para a pobreza da região seja dar ainda mais sacolas para aquele rapaz porque aí, inevitavelmente, ele não conseguirá carregá-las e, assim, algumas compras cairão no chão, beneficiando os outros. p. 54
- Conferir aos pobres, como política, a sobra e o resto me parece de uma maldade ou insensibilidade tremenda. p. 54
- Não existe conflito de interesse nenhum. O interesse é sempre um só: o lucro. p. 55
- Curiosamente, porém, o país que tem os maiores gênios do mundo não está entre os top 10 nos rankings de educação. É que a educação é vista como um esporte olímpico pelos norte-americanos: o importante é ganhar as medalhas e aparecer no ranking. p. 62
- Lembre o raciocínio que desenvolvemos anteriormente sobre o capitalismo, mostrando que educação, saúde e outros serviços de qualidade oferecidos aos ricos são financiados pelos pobres. p. 62
- E por que será que os Estados Unidos escolhem Cuba, e não o Haiti ou o Sudão para apontar sua devastadora máquina de propaganda? ... O que Cuba tem a oferecer de perigo é a defesa de outro paradigma ideológico, que bate de frente com o que sustenta todo o modelo norte-americano, e por isso é contestado com tanto empenho e veemência. p. 66
- Redes sociais, existem para vender! São filhas do mundo capitalista, têm, assim, como principal objetivo o lucro. p. 67
- A verdade, mais uma vez, é que os impostos contribuem para uma enorme transferência de riqueza de pobres para ricos. Principalmente em países como o Brasil. p. 113
- No caso dos pobres, boa parte dos impostos que pagam não chega sequer a voltar em serviços para uma melhor qualidade de vida, parando antes no bolso dos ricos. p. 115