Carlos Drummond de Andrade: diferenças entre revisões

Origem: Wikiquote, a coletânea de citações livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Sem resumo de edição
Sem resumo de edição
Linha 107: Linha 107:
:número e outra vontade de acreditar que daqui pra
:número e outra vontade de acreditar que daqui pra
:diante vai ser diferente"
:diante vai ser diferente"

*"A razão por que as pessoas não restituem normalmente os livros emprestados, é por ser mais fácil reter os livros que o conteúdo deles."





Revisão das 02h41min de 24 de março de 2007

Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade em outros projetos:

Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 – Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) foi um poeta brasileiro, também cronista, contista e tradutor. Entre suas obras de maior destaque, Alguma poesia, Sentimento do mundo e A rosa do povo.


  • "Cegos, surdos, mudos — felizes! — são os namorados."
  • "O Brasil está dormindo, coitado."
  • "Desculpe, amor, se meu presente é meio louco e bobo e superado: uns lábios em silêncio a música mental e uns olhos em recesso a infinita paisagem."
  • "Cada pétala ou sépala seja lentamente/ acariciada, céu; e a vista pouse,/ beijo abstrato, antes do beijo ritual,/ na flora pubescente, amor; e tudo é sagrado".
  • "Pois de tudo fica um pouco / Fica um pouco de teu queixo / No queixo de tua filha / De teu áspero silêncio / Um pouco ficou, um pouco / Nos muros zangados, / Nas folhas, mudas, que sobem".
  • "O poeta / declina de toda responsabilidade / na marcha do mundo / capitalista / e com suas palavras, intuições, / símbolos e outras armas / promete ajudar / a destruí-lo / como uma pedreira, uma / floresta, / um verme."
  • O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
  • Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
  • "Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida.
Amor começa tarde."
  • Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o
convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto
Fernandes
que não tinha entrado na história.
  • "Se eu gosto de poesia? Gosto de gente, bichos, plantas, lugares, chocolate, vinho, papos amenos, amizade, amor. Acho que a poesia está contida nisso tudo."
  • "O cofre do banco contém apenas dinheiro. Frustar-se-á quem pensar que nele encontrará riqueza."
  • "O amor é grande mas cabe no breve espaço de beijar."
  • Os Ombros Suportam o Mundo
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.


Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.


Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
  • "Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino - o amor. (...)"
  • "Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a
que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no
limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e
entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra
vez, com outro
número e outra vontade de acreditar que daqui pra
diante vai ser diferente"
  • "A razão por que as pessoas não restituem normalmente os livros emprestados, é por ser mais fácil reter os livros que o conteúdo deles."