Afonso Henriques de Lima Barreto: diferenças entre revisões

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* "(...) estou convencido, como o meu amigo Süssekind, que o ''[[esporte|sport]]'' é o 'primado da ignorância e da imbecilidade'. E acrescento mais: da pretensão. É ler uma crônica esportiva para nos convencermos disso. Os seus autores falam do assunto como se tratassem de [[saúde]] pública ou de instrução. Esquecem totalmente da insignificância dele. Um dia destes o chefe de polícia proibiu um encontro de boxe; o cronista censurou asperamente essa autoridade que procedera tão sabiamente, apresentou como único argumento que, em todo o mundo, se permitia tão horripilante cousa. Ora, bolas! Certa vez, o governo não deu não sei que favor aos jogadores de ''football'' e um pequenote de um clube qualquer saiu-se de seus cuidados e veio pelos jornais dizer que o ''football'' tinha levado longe o nome do Brasil. Risum teneatis?... O meu caro doutor Süssekind pode ficar certo de que, se a minha liga morreu (a Liga Brasileira contra o Football), eu não morri ainda. Combaterei sempre o tal de ''football''."
* "(...) estou convencido, como o meu amigo Süssekind, que o ''[[esporte|sport]]'' é o 'primado da ignorância e da imbecilidade'. E acrescento mais: da pretensão. É ler uma crônica esportiva para nos convencermos disso. Os seus autores falam do assunto como se tratassem de [[saúde]] pública ou de instrução. Esquecem totalmente da insignificância dele. Um dia destes o chefe de polícia proibiu um encontro de boxe; o cronista censurou asperamente essa autoridade que procedera tão sabiamente, apresentou como único argumento que, em todo o mundo, se permitia tão horripilante cousa. Ora, bolas! Certa vez, o governo não deu não sei que favor aos jogadores de ''football'' e um pequenote de um clube qualquer saiu-se de seus cuidados e veio pelos jornais dizer que o ''football'' tinha levado longe o nome do Brasil. Risum teneatis?... O meu caro doutor Süssekind pode ficar certo de que, se a minha liga morreu (a Liga Brasileira contra o Football), eu não morri ainda. Combaterei sempre o tal de ''football''."
:-''Careta, Rio, 8 de abril de 1922''
:-''Careta, Rio, 8 de abril de 1922''

* "E chegada no mundo-escrevia em 1948- a hora de reformarmos a sociedade, a humanidade, não politicamente, que nada adianta;mas socialmente, que é tudo."
:- ''[[O cemitério dos vivos]]'', prefacio de Eugênio Gomes, Editora Brasiliense,pagina 10, São Paulo, 1956.




[[Categoria:Pessoas]]
[[Categoria:Pessoas]]

Revisão das 11h02min de 29 de dezembro de 2007

Afonso Henriques de Lima Barreto em outros projetos:

Afonso Henriques de Lima Barreto, conhecido como Lima Barreto, (Rio de Janeiro, RJ, 1881 - Rio de Janeiro, RJ, 1922), jornalista e escritor brasileiro.


  • "Não somos nada nesta vida."
-Clara dos Anjos
  • "Na República da Bruzundanga, nunca houve grande gosto pelas coisas de espírito. A atividade espiritual daquelas terras se limita a alguns doutorados de sabedoria equívoca; entretanto alguns espíritos daquele Fonkim se esforçavam por dar um verniz espiritual à sociedade da terra. Escreviam livros e folhetos, revistas e revistecas de modo que, artificialmente, o país tinha uma certa atividade espiritual."
-Os Bruzundangas
  • "Não se sabia onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem no Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele algum regionalismo; Quaresma era antes de tudo brasileiro."
-Triste Fim de Policarpo Quaresma
  • "Iria morrer, quem sabe se naquela noite mesmo? E que tinha feito de sua vida? Nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a Pátria, por amá-la e querê-la muito, no intuito de contribuir para sua felicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e agora que estava na velhice, como ela o recompensava? Matava-o. E o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara - todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara."
-Triste Fim de Policarpo Quaresma
  • "Ah! Seria doutor! Resgataria o pecado original do meu nascimento humilde, amaciaria o suplício premente, cruciante e onímodo de minha cor... Nas dobras do pergaminho da carta, traria presa a consideração de toda a gente. Seguro de respeito à minha majestade de homem, andaria com ela mais firme pela vida em fora. Não titubearia, ,não hesitaria, livremente poderia falar, dizer bem alto os pensamentos que se contorciam no meu cérebro (...) Ah! Doutor! Doutor! Andar assim pelas ruas, pelas praças, pelas estradas, pelas salas, recebendo cumprimentos: Doutor, como passou? Como está, doutor? Era sobre-humano.
- Recordações do Escrivão Isaías Caminha.
  • "O football é uma escola de violência e brutalidade e não merece nenhuma proteção dos poderes públicos, a menos que estes nos queiram ensinar o assassinato."
-Careta, Rio, 3 de junho de 1922
  • "Tudo tem um limite e o football não goza do privilégio de cousa inteligente."
-Careta, 1 de julho de 1922
  • "(...) estou convencido, como o meu amigo Süssekind, que o sport é o 'primado da ignorância e da imbecilidade'. E acrescento mais: da pretensão. É ler uma crônica esportiva para nos convencermos disso. Os seus autores falam do assunto como se tratassem de saúde pública ou de instrução. Esquecem totalmente da insignificância dele. Um dia destes o chefe de polícia proibiu um encontro de boxe; o cronista censurou asperamente essa autoridade que procedera tão sabiamente, apresentou como único argumento que, em todo o mundo, se permitia tão horripilante cousa. Ora, bolas! Certa vez, o governo não deu não sei que favor aos jogadores de football e um pequenote de um clube qualquer saiu-se de seus cuidados e veio pelos jornais dizer que o football tinha levado longe o nome do Brasil. Risum teneatis?... O meu caro doutor Süssekind pode ficar certo de que, se a minha liga morreu (a Liga Brasileira contra o Football), eu não morri ainda. Combaterei sempre o tal de football."
-Careta, Rio, 8 de abril de 1922
  • "E chegada no mundo-escrevia em 1948- a hora de reformarmos a sociedade, a humanidade, não politicamente, que nada adianta;mas socialmente, que é tudo."
- O cemitério dos vivos, prefacio de Eugênio Gomes, Editora Brasiliense,pagina 10, São Paulo, 1956.