Utilizador:R Dantas

Origem: Wikiquote, a coletânea de citações livre.

Frantz Omar Fanon (Fort-de-France, Martinica, 20 de julho de 1925 - Bethesda, Maryland, EUA, 06 de dezembro de 1961). Foi um psiquiatra negro, filósofo, escritor e ensaísta marxista francês da Martinica, de ascendência francesa e africana.


  • "A descolonização, que se propõe mudar a ordem do mundo, é, está visto, um programa de desordem absoluta. Mas não pode ser o resultado de uma operação mágica, de um abalo natural ou de um acordo amigável. A descolonização, sabemo-lo, é um processo histórico, isto é, não pode ser compreendida, não encontra a sua inteligibilidade, não se: torna transparente para si mesma senão na exata medida em que se faz discernível o movimento historicizante que lhe: dá forma e conteúdo."
-Os Condenados da terra, Frantz Fanon, tradução de José Laurêncio de Melo.Volume 42 - Página 26, 1961 - 275 páginas


  • "Exposta em sua nudez, a descolonização deixa entrever, através de todos os seus poros, granadas incendiárias e facas ensanguentadas. Porque se os últimos devem ser os primeiros isto só pode ocorrer em conseqüência de um combate decisivo e mortal, entre dois protagonistas. Esta vontade de: fazer chegar os últimos à cabeça da fila, de os fazer subir com cadência (demasiado rápida, dizem alguns) os famosos escalões que definem uma sociedade organizada, só pode triunfar se se lançam na balança todos os meios, inclusive: a violência,evidentemente."
-Os Condenados da terra, Frantz Fanon, tradução de José Laurêncio de Melo.Volume 42 - Página 27, 1961 - 275 páginas


  • "Todo povo colonizado — isto é, todo povo no seio do qual nasceu um complexo de inferioridade devido ao sepultamento de sua originalidade cultural — toma posição diante da linguagem da nação civilizadora,isto é, da cultura metropolitana."
-Peles negras, máscaras brancas, Frantz Fanon. Tradução de Renato da Silveira.Prefácio de Lewis R. Gordon, - Salvador : EDUFBA, 2008. Página 34, 193 páginas


  • "A zona habitada pelos .colonizados não é complementar da zona habitada pelos colonos. Estas duas zonas se opõem, mas não em função de uma unidade superior. Regidas por uma lógica puramente aristotélica, obedecem ao principio da exclusão recíproca: não há conciliação possível, um dos termos

é demais."

-Os Condenados da terra, Frantz Fanon. Tradução de José Laurêncio de Melo.Volume 42 - Página 28, 1961 - 275 páginas


  • "A cidade do colono é uma cidade sólida, toda de pedra e ferro. É uma cidade iluminada, asfaltada, onde caixotes do lixo regurgitam de sobras desconhecidas, jamais vistas, nem mesmo sondadas. Os pés do ,colono nunca estão à mostra, salvo talvez no mar, mas nunca ninguém:está bastante próximo deles. Pés protegidos por calçados fortes, enquanto que as ruas de sua cidade são limpas, lisas, sem buracos, sem seixos. A cidade do colono é uma cidade saciada, indolente, cuj0' ventre está permanentemente repleto de boas coisas. A cidade do colono é uma cidade de brancos, de estrangeiras."
-Os Condenados da terra, Frantz Fanon. Tradução de José Laurêncio de Melo.Volume 42 - Páginas 28 e 29, 1961 - 275 páginas


  • "A cidade do colonizado, ou pelo menos a cidade indígena, a cidade negra, a médina, * a reserva, é um lugar mal afamado, povoado de homens mal afamados. Aí se nasce não importa onde, não importa como. Morre-se não importa onde,não importa de quê. IÉ um mundo sem intervalos, onde os homens estão uns sobre os outros, as casas umas sobre as outras. A cidade do colonizado é uma cidade faminta, faminta de pão,de carne, de sapatos, de carvão, de luz. A cidade do colonizado é uma cidade:' acocorada, uma cidade ajoelhada, uma cidade acuada. É uma cidade de negros, uma cidade:' de árabes.
-Os Condenados da terra, Frantz Fanon. Tradução de José Laurêncio de Melo.Volume 42 - Página 29, 1961 - 275 páginas


  • "Cheguei ao mundo pretendendo descobrir um sentido nas coisas, minha alma cheia do desejo de estar na origem do mundo, e eis que medescubro objeto em meio a outros objetos."
-Peles negras, máscaras brancas, Frantz Fanon, Tradução de Renato da Silveira.Prefácio de Lewis R. Gordon, - Salvador : EDUFBA, 2008. Página 103 - 193 páginas


  • "Quanto mais assimilar os valores culturais da metrópole, mais o colonizado escapará da sua selva. Quanto mais ele rejeitar sua negridão, seu mato, mais branco será. No Exército colonial, e especialmente nos regimentos senegaleses de infantaria, os oficiais nativos são, antes demais nada, intérpretes. Servem para transmitir as ordens do senhor aos seus congêneres, desfrutando por isso de uma certa honorabilidade."
-Peles negras, máscaras brancas, Frantz Fanon, Tradução de Renato da Silveira.Prefácio de Lewis R. Gordon, - Salvador : EDUFBA, 2008. Página 34 - 193 páginas


  • "O Homem é movimento em direção ao mundo e ao seu semelhante."
-Peles negras, máscaras brancas, Frantz Fanon, Tradução de Renato da Silveira.Prefácio de Lewis R. Gordon, - Salvador : EDUFBA, 2008. Página 53 - 193 páginas


  • "O homem só é humano na medida em que ele quer se impor a um outro homem, a fim de ser reconhecido. Enquanto ele não é efetivamente reconhecido pelo outro, é este outro que permanece o tema de sua ação."
-Peles negras, máscaras brancas, Frantz Fanon, Tradução de Renato da Silveira.Prefácio de Lewis R. Gordon, - Salvador : EDUFBA, 2008. Página 180 - 193 páginas