Santos Dumont
Aspeto
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Santos Dumont | |
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Santos Dumont em 1903 | |
Nascimento | 20 de julho de 1873 Santos Dumont |
Morte | 23 de julho de 1932 (59 anos) Guarujá |
Cidadania | Brasil, França |
Ocupação | piloto aviador, balonista, cientista, inventor |
Assinatura | |
Santos Dumont (?) foi um aviador e inventor brasileiro.
Verificadas
[editar]- “Há um ditado que ensina "o gênio é uma grande paciência"; sem pretender ser gênio, teimei em ser um grande paciente. As invenções são, sobretudo, o resultado de um trabalho teimoso, em que não deve haver lugar para o esmorecimento”.
- “Nós, os fundadores da locomoção aérea no fim do século passado, tínhamos sonhado um futuroso caminho de glória pacífica para esta filha dos nossos desvelos. Lembro-me perfeitamente que naquele fim de século e nos primeiros anos do atual, no Aero Club de França que foi, pode-se dizer "O ninho da aeronáutica" e que era o ponto de reunião de todos os inventores que se ocupavam desta ciência, pouco se falou em guerra; prevíamos que os aeronautas poderiam, talvez, no futuro, servir de esclarecedores para os Estados Maiores dos exércitos, nunca, porém, nos veio à idéia que eles pudessem desempenhar funções destruidoras nos combates”.
- “Aproveito a ocasião para agradecer à imprensa do mundo inteiro a simpatia com que me cativou e, principalmente, a que dispensou à "Idea Aérea". Foi graças a isso que se instituíram prêmios de estímulo e o cérebro dos inventores se pôs a trabalhar para o aperfeiçoamento da aeronave, até podermos, em 1918, possuir aeroplanos e dirigíveis que parecem o resultado de uma evolução milenária”.
- “Em 12 de julho de 1901, às 3 horas da madrugada, auxiliado por alguns amigos e meus mecânicos, levei-os para o Hipódromo de Longchamps; comecei a fazer pequenos círculos com o dirigível, que era verdadeiramente dócil; fui ao bairro de Puteaux e evoluía por cima de suas inúmeras usinas quando, de repente, ouço um barulho terrível: uma a uma todas as usinas tinham posto a funcionar seus apitos e sirenes”.
- “Fiz duas ou três voltas e cheguei novamente a Longchamps”.
- - relatando sua primeira experiência combinando dirigível (balões) acoplado a motores, para facilitar o direcionamento dos vôos; fonte: O que eu vi, o que nós veremos
- “Dormi três anos e no mês de julho de 1906 apresentei-me no campo de Bagatelle com o meu primeiro aeroplano”.
- “Perguntar-me-á o leitor porque não o construí mais cedo, ao mesmo tempo que os meus dirigíveis. É que o inventor, como a natureza de Linneu, não faz saltos; progride de manso, evolui. Comecei por fazer-me bom piloto de balão livre e só depois ataquei o problema de sua dirigibilidade. Fiz-me bom aeronauta no manejo dos meus dirigíveis; durante muitos anos, estudei a fundo o motor a petróleo e só quando verifiquei que o seu estado de perfeição era bastante para fazer voar, ataquei o problema do mais pesado que o ar”.
- “A questão do aeroplano estava, havia já alguns anos, na ordem do dia; eu, porém, nunca tomava parte nas discussões, porque sempre acreditei que o inventor deve trabalhar em silêncio; as opiniões estranhas nunca produzem nada de bom”.
- - O que eu vi, o que nós veremos
- “Abandonei meus balões e meu hangar no parque do Aero Club”.
- “Em completo silêncio trabalhei três anos, até que, em fins de julho, após uma assembléia do Aero Club, convidei meus amigos a assistirem minhas experiências, no dia seguinte”.
- “Foi um espanto geral. Todo mundo queria saber como era o aparelho”.
- “A suas dimensões eram: comprimento, 10 metros; envergadura, 12 metros; superfície total, 80 metros quadrados; peso, 160 quilos; motor, 24 HP”.
- “Era uma aparelho grande e biplano e assim o fiz, apenas, a fim de reunir maiores facilidades para voar, pois sempre preferi os aparelhos pequenos, tanto que me esforcei para inventa-los, o que consegui com o minúsculo "Demoiselle", o aeroplano ideal para o amador”.
- “Continuando na minha idéia de evolução, dependurei o meu aeroplano em meu último balão, o n.º 14; por esta razão, batizaram aquele com o nome de 14-bis. Com esse conjunto híbrido, fiz várias experiências em Bagatelle, habituando-me, dia a dia, com o governo do aeroplano, e só quando me senti senhor das manobras é que me desfiz do balão”.
- - O que eu vi, o que nós veremos
- “Logo depois, em 23 de outubro, perante a Comissão Científica do Aero Club e de grande multidão, fiz o célebre vôo de 250 metros, que confirmou inteiramente a possibilidade de um homem voar”.
- “Esta última experiência e a de 12 de julho de 1901, me proporcionaram os dois momentos mais felizes de toda a minha vida”.
- - O que eu vi, o que nós veremos
- - em 12 de julho de 1901 foi o primeiro vôo de um dirigível (balão) com motores
- - em 23 de outubro de 1906 foi realizado o vôo com o 14-bis, um protótipo do avião
- “Eu não quero tirar em nada o mérito dos irmãos Wright, por quem tenho a maior admiração; mas é inegável que, só depois de nós, se apresentaram eles com um aparelho superior aos nossos, dizendo que era cópia de um que tinham construído antes dos nossos”.
- “Logo depois dos irmãos Wright, aparece Levavassor com o aeroplano "Antoinette", superior a tudo quanto, então, existia; Levavassor havia já 20 anos que trabalhava em resolver o problema do vôo; poderia, pois, dizer que o seu aparelho era cópia de outro construído muitos anos antes. Mas não o fez”.
- “O que diriam Edison, Graham Bell ou Marconi se, depois que apresentaram em público a lâmpada elétrica, o telefone e o telégrafo sem fios, um outro inventor se apresentasse com uma melhor lâmpada elétrica, telefone ou aparelho de telefonia sem fios dizendo que os tinha construído antes deles?!”
- “A quem a humanidade deve a navegação aérea pelo mais pesado que o ar? Às experiências dos irmãos Wright, feitas às escondidas (eles são os próprios a dizer que fizeram todo o possível para que não transpirasse nada dos resultados de suas experiências) e que estavam tão ignoradas no mundo, que vemos todos qualificarem os meus 250 metros de "minuto memorável na história da aviação", ou é aos Farman, Bleriot e a mim que fizemos todas as nossas demonstrações diante de comissões científicas e em plena luz do sol?”
- - O que eu vi, o que nós veremos
- “Quem ler o n.º 1 de "Je sais tout", 1905, verá que em meu artigo publicado nesse número eu dizia: "La guerre de l'avenir se fera au moyen de croiseurs aériens rapides se tenant à d'inaccessibles hauteurs, et bombardant à leur guise les forts, les armées et les vaisseaux" (A guerra do futuro se fará por meio de cruzadores aéreos rápidos que atingirão alturas inacessíveis, e bombardeando à maneira deles fortes, exércitos e seus navios). Este artigo foi ridicularizado por alguns militares”.
- “Haverá hoje, talvez, quem ridicularize minhas predições sobre o futuro comercial dos aeroplanos. Quem viver, porém, verá”.
- - O que eu vi, o que nós veremos/Parte II
- "Estou disposto a oferecer, em concurso, um prêmio de 10 mil francos para o melhor trabalho sobre a interdição das máquinas aéreas como arma de combate e de bombardeio."
- - Fonte: Revista Caras, 13 de Setembro de 2006.
- "...qual é a vantagem de ter medo? Medo impede a mente de trabalhar propriamente: coragem física depende grandemente de como é constituída: ela talvez não seja sempre controlada pelo desejo e um homem com coragem física pode ser um covarde moral. Consequentemente, quando as pessoas me elogiam por coragem física eu começo a pensar que elas não entendem a filosofia em questão."
Sobre Santos Dumont
[editar]- "De agora em diante, há um fato precioso. Partindo do solo, um homem, numa máquina voadora, percorreu, no ar, mais de 50 metros; não se trata de um desses resultados apócrifos, ou simplesmente afirmados, como aqueles dos irmãos Wright".
- Ferdinand Ferber. Fonte: Vida e morte de Santos-Dumont (final). Página 53.
- "Se algum dia eu pudesse pecar por inveja, pecaria hoje, invejando o meu amigo Santos-Dumont, que conseguiu conquistar uma das glórias mais belas que o homem pode ambicionar neste mundo. Acaba de realizar, não em segredo, nem diante de testemunhas hipotéticas e complacentes, mas à luz plena do sol e perante uma multidão, um soberbo vôo de 60 metros."
- Ernest Archdeacon. Fonte: Vida e morte de Santos-Dumont (final). Página 53.
- "Agora a humanidade vive à sombra de um homem".
- Jean Jaurès. Fonte: Vida e morte de Santos-Dumont (I). Página 62.