Rachel de Queiroz

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Adonias Filho, Rachel de Queiroz e Gilberto Freyre
Rachel de Queiroz
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Estátua de Rachel de Queiroz na Praça dos Leões, em Fortaleza

Rachel de Queiroz, também conhecida como Raquel de Queiroz (Fortaleza, 17 de novembro de 1910 - Rio de Janeiro, 4 de novembro de 2003), foi uma escritora, jornalista e teatróloga brasileira.


  • "Na minha infância, todas as velhas só viviam na igreja, (...) velha sem religião quem inaugurou foi minha geração."
- aos 91 anos, no vídeo Rachel -- Vida e Obra, de Jurandir de Oliveira
  • "A piedade supõe uma condição de superioridade e a gente só pode se compadecer de quem sofre mais do que nós".
- "Um alpendre, uma rede, um açude: 100 crônicas escolhidas" - Página 74, de Rachel de Queiroz - Publicado por Editora Siciliano, 1994 ISBN 852670611X, 9788526706118 - 261 páginas
  • "Fala-se muito na crueldade e na bruteza do homem medievo. Mas o homem moderno será melhor?"
- "As terras ásperas" - Página 29, de Rachel de Queiroz - Publicado por Editora Siciliano, 1993 ISBN 8526705954, 9788526705951 - 205 páginas
  • "...da inocência da infância até à velhice extrema, continuará exatamente assim, só atribuindo interesse e grandeza àquilo que está a serviço da sua pessoa e da sua importância."
- "Um alpendre, uma rede, um açude: 100 crônicas escolhidas" - Página 91, de Rachel de Queiroz - Publicado por Editora Siciliano, 1994 ISBN 852670611X, 9788526706118 - 261 páginas
  • "Cada coisa tem sua hora e cada hora o seu cuidado"
- "Formosa Lindomar" in: "Rachel de Queiroz" - Página 142 Publicado por Agir Editora, ISBN 8522006431, 9788522006434, 167 páginas
  • "Doer, dói sempre. Só não dói depois de morto. Porque a vida toda é um doer."
- "Dôra, Doralina: romance" - Página 3, de Rachel de Queiroz - Publicado por José Olympio, 1984 - 259 páginas
  • "Morrer,só se morre só. O moribundo se isola numa redoma de vidro,ele e a sua agonia. Nada ajuda nem acompanha."
- "O brasileiro perplexo; histórias e crônicas.: histórias e crônicas" - Página 189, de Rachel de Queiroz - Publicado por Editôra do Autor, 1963 - 204 páginas


Em Entrevista no Programa Roda Viva da TV Cultura [1][editar]

  • “Na verdade nem sou comunista nem sou reacionária, sou propriamente anarquista, sou só uma doce anarquista.”
  • “Olha, gosto do ser humano, gosto da humanidade, gosto dos meus próximos e gosto dos distantes.”
  • “Acho que a gente tem que dar o testemunho fiel do seu tempo e da sua gente e as conclusões que sejam tiradas.”
  • “O que leva a gente a escrever o primeiro livro? Não sei. (...) O que tinha lido de literatura sobre seca não era satisfatório para mim e quis dar uma espécie de testemunho. E, com essa petulância da juventude, eu me meti a escrever o romance.”
  • “Considero o Graciliano um dos maiores escritores que já escreveram no Brasil.”
- Sobre Graciliano Ramos.
  • “O Nordeste mudou. De qualquer maneira, o Nordeste de O quinze, principalmente o Nordeste da Vidas Secas mudou.”
  • “Hoje as grandes campanhas publicitárias é que fazem um autor desconhecido de repente arrebentar.”
  • “A vida eu acho que ensina surrando...”
  • “Não sou feminista. Acho que a sociedade tem que crescer em conjunto. A associação mulher e homem é muito boa e acho um grande erro combater o homem.”
  • “A morte é a grande companheira, é esperada, tomara que já chegue.”
- Quando perguntada sobre como via a morte.
  • “É por causa dessa minha cara redonda, todo mundo pensa que sou alegre.”
  • “Não tenho decepções.”
  • “...tenho um temperamento muito bovino, sou muito calma..”
  • “Gosto de televisão, acho televisão, como todo mundo – não sou idiota – um instrumento mágico, maravilhoso, etc e tal; agora, em geral mal empregado.”
  • “Olha, o Lula é um homem extraordinariamente inteligente, culto, mas o grande defeito dele é ser atrelado ao PT...”
  • “Eu me arrependo de quase tudo.”
  • Criança é uma das minhas paixões na vida. Você perguntou das coisas de que gosto, criança é uma das minhas paixões.”
  • “Depois do livro escrito, eu me desinteresso dele e não gosto muito de pensar, porque só me lembro do que não gosto. As coisas de que poderia gostar esqueço, eu só me lembro do que não gosto e tenho aquela cisma.”


Obras[editar]

O Quinze[editar]

  • (...) E se não fosse uma raiz de mucunã arrancada aqui e além, ou alguma batata-branca que a seca ensina a comer, teriam ficado todos pelo caminho, nessas estradas de barro ruivo, semeado de pedras, por onde eles trotavam trôpegos se arrastando e gemendo[1]

Traduções francesas[editar]

  • O "treze" : Titulo francês: "L'année de la grande sécheresse" ("O ano da grande saco"), traduzido por Jaime Lessa e Didier Vota, Editions Stock, 1986, ISBN 2-234-01933-8.
  • "Dona Doralina" : Editions Stock
  • "Jo Miguel": Titulo francês: "Jeh Miguel", Editions Stock

João Miguel[editar]

  • "A cadeia parecia não mudar nunca, como uma coisa morta; e quem estava lá se esquecia da conta dos dias e das horas, que acabavam se embaralhando todas quando se tentava classificar alguma lembrança."

Caminho de Pedras[editar]

  • "Companheiro, para que você se arriscou? Não pensava como eu ia ficar abandonada, de mãos vazias, perdida e sozinha na cidade. Companheiro, companheiro, para que não me deixou só naquela noite? De que valeu sua companhia uma vez se depois o carregaram, e me deixaram sozinha de todo? para que essa sua mania errada de proteção?"

Memorial de Maria Moura[editar]

  • O homem feliz é o que não tem passado. O maior dos castigos, para o qual só há pior no inferno, é a gente recordar. Lembrança que vem de repente e ataca como uma pontada debaixo das costelas, ali onde se diz que fica o coração. Alguém pode ter tudo, mocidade, dinheiro no bolso, um bom cavalo debaixo das pernas, o mundo todo ao seu dispor. Mas não pode usufruir nada disso por quê? Porque tem as lembranças perturbando. O passado te persegue, como um cão perverso nos teus calcanhares. Não há dia claro, nem céu azul, nem esperança de futuro, que resista ao assalto das lembranças.
- Rio de Janeiro: MEDIAfashion, 2008. p. 230/231

Atribuídas[editar]

  • "Quando a moça da cidade chegou / Veio morar na fazenda, / Na casa velha... / Tão velha! / Quem fez aquela casa foi o bisavô... / Deram-lhe para dormir a camarinha, / Uma alcova sem luzes, tão escura! / Mergulhada na tristura / De sua treva e de sua única portinha..."
- citado em "No alpendre com Rachel: ensaio biográfico de Rachel de Queiroz" - página 43, Volume 1 de Coleção Patronos, José Luis Araújo Lira, Editora Cidadania, 2003, ISBN 8589605019, 9788589605014, 178 páginas
  • "Não é preciso pressa na literatura. Um romance é como gravidez: aquilo fica dentro de voce, crescendo, incomodando, até sair."
- citado em "O livro entre aspas: "o que se diz do que se lê" : frases para escritores, leitores, editores, livreiros e demais insensatos" - Página 38, Carlo Carrenho, Rodrigo Magno Diogo - Casa da Palavra, 2005, ISBN 8587220926, 9788587220929 - 93 páginas
  • "Eis que temos aqui a Poesia, / A grande Poesia. / Que não oferece signos / Nem linguagem específica, não respeita / Sequer os limites do idioma. / Ela flui, como um rio. / Como o sangue nas artérias, / Tão espontânea que nem se sabe como foi escrita. / E ao mesmo tempo tão elaborada - / Feito uma flor na sua perfeição minuciosa, / Um cristal que se arranca da terra / Já dentro da geometria impecável / Da sua lapidação".
- Rachel de Queiroz citada em A geometria dos ventos - Página 178, Alvaro Pacheco - Editora Record, 1992, ISBN 8501903000, 9788501903006, 173 páginas
  1. O Quinze: Rachel de Queiroz. O Quinze, p.12. 93ª edição. Editora José Olympio. Rio de Janeiro, 2012. ISBN 978-85-0301-150-1.