Além do Bem e do Mal: diferenças entre revisões

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Além do Bem e do Mal, publicado em 1886, nasceu de reflexões e anotações de Nietzsche, durante a composição de Assim Falou Zaratustra, e inicia uma nova fase literário-filosófica do autor, a sua fase de negação e destruição.


  • "Admitir que o não-verdadeiro é a condição da vida, é opor-se audazmente ao sentimento que se tem habitualmente dos valores. Uma filosofia que se permita a tal intrepidez se coloca, apenas por este fato, além do bem e do mal.
  • "A maturidade do homem consiste em haver reencontrado a seriedade que tinha nas brincadeiras de quando era criança".
  • "Falar muito de sí mesmo, pode ser um jeito de esconder aquilo que realmente é".
  • "Alguém procura um parteiro para as suas idéias, um outro alguém que possa ajudar. E apartir daí, nasce uma boa conversa".
  • "Os homens trataram até agora as mulheres como pássaros que, vindos das alturas, perderam-se e vieram refugiar-se ao pé deles. Enfim, como algo de mais delicado, mais vulnerável, mais selvagem, mais esquisito, mais doce, com mais alma - mas algo que se deve engaiolar, para que não fuja".
  • "Um filósofo é um homem que experimenta, vê, ouve, suspeita, espera e sonha constantemente coisas extraordinárias. (...) Um filósofo, ah, um ser que foge, muitas vezes para longe de si mesmo, muitas vezes tem medo de si mesmo, mas que é demasiado curioso para que não 'volte sempre a si'".
  • "(...) toda companhia é má, exceto a companhia dos iguais".
  • " O cinismo é a única forma sob a qual as almas vulgares se aproximam do que seja a honestidade; e o homem superior terá os ouvidos atentos para todo o cinismo grosseiro ou sutil e se felicitará toda vez que um bufão sem pudor ou sátiro da ciência prosear diante dele".
  • "O homem indignado, ou quem está sempre dilacerando e rasgando a si mesmo (ou, em seu lugar, o mundo, Deus, a sociedade) com os próprios dentes, pode ser moralmente superior ao sátiro sorridente e satisfeito, mas em qualquer outro sentido ele é o caso mais comum, mais irrelevante, menos instrutivo. E ninguém mente tanto quanto o indignado".
  • "Independência é algo para bem poucos: - é prerrogativa dos fortes. E quem procura ser independente sem ter a obrigação disso, ainda que com todo o direito demostra que provavelmente é não apenas forte, mas temerário além de qualquer medida. Ele penetra num labirinto, multiplica mil vezes os perigos que o viver já traz consigo; dos quais um dos maiores é que ninguém pode ver como e onde de extravia, se isola e é despedaçado por algum Minotauro da consciência. Supondo que alguém assim desapareça, isto ocorre tão longe do entendimento dos homens que eles não sentem nem compadecem: - e ele não pode voltar! já não pode retornar sequer para a compaixão dos homens!"
  • "Existem alturas da alma, de onde mesmo a tragédia deixa de ser trágica".
  • " Os sexos se enganam um a respeito do outro: no fundo, cada um deles ama e honra apenas a si mesmo (ou o seu ideal, para dizê-lo de modo mais agradável). Assim o homem quer a mulher tranqüila – mas a mulher, como o gato, é essencialmente intranqüila, por mais que tenha aprendido a dar-se uma aparência de paz".
  • "Na vingança e no amor, a mulher é mais bárbara que o homem."
  • "Quem combate monstruosidades deve cuidar para que não se torne um monstro. E se você olhar longamente para um abismo, o abismo também olha para dentro de você."
  • "(...) ainda hoje na inócua interpretação cristã-moralista que relaciona os eventos pessoais à glória de Deus” e “salvação da alma” – essa tirania, esse arbítrio, essa extrema e grandiosa estupidez educou o espírito; ao que parece, a escravidão é, no sentido mais grosseiro ou no mais sutil, o meio indispensável também para a disciplina e cultivo espiritual. Considere-se toda a moral sob esse aspecto: a “natureza” nela é que ensina a odiar o laisser aller, a liberdade excessiva, e que implanta a necessidade de horizontes limitados, de tarefas mais imediatas – que ensina o estreitamento das perspectivas, e em determinado sentido também a estupidez como condição de vida e crescimento".
  • "A diversidade dos homens se mostra não apenas na diversidade das suas tábuas de bens, isto é, no fato de quedos bem diversos como desejáveis e que estejam em desacordo quanto ao valor maior ou menor, quanto à hierarquia dos bens reconhecidos por todos – ela se mostra mais ainda no que consideram que é ter e possuir verdadeiramente um bem".
  • "Os pais fazem dos filhos, involuntariamente, algo semelhante a eles – a isso denominam “educação” -; nenhuma mãe duvida, no fundo do coração, que ao ter seu filho pariu uma propriedade; nenhum pai discute o direito de submeter o filho aos seus conceitos e valorações".
  • "E assim como o pai, também a classe, o padre, o professor, o príncipe continuam vendo, em toda a nova criatura, a cômoda oportunidade de uma nova posse".
  • "O ceticismo é a mais espiritual expressão de uma complexa constituição fisiológica, que na linguagem corrente chamam de neurastenia e debilidade; ele surge todas vez que se cruzam, de modo súbito e decisivo, raças por longo tempo separadas. A nova geração, como que herda no sangue medidas e valores diversos, nela tudo é inquietude, perturbação, tentativa, dúvida; as melhores forças inibem, as próprias virtudes não permitem uma à outra crescer e se fortalecer, no corpo e na alma faltam equilíbrio, gravidade, segurança perpendicular".
  • "O que se faz por amor sempre acontece além do bem e do mal".
  • "A loucura é algo raro em indivíduos – mas em grupos, partidos, povos e épocas é a norma".
  • "Aquele que luta com demônios deve acautelar-se para não tornar-se um também. Quando se olha muito tempo para o abismo, o abismo olha para você".
  • "Creio que podem mesmo existir puritanos fanáticos da consciência que prefiram morrer com a fé num nada assegurado que com algo incerto".
  • "Aquele que por trás não ouve mais que uma "vontade de verdade" e mais nada, com certeza não é dotado de ouvidos muito apurados".
  • “O que a Europa deve aos judeus? Muitas coisas, boas e más, e antes de mais nada uma coisa que tem do melhor e pior para dar: o estilo grandioso da moral, o terrível e a majestade de postulados imensos, de infinitos significados, todo o romantismo e o sublime dos problemas morais — e conseqüentemente a parte, mais interessante, embaraçosa e procurada pelo caleidoscópio de seduções da vida, que ilumina com seus últimos clarões a céu, o pôr-do-sol, talvez, de nossa civilização européia. Nós artistas entre os espectadores e os filósofos nos sentimos reconhecidos por isso — aos judeus.”
- Aforismo 250.
  • “(...) Se tem, em resumo, qualquer acesso de imbecilidade; assim, por exemplo, os alemães da atualidade cultivaram a demência anti-francesa, outras, a anti-semita, a anti-polaca, a romântico-cristã, a wagneriana, a teutônica, a prussiana (...)Mas os judeus são incontestavelmente a raça mais vigorosa, mais tenaz e mais genuína que vive na Europa, sabem caminhar nas piores condições (e talvez muito melhor que em condições favoráveis) e isto quanto a tais virtudes (..)seria adequado afastar, de todos os países, os agitadores anti-semitas."
- Aforismo 251.

Veja também

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