A Viagem do Peregrino da Alvorada

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A Viagem do Peregrino da Alvorada (1952) é o terceiro livro da série As Crônicas de Nárnia a ser publicado, mas o quinto na ordem sugerida de leitura.


  • "Quase todos nós temos um país secreto, que, para a maioria, é apenas um país imaginário."
- Os países imaginários


  • "A nossa história começa numa tarde em que Edmundo e Lúcia aproveitavam juntos alguns minutos preciosos. Como é óbvio, falavam de Nárnia..."
- O início da história
  • "A proa era dourada e tinha o formato de uma cabeça de dragão de boca escancarada. Tinha apenas um mastro e uma grande vela quadrada de um vivo tom de púrpura. As laterais do barco, só visíveis onde terminavam as asas do dragão, eram verdes. Estava exatamente na crista de uma grande onda azul, e o côncavo da vaga mais próxima, franjada de espumas e salpicos, parecia vir para cima da gente."
- Descrição do quadro no quarto de Lúcia
  • "Tudo no quadro estava em movimento. Não era como no cinema, não: as cores eram muito mais reais e vivas, como ao ar livre. A proa do navio afundava e tornava a subir nas ondas com uma grande franja de espuma. Quando uma onda ergueu o navio atrás, viu-se pela primeira vez a popa e o convés, que desapareceram logo no bojo da onda seguinte. Nesse mesmo instante, um caderno, que estava caído sobre a cama de Edmundo, começou a virar as folhas e foi levado pelo ar, batendo na parede; o cabelo de Lúcia enrolou-se em torno do rosto, como num dia de vento. Era um dia de vento, mas o vento soprava do quadro. De súbito, com o vento, vieram os barulhos..."
- O quadro em movimento
  • "O tempo em Nárnia não corre como em nosso mundo. Mesmo que passemos cem anos em Nárnia, voltamos ao nosso mundo exatamente no

mesmo dia e na mesma hora em que partimos. Mas, se quisermos voltar a Nárnia depois de termos passado uma semana aqui, podem já ter se passado mil anos em Nárnia, ou um dia só, ou até não ter passado tempo algum. Só quando se chega lá é que se sabe quanto tempo se passou. Assim, quando os Pevensie haviam estado em Nárnia pela última vez, na segunda visita, era para os habitantes de Nárnia como se o rei Artur tivesse voltado à Grã-Bretanha, como se diz que há de voltar. E eu digo que o quanto antes melhor!"

- A volta a Nárnia e a velha confusão dos tempos
  • "um rato com cerca de sessenta centímetros de altura, caminhando apoiado nas patas traseiras. Atada à cabeça, por baixo de uma orelha e por cima de outra, exibia uma fina fita dourada na qual se prendia uma pena vermelha. Como a pele do rato era muito escura, quase negra, o efeito era impressionante. Apoiava a pata esquerda no punho de uma espada quase tão comprida quanto sua cauda. Seu equilíbrio, ao caminhar solenemente ao longo do convés que balançava, era perfeito, e seus modos revelavam que estava habituado à corte."
- Ripchip
  • "Jurei que se um dia estabelecesse a paz em Nárnia navegaria durante um ano para encontrar os amigos de meu pai, ou ter a certeza da morte deles e vingá-los caso pudesse. Seus nomes eram lorde Revilian, lorde Bern, lorde Argos, lorde Mavramorn, lorde Octasiano, lorde Restimar e Lorde Rupe."
- O Objetivo de Caspian
Se navegassem muito a oeste, poderiam cair da borda do mundo...
  • "Por que não haveríamos de chegar ao extremo oriental do mundo? Que poderíamos encontrar lá? Espero encontrar o próprio país de Aslam! É sempre do Oriente, através do mar, que o Grande Leão vem encontrar-se conosco."
- A ambição de Ripchip
  • "Onde o céu e o mar se encontram,
Onde as ondas se adoçam,
Não duvide, Ripchip,
Que no Leste absoluto está
Tudo o que procura encontrar."
- A canção da dríade à Ripchip
  • "Vim parar aqui [na ilha de Avra] com os meus seis companheiros, gostei de uma moça destas ilhas e cheguei à conclusão de que havia andado muito tempo pelo mar. Enquanto seu tio estivesse no governo não seria possível voltar a Nárnia; assim, casei-me e aqui tenho vivido desde então."
- Lorde Bern contando sua história a Caspian
  • "O tráfico não traz para a ilha carne, pão, cerveja, vinho, madeira, couve, livros, instrumentos musicais, armaduras ou qualquer outra coisa. Mas, mesmo que trouxesse, não pode ria continuar."
- Caspian criticando o tráfico de escravos nas Ilhas Solitárias
  • "Têm rostos escuros e longas barbas. Usam vestes amplas e turbantes cor-de-laranja e são um povo sábio, rico, cortês, cruel e antigo."
- Os calormanos
  • "Muitos pensavam que, se navegassem demasiado para oeste, chegariam às ondas de um mar sem terras que rodava perpetuamente em torno da crosta do mundo."
- A opinião dos capitães sobre a possibilidade de haver terras ao oeste
Ripchip era um bom jogador e, quando prestava atenção ao que estava fazendo, era certo e sabido que ganhava.
  • "De repente, esquecia-se de que estava jogando xadrez, julgando-se em um combate real, obrigando o cavaleiro a proceder como ele faria se estivesse no seu lugar. Pois tinha o espírito cheio de arrebatamentos de outros tempos, de missões de morte ou glória, de decisões heróicas."
- Como Ripchip jogava xadrez
  • "Fomos arrastados por um furacão treze dias e treze noites...
...Rações muito pequenas para todos e para mim menos do que para os outros....
...Acordei a noite sentindo-me febril... peguei o meu copo e fui até a sala sala grande, onde estão os bancos dos remadores e as bagagens. Corria tudo às mil maravilhas, mas antes que conseguisse encher um copinho de água... quem haveria de me apanhar senão o espião do Rip!...
...Continuamos navegando para leste. Passo agora o dia todo no meu buraco e não vejo ninguém...
...Terra à vista: uma montanha muito alta, lá longe a sudoeste. Lançamos âncora às sete da noite numa baía desta ilha montanhosa."
- Algumas anotações do diário de Eustáquio
  • "Tinha se transformado num dragão enquanto dormia. Ao dormir sobre o tesouro de um dragão, com pensamentos gananciosos, típicos de um dragão, ele próprio acabara se transformando em dragão."
- A transformação de Eustáquio
  • "Chegou à conclusão de que era um monstro, separado do resto da humanidade. Caiu sobre ele uma tristeza tremenda..."
- A reação de Eustáquio à sua transformação
  • "O prazer (absolutamente inédito) de gostarem dele e, ainda mais, de ele gostar dos outros impedia que caísse no desespero. Porque era horrível ser dragão. Estremecia sempre que, ao voar, se via refletido num lago. Odiava as enormes asas de morcego, o dorso denteado e as ferozes garras recurvadas. Tinha quase medo de ficar sozinho e, ao mesmo tempo, envergonhavase de estar acompanhado. A noite, quando não servia de saco de água quente, escapava do acampamento e deitava-se como uma serpente entre o bosque e a água."
- Como Eustáquio se sentia sendo um dragão
  • "Olhei e vi a última coisa que esperava ver: um enorme leão avançando para mim. E era estranho porque, apesar de não haver lua, por onde o leão passava havia luar."
- O encontro de Eustáquio com Aslam
  • "Ilha do Dragão - Descoberta por Caspian X, rei de Nárnia, no quarto ano do seu reinado.
Aqui, segundo parece, Lorde Octasiano encontrou a morte."
- O paradeiro de Lorde Octasiano
Viam finalmente o que tanta gente anseia por ver: a grande Serpente do Mar.
  • "Toda verde e vermelha, com manchas purpurinas, exceto nos lugares a que se agarravam mariscos, e tinha o feitio da cabeça de um cavalo, mas sem orelhas. Os olhos eram enormes, feitos para enxergar nas profundezas escuras do oceano, e na boca escancarada alinhava-se uma dupla fileira de dentes, afiados como os dos peixes. A princípio, pareceu-lhes que a cabeça se apoiava num comprido pescoço, mas, à medida que emergia das águas, compreenderam todos que não era o pescoço, mas o próprio corpo... As curvas da sua gigantesca cauda estendiam-se a uma grande distância, elevando-se, com intervalos, da superfície do mar."
- A Serpente do Mar
  • "Esta água transforma tudo em ouro. (...) E aquele coitado lá no fundo... bem, ele veio aqui num dia quente. Tirou a roupa no alto da rocha, onde estamos sentados. As roupas devem ter apodrecido, ou foram levadas pelas aves para fazer ninhos. A armadura ainda está ali. Mergulhou e..."
-O paradeiro de lorde Restimar.
  • "Era uma sala enorme, com três grandes janelas, cheia de livros do chão ao teto. Lúcia nunca vira tantos livros, tantos livros – livros fininhos, grossões, livros maiores do que qualquer Bíblia de igreja, todos encadernados em couro e cheirando a velhice, sabedoria e magia."
- A biblioteca de Coriakin
  • "Para mim, todo o tempo é breve!"
- Aslam
  • "Depois do jantar, o mágico executou um trabalho de magia ao mesmo tempo muito útil e interessante. Colocou duas folhas de pergaminho sobre a mesa e pediu a Drinian que lhe desse uma descrição pormenorizada da sua viagem até aquela data. À medida que Drinian falava, tudo quanto dizia ia aparecendo no pergaminho em linhas seguras e nítidas, até que, por fim, cada folha era um esplêndido mapa do Oceano Oriental, com Galma, Terebíntia, as Sete Ilhas, as Ilhas Solitárias, a Ilha do Dragão, a Ilha

Queimada, a Ilha da Água da Morte e a própria ilha dos Tontos, todas colocadas exatamente nos lugares próprios e nas devidas posições."

- O presente de Coriakin
  • "Se vantagem é encher a bolsa e a barriga, confesso que não vejo vantagem nisso. Tanto quanto sei, não nos fizemos ao mar para procurar coisas vantajosas, mas para ganharmos honras e aventuras. Aí está a maior aventura de que já ouvi falar; se virarmos as costas, nossa honra ficará manchada."
- Ripchip
  • "Piedade! Mesmo que vocês sejam um sonho, piedade! Recolham-me. Levem-me a bordo, mesmo que seja para me matar! Mas não desapareçam, pelo amor de Deus, não me deixem nesta terra horrível!"
- A súplica de Lorde Rupe
  • "Esta é a ilha onde os Sonhos se tornam realidade. (...) Ouvem bem o que digo? Aqui os sonhos tornam-se vivos e reais. Não os devaneios; os sonhos."
- Lorde Rupe explicando a Ilha Negra
  • "Há coisas que um homem não pode enfrentar."
- Caspian sobre a Ilha Negra
  • "Aslam, Aslam, se é verdade que alguma vez nos amou, ajude-nos agora."
- A oração de Lúcia
  • "Lúcia viu alguma coisa no facho de luz. Primeiro parecia uma cruz, depois um avião, depois um papagaio e, finalmente, quando passou sobre suas cabeças, ruflando as asas, viram que era um albatroz. Deu três voltas em torno do mastro e depois pousou um instante no dragão dourado da proa. (...) ao revolutear em torno do mastro o albatroz murmurara “Coragem, querida!”. Era a voz de Aslam, e o seu hálito suave roçou-lhe a face."
- A resposta à oração de Lúcia
  • "Viam agora um grande espaço, lajeado com pedras macias, rodeado de colunas cinzentas, mas sem telhado. Dos dois lados havia cadeiras de pedra ricamente esculpidas, com almofadas de seda nos assentos. Na mesa estava um banquete como nunca se viu, nem mesmo quando Pedro, o Grande Rei, tinha corte em Cair Paravel."
-A Mesa de Aslam
  • "Viram que nas três cadeiras se sentavam três homens, ainda que só fosse possível reconhecê-los como tal observando-os muito de perto. Os cabelos grisalhos tinham crescido tanto que lhes encobriam os olhos e quase lhes ocultavam o rosto; as barbas caíam sobre a mesa, subindo e enrolando-se em pratos e jarros, como espinheiros numa cerca, e toda aquela mata de pêlos descia da mesa e tocava o chão. O cabelo pendia-lhes das cabeças sobre as costas das cadeiras, que estavam totalmente ocultas. Eram quase só cabelos."
-O sono encantado dos lordes Revilian, Argos e Mavramorn
  • "A figura trazia uma luz, e era a única coisa que se via distintamente. Foi-se aproximando devagar, até que ficou em pé, perto deles. Era uma moça alta, com uma vestimenta azul-clara que lhe deixava os braços nus. Os cabelos louros caíam-lhe soltos pelas costas, e só quando a viram compreenderam o que era a verdadeira beleza."
-A filha de Ramandu
Era uma faca de pedra, afiada como se fosse de aço, parecendo muito antiga e muito perigosa.
  • "No meio de uma discussão, pegou a Faca de Pedra que está aqui na mesa e quis lançar-se com ela sobre os companheiros. Mal os dedos tocaram o cabo, caiu adormecido, assim como os outros dois. E até que se desfaça o encantamento nunca mais acordarão. (...) Foi com essa faca que a Feiticeira Branca matou Aslam, já há muito tempo, na Mesa de Pedra."
-O motivo do sono encantado dos lordes
  • "Uma figura tão alta e ereta quanto a jovem, mas não tão esguia. Não trazia luz, mas parecia irradiar luz. Era um homem idoso. A barba prateada caía-lhe até os pés descalços, o cabelo prateado até os tornozelos, e usava uma túnica que parecia feita de lã de carneiros de prata. Era uma figura suave e digna..."
-Ramandu
  • "Sou uma estrela em repouso, minha filha. Quando era uma estrela velha e decrépita, a tal ponto que vocês nem podem imaginar, trouxeram-me para esta ilha. Agora não sou tão velho quanto antes. Todas as manhãs uma ave traz para mim um fruto de fogo dos vales do Sol, e cada um desses frutos tira um pouco da minha idade. Quando estiver jovem feito uma criança que tivesse nascido ontem, subirei de novo e, uma vez mais, entrarei na grande dança do espaço."
-A explicação de Ramandu sobre si mesmo
  • "Majestades, meus senhores e minhas senhoras, gostaria apenas de lembrar uma coisa: ninguém veio obrigado a esta viagem. Viemos todos por livre e espontânea vontade. Muitos, que estão agora olhando para esta mesa como doidos, proclamavam em voz bem alta, no dia da partida, em Cair Paravel, que haveriam de correr as mais fantásticas aventuras e juravam não voltar sem ter chegado ao Fim do Mundo. No cais ficaram muitos que tudo dariam para vir conosco. Não sei se entendem o que quero dizer... Mas, na minha opinião, aquele que desistir agora, depois de tantas aventuras por estes mares, será mais estúpido do que os Tontos. Ora, chegar ao princípio do Fim do Mundo e não ter a coragem de prosseguir!"
-O discurso de Rinelfo
  • "Enquanto puder, navegarei para o oriente no Peregrino. Quando o perder, remarei no meu bote. Quando o bote for ao fundo, nadarei com as minhas patas. E, quando não puder nadar mais, se ainda não tiver chegado ao país de Aslam, ou atingido a extremidade do mundo, afundarei com o nariz voltado para o leste, e outro será o líder dos ratos falantes de Nárnia."
-O discurso de Ripchip
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