Santos Dumont

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Alberto Santos Dumont
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Alberto Santos Dumont (Palmira, Minas Gerais, Brasil, 20 de julho de 1873 — Guarujá, 23 de julho de 1932) foi um engenheiro (apesar de não ter tido formação acadêmica nessa área) e pioneiro da aviação. Ele foi o primeiro a decolar a bordo de um avião (o 14-Bis), impulsionado por um motor aeronáutico, apesar de alguns países considerarem os Irmãos Wright como os inventores do avião, por uma decolagem ocorrida em 17 de dezembro de 1903.


  • “Há um ditado que ensina "o gênio é uma grande paciência"; sem pretender ser gênio, teimei em ser um grande paciente. As invenções são, sobretudo, o resultado de um trabalho teimoso, em que não deve haver lugar para o esmorecimento”.
- O que eu vi, o que nós veremos
  • “Nós, os fundadores da locomoção aérea no fim do século passado, tínhamos sonhado um futuroso caminho de glória pacífica para esta filha dos nossos desvelos. Lembro-me perfeitamente que naquele fim de século e nos primeiros anos do atual, no Aero Club de França que foi, pode-se dizer "O ninho da aeronáutica" e que era o ponto de reunião de todos os inventores que se ocupavam desta ciência, pouco se falou em guerra; prevíamos que os aeronautas poderiam, talvez, no futuro, servir de esclarecedores para os Estados Maiores dos exércitos, nunca, porém, nos veio à idéia que eles pudessem desempenhar funções destruidoras nos combates”.
- O que eu vi, o que nós veremos
  • “Aproveito a ocasião para agradecer à imprensa do mundo inteiro a simpatia com que me cativou e, principalmente, a que dispensou à "Idea Aérea". Foi graças a isso que se instituíram prêmios de estímulo e o cérebro dos inventores se pôs a trabalhar para o aperfeiçoamento da aeronave, até podermos, em 1918, possuir aeroplanos e dirigíveis que parecem o resultado de uma evolução milenária”.
- O que eu vi, o que nós veremos
  • “Em 12 de julho de 1901, às 3 horas da madrugada, auxiliado por alguns amigos e meus mecânicos, levei-os para o Hipódromo de Longchamps; comecei a fazer pequenos círculos com o dirigível, que era verdadeiramente dócil; fui ao bairro de Puteaux e evoluía por cima de suas inúmeras usinas quando, de repente, ouço um barulho terrível: uma a uma todas as usinas tinham posto a funcionar seus apitos e sirenes”.
“Fiz duas ou três voltas e cheguei novamente a Longchamps”.
- relatando sua primeira experiência combinando dirigível (balões) acoplado a motores, para facilitar o direcionamento dos vôos; fonte: O que eu vi, o que nós veremos
  • “Dormi três anos e no mês de julho de 1906 apresentei-me no campo de Bagatelle com o meu primeiro aeroplano”.
“Perguntar-me-á o leitor porque não o construí mais cedo, ao mesmo tempo que os meus dirigíveis. É que o inventor, como a natureza de Linneu, não faz saltos; progride de manso, evolui. Comecei por fazer-me bom piloto de balão livre e só depois ataquei o problema de sua dirigibilidade. Fiz-me bom aeronauta no manejo dos meus dirigíveis; durante muitos anos, estudei a fundo o motor a petróleo e só quando verifiquei que o seu estado de perfeição era bastante para fazer voar, ataquei o problema do mais pesado que o ar”.
“A questão do aeroplano estava, havia já alguns anos, na ordem do dia; eu, porém, nunca tomava parte nas discussões, porque sempre acreditei que o inventor deve trabalhar em silêncio; as opiniões estranhas nunca produzem nada de bom”.
- O que eu vi, o que nós veremos
  • “Abandonei meus balões e meu hangar no parque do Aero Club”.
“Em completo silêncio trabalhei três anos, até que, em fins de julho, após uma assembléia do Aero Club, convidei meus amigos a assistirem minhas experiências, no dia seguinte”.
“Foi um espanto geral. Todo mundo queria saber como era o aparelho”.
“A suas dimensões eram: comprimento, 10 metros; envergadura, 12 metros; superfície total, 80 metros quadrados; peso, 160 quilos; motor, 24 HP”.
“Era uma aparelho grande e biplano e assim o fiz, apenas, a fim de reunir maiores facilidades para voar, pois sempre preferi os aparelhos pequenos, tanto que me esforcei para inventa-los, o que consegui com o minúsculo "Demoiselle", o aeroplano ideal para o amador”.
“Continuando na minha idéia de evolução, dependurei o meu aeroplano em meu último balão, o n.º 14; por esta razão, batizaram aquele com o nome de 14-bis. Com esse conjunto híbrido, fiz várias experiências em Bagatelle, habituando-me, dia a dia, com o governo do aeroplano, e só quando me senti senhor das manobras é que me desfiz do balão”.
- O que eu vi, o que nós veremos


  • “Logo depois, em 23 de outubro, perante a Comissão Científica do Aero Club e de grande multidão, fiz o célebre vôo de 250 metros, que confirmou inteiramente a possibilidade de um homem voar”.
“Esta última experiência e a de 12 de julho de 1901, me proporcionaram os dois momentos mais felizes de toda a minha vida”.
- O que eu vi, o que nós veremos
- em 12 de julho de 1901 foi o primeiro vôo de um dirigível (balão) com motores
- em 23 de outubro de 1906 foi realizado o vôo com o 14-bis, um protótipo do avião
  • “Eu não quero tirar em nada o mérito dos irmãos Wright, por quem tenho a maior admiração; mas é inegável que, só depois de nós, se apresentaram eles com um aparelho superior aos nossos, dizendo que era cópia de um que tinham construído antes dos nossos”.
“Logo depois dos irmãos Wright, aparece Levavassor com o aeroplano "Antoinette", superior a tudo quanto, então, existia; Levavassor havia já 20 anos que trabalhava em resolver o problema do vôo; poderia, pois, dizer que o seu aparelho era cópia de outro construído muitos anos antes. Mas não o fez”.
“O que diriam Edison, Graham Bell ou Marconi se, depois que apresentaram em público a lâmpada elétrica, o telefone e o telégrafo sem fios, um outro inventor se apresentasse com uma melhor lâmpada elétrica, telefone ou aparelho de telefonia sem fios dizendo que os tinha construído antes deles?!”
“A quem a humanidade deve a navegação aérea pelo mais pesado que o ar? Às experiências dos irmãos Wright, feitas às escondidas (eles são os próprios a dizer que fizeram todo o possível para que não transpirasse nada dos resultados de suas experiências) e que estavam tão ignoradas no mundo, que vemos todos qualificarem os meus 250 metros de "minuto memorável na história da aviação", ou é aos Farman, Bleriot e a mim que fizemos todas as nossas demonstrações diante de comissões científicas e em plena luz do sol?”
- O que eu vi, o que nós veremos
  • “Quem ler o n.º 1 de "Je sais tout", 1905, verá que em meu artigo publicado nesse número eu dizia: "La guerre de l'avenir se fera au moyen de croiseurs aériens rapides se tenant à d'inaccessibles hauteurs, et bombardant à leur guise les forts, les armées et les vaisseaux" (A guerra do futuro se fará por meio de cruzadores aéreos rápidos que atingirão alturas inacessíveis, e bombardeando à maneira deles fortes, exércitos e seus navios). Este artigo foi ridicularizado por alguns militares”.
“Haverá hoje, talvez, quem ridicularize minhas predições sobre o futuro comercial dos aeroplanos. Quem viver, porém, verá”.
- O que eu vi, o que nós veremos/Parte II
  • "Estou disposto a oferecer, em concurso, um prêmio de 10 mil francos para o melhor trabalho sobre a interdição das máquinas aéreas como arma de combate e de bombardeio."
- Fonte: Revista Caras, 13 de Setembro de 2006.
  • "...qual é a vantagem de ter medo? Medo impede a mente de trabalhar propriamente: coragem física depende grandemente de como é constituída: ela talvez não seja sempre controlada pelo desejo e um homem com coragem física pode ser um covarde moral. Consequentemente, quando as pessoas me elogiam por coragem física eu começo a pensar que elas não entendem a filosofia em questão."
- O mundo falava de Santos-Dumont. P. 60. ISBN 978-65-994256-0-8

Sobre Santos Dumont[editar]

  • "De agora em diante, há um fato precioso. Partindo do solo, um homem, numa máquina voadora, percorreu, no ar, mais de 50 metros; não se trata de um desses resultados apócrifos, ou simplesmente afirmados, como aqueles dos irmãos Wright".

- Ferdinand Ferber. Fonte: Vida e morte de Santos-Dumont (final). Página 53.

  • "Se algum dia eu pudesse pecar por inveja, pecaria hoje, invejando o meu amigo Santos-Dumont, que conseguiu conquistar uma das glórias mais belas que o homem pode ambicionar neste mundo. Acaba de realizar, não em segredo, nem diante de testemunhas hipotéticas e complacentes, mas à luz plena do sol e perante uma multidão, um soberbo vôo de 60 metros."

- Ernest Archdeacon. Fonte: Vida e morte de Santos-Dumont (final). Página 53.

  • "Agora a humanidade vive à sombra de um homem".

- Jean Jaurès. Fonte: Vida e morte de Santos-Dumont (I). Página 62.