Saltar para o conteúdo

Italo Calvino

Origem: Wikiquote, a coletânea de citações livre.
Italo Calvino
Italo Calvino
Nascimento Italo Giovanni Calvino Mameli
15 de outubro de 1923
Santiago de las Vegas
Morte 19 de setembro de 1985 (61 anos)
Siena
Residência Santiago de las Vegas, Sanremo, Turim, Florença, Sanremo, Turim, Nova Iorque, Turim, Havana, Roma, Paris, Roma
Cidadania Itália, Reino de Itália, Itália
Progenitores
  • Mario Calvino
  • Eva Mameli Calvino
Cônjuge Esther Judith Singer
Irmão(ã)(s) Floriano Calvino
Alma mater
  • Universidade de Turim
  • Universidade de Florença
Ocupação escritor, jornalista, ensaísta, romancista, roteirista
Prêmios
  • Comandante da Legião de Honra
  • Prêmio Viareggio (1957)
  • Prêmio Antonio Feltrinelli
  • Prêmio do Estado Austríaco para a Literatura Europeia (1976)
  • Ditmar Award
Obras destacadas Il barone rampante, Le città invisibili, Se um viajante numa noite de inverno, Six Memos for the Next Millennium, O Cavaleiro Inexistente, Il visconte dimezzato, Il sentiero dei nidi di ragno, Marcovaldo
Religião ateísmo
Causa da morte traumatic intracranial hemorrhage
Página oficial
http://www.italocalvino.org/

Italo Calvino (?) foi um escritor italiano.


Verificadas

[editar]

Palomar

[editar]
  • “O mar está levemente encrespado e pequenas ondas quebram na praia arenosa. O senhor Palomar está de pé na areia e observa uma onda. Não que esteja absorto na contemplação das ondas. Não está absorto, porque sabe bem o que faz: quer observar uma onda e a observa. Não está contemplando, porque para a contemplação, nenhuma daquelas três condições todavia, se verifica para ele. Em suma, não são “as ondas” que ele pretende observar, mas uma simples onda e pronto: no intuito de evitar as sensações vagas, ele predetermina para cada um de seus atos um objetivo limitado e preciso.”
  • “Se o modelo não consegue transformar a realidade, a realidade deveria conseguir transformar o modelo.”
  • "Não podemos conhecer nada de exterior a nós próprios que nos supere (...) o universo é o espelho em que podemos contemplar apenas o que aprendemos a conhecer em nós".
  • "Restam apenas ervas daninhas? Pior ainda: as ervas daninhas estão de tal maneira emaranhadas nas boas que não se consegue enfiar as mãos no meio e puxar. Dir-se-ia que se criou um pacto de cumplicidade entre as ervas de semeadura e as ervas selvagens, um afrouxamento das barreiras impostas pelas desigualdades de nascimento, uma tolerância resignada em relação à degradação. Algumas ervas espontâneas, por si só, não têm de modo algum um aspecto maléfico e insidioso. Porque não admiti-las no número das que pertencem ao prado de pleno direito, integrando-as na comunidade das que foram cultivadas?"

Cidades Invisíveis

[editar]
  • "A cidade aparece como um todo no qual nenhum desejo é desperdiçado e do qual você faz parte, e, uma vez que aqui se goza tudo o que não se goza em outros lugares, não resta nada além de residir nesse desejo e se satisfazer. Anastácia, cidade enganosa, tem um poder, que às vezes se diz maligno e outras vezes benigno: se você trabalha oito horas por dia como minerador de ágatas ônix crisóprasos, a fadiga que dá forma aos seus desejos toma dos desejos a sua forma, e você acha que está se divertindo em Anastácia quando não passa de seu escravo."
  • "Não se sabe se Kublai Khan acredita em tudo o que diz Marco Polo quando este lhe descreve as cidades visitadas em sua missões diplomáticas, mas o imperador dos tártaros certamente continua a ouvir o jovem veneziano com maior curiosidade e atenção do que a qualquer outro de seus enviados ou exploradores."
  • "Às vezes o espelho aumenta o valor das coisas, às vezes anula. Nem tudo o que parece valer acima do espelho resiste a si próprio refletido no espelho. As duas cidades gêmeas não são iguais, porque nada do que acontece em Valdrada é simétrico: para cada face ou gesto, há uma face ou gesto correspondido invertido ponto por ponto no espelho. As duas Valdradas vivem uma para a outra, olhando-se nos olhos continuamente, mas sem se amar."
  • "Marco Polo descreve uma ponte, pedra por pedra.
– Mas qual é a pedra que sustenta a ponte? —pergunta Kublai Khan.
– A ponte não é sustentada por esta ou aquela pedra —responde Marco—, mas pela curva do arco que estas formam.
Kublai Khan permanece em silêncio, refletindo. Depois acrescenta:
– Por que falar em pedras? Só o arco me interessa.
Polo responde:
– Sem pedras, o arco não existe."

Sob o Sol-Jaguar

[editar]
  • Como epígrafes num alfabeto indecifrável, do qual metade das letras tenham sido apagadas pelo esmeril do vento pesado de areia, assim permanecereis, perfumarias, para o homem futuro sem nariz.”
  • Mas como poderia descrever com palavras a sensação lânguida e selvagem que tinha experimentado na noite anterior ao baile de máscaras, quando a minha misteriosa companheira de valsa, com um gesto preguiçoso, deixara escorregar o xale de musselina que separava seus ombros brancos dos fios do meu bigode e uma nuvem estriada e arrebatadora me agredira as narinas como seu eu estivesse aspirando a alma de um tigre?”
  • Em suma, depois de coroado, convém que você esteja sempre sentado no trono sem se mexer, dia e noite. Toda a sua vida anterior não foi nada além da espera de tornar-se rei; agora já sabe; não há nada além de reinar. E o que é reinar se não esta outra longa espera? A espera do momento em que será deposto, em que terá de deixar o trono, o cetro, a coroa, a cabeça.”