Marguerite Yourcenar: diferenças entre revisões

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[[w:Marguerite Yourcenar|'''Marguerite Yourcenar''']], ''pseudônimo de '''Marguerite Cleenewerck de Crayencour''' (8 de junho de 1903, Bruxelas, Bélgica - 17 de dezembro de 1987, Mount Desert Island, Maine, EUA) foi uma escritora belga de língua francesa. ''
[[w:Marguerite Yourcenar|'''Marguerite Yourcenar''']], ''pseudônimo de '''Marguerite Cleenewerck de Crayencour''' (8 de junho de 1903, Bruxelas, Bélgica - 17 de dezembro de 1987, Mount Desert Island, Maine, EUA) foi uma escritora belga de língua francesa. ''
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==Obras==

===Memórias de Adriano===

* "A felicidade é uma obra-prima: o menor erro falseia-a, a menor hesitação altera-a, a menor falta de delicadeza desfeia-a, a menor palermice embrutece-a

===A Obra em Negro===

*"- Para eles, você não passa de um ateu.
:- O que não é como eles parece-lhes contra eles - comentou amargamente Zenon."

*"Mas não há ninguém tão tolo que não seja um pouco sábio."

*"No recinto impregnado de vinagre em que dissecamos aquele morto, o qual não era mais o filho ou o amigo, mas apenas um belo exemplar da máquina humana, experimentei pela primeira vez a sensação de que a mecânica, de um lado, e a Grande Arte, de outro, tratam apenas de aplicar ao estudo do universo as verdades que nos ensinam nossos corpos, nos quais se repete a estrutura do Todo. Não seria bastante toda uma vida para cotejar um com o outro este mundo em que estamos e este mundo que somos. Os pulmões eram o fole que reanima a brasa; o pênis, uma arma de arremesso; o sangue nos meandros do corpo era a água circulante das canaletas de um jardim oriental; o coração, conforme se adotasse esta ou aquela teoria, era a bomba ou o braseiro; o cérebro, o alambique em que se destila uma alma..."

*"Este corpo, nosso reino, parece-me às vezes composto de um tecido grouxo e tão fugidio quanto uma sombra."

*"Matei alguns de meus pacientes por um excesso de audácia que curou outros. Uma recaída ou uma melhora importavam-me sobretudo enquanto uma confirmação de um prognóstico ou prova da eficácia de um método terapêutico. Ciência e contemplação não são em absoluto suficientes, irmão Henrique, se não se transmudam em poder: o povo tem razão quando vê em nós os adeptos de uma magia branca ou negra. Fazer durar o que passa, adiantar ou atrasar a hora prescrita, apoderar-se dos segredos da morte para lutar contra ela, servi-se de fórmulas naturais para ajudar ou frustrar a natureza, dominar o mundo e o homem, fazê-los, talvez criá-los..."

==Frases==


* "A condição das mulheres é determinada por estranhos costumes: elas são ao mesmo tempo dominadas e protegidas, fracas e poderosas, excessivamente desprezadas e excessivamente respeitadas".
* "A condição das mulheres é determinada por estranhos costumes: elas são ao mesmo tempo dominadas e protegidas, fracas e poderosas, excessivamente desprezadas e excessivamente respeitadas".
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* "Todo prazer sentido com gosto parece-me casto".
* "Todo prazer sentido com gosto parece-me casto".

==Obras==

===Memórias de Adriano===

* "A felicidade é uma obra-prima: o menor erro falseia-a, a menor hesitação altera-a, a menor falta de delicadeza desfeia-a, a menor palermice embrutece-a

===A Obra em Negro===

*"- Para eles, você não passa de um ateu.
:- O que não é como eles parece-lhes contra eles - comentou amargamente Zenon."

*"Mas não há ninguém tão tolo que não seja um pouco sábio."

*"No recinto impregnado de vinagre em que dissecamos aquele morto, o qual não era mais o filho ou o amigo, mas apenas um belo exemplar da máquina humana, experimentei pela primeira vez a sensação de que a mecânica, de um lado, e a Grande Arte, de outro, tratam apenas de aplicar ao estudo do universo as verdades que nos ensinam nossos corpos, nos quais se repete a estrutura do Todo. Não seria bastante toda uma vida para cotejar um com o outro este mundo em que estamos e este mundo que somos. Os pulmões eram o fole que reanima a brasa; o pênis, uma arma de arremesso; o sangue nos meandros do corpo era a água circulante das canaletas de um jardim oriental; o coração, conforme se adotasse esta ou aquela teoria, era a bomba ou o braseiro; o cérebro, o alambique em que se destila uma alma..."

*"Este corpo, nosso reino, parece-me às vezes composto de um tecido grouxo e tão fugidio quanto uma sombra."

*"Matei alguns de meus pacientes por um excesso de audácia que curou outros. Uma recaída ou uma melhora importavam-me sobretudo enquanto uma confirmação de um prognóstico ou prova da eficácia de um método terapêutico. Ciência e contemplação não são em absoluto suficientes, irmão Henrique, se não se transmudam em poder: o povo tem razão quando vê em nós os adeptos de uma magia branca ou negra. Fazer durar o que passa, adiantar ou atrasar a hora prescrita, apoderar-se dos segredos da morte para lutar contra ela, servi-se de fórmulas naturais para ajudar ou frustrar a natureza, dominar o mundo e o homem, fazê-los, talvez criá-los..."


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Revisão das 18h07min de 18 de abril de 2006

Marguerite Yourcenar, pseudônimo de Marguerite Cleenewerck de Crayencour (8 de junho de 1903, Bruxelas, Bélgica - 17 de dezembro de 1987, Mount Desert Island, Maine, EUA) foi uma escritora belga de língua francesa.


  • "A condição das mulheres é determinada por estranhos costumes: elas são ao mesmo tempo dominadas e protegidas, fracas e poderosas, excessivamente desprezadas e excessivamente respeitadas".
  • "A liberdade das mulheres de hoje, maior ou pelo menos mais visível do que a dos tempos antigos, não passa de um dos aspectos da vida mais fácil das épocas prósperas; os princípios e mesmo os preconceitos não foram seriamente atingidos".
  • "Adaptar-me-ia dificilmente a um mundo sem livros, mas a realidade não está ali porque eles não a contêm toda inteira".
  • "Desprezar as alegrias do povo é insultá-lo".
  • "É um erro ter razão cedo demais".
  • "Julgamo-nos puros enquanto desprezamos o que não desejamos".
  • "Não estou certo de que a descoberta do amor seja necessariamente mais deliciosa do que a da poesia".
  • "No conjunto, é somente por orgulho, por ignorância grosseira, por covardia, que nos recusamos a ver, no presente, lineamentos das épocas que virão".
  • "O homem mais tenebroso tem seus momentos iluminados: tal assassino toca flauta; tal feitor é talvez um bom filho. Existem poucos a quem não se possa ensinar alguma coisa. O erro é tentar encontrar neles virtudes que não têm, neglicenciando as que possui".
  • "O que nos tranqüiliza no sono é a certeza de que dele retornamos. E ele nos cura temporariamente da fadiga pelo mais radical dos processos, isto é, arranjando para que cessemos de existir durante algumas horas".
  • "O triunfo não assenta senão aos mortos. Aos vivos, há sempre alguém para censurar-lhes as fraquezas".
  • "O verdadeiro lugar de nascimento é aquele em que lançamos pela primeira vez um olhar inteligente sobre nós mesmos: minhas primeiras pátrias foram os livros. Em menor escala, as escolas".
  • "Quanto amargor fermenta-se no fundo da doçura, quanto desespero esconde-se na abnegação e quanto ódio mistura-se ao amor".
  • "Tentemos, se pudermos, penetrar na morte de olhos abertos".
  • "Todo livro reeditado deve alguma coisa às pessoas honestas que o leram".
  • "Todo prazer sentido com gosto parece-me casto".

Obras

Memórias de Adriano

  • "A felicidade é uma obra-prima: o menor erro falseia-a, a menor hesitação altera-a, a menor falta de delicadeza desfeia-a, a menor palermice embrutece-a

A Obra em Negro

  • "- Para eles, você não passa de um ateu.
- O que não é como eles parece-lhes contra eles - comentou amargamente Zenon."
  • "Mas não há ninguém tão tolo que não seja um pouco sábio."
  • "No recinto impregnado de vinagre em que dissecamos aquele morto, o qual não era mais o filho ou o amigo, mas apenas um belo exemplar da máquina humana, experimentei pela primeira vez a sensação de que a mecânica, de um lado, e a Grande Arte, de outro, tratam apenas de aplicar ao estudo do universo as verdades que nos ensinam nossos corpos, nos quais se repete a estrutura do Todo. Não seria bastante toda uma vida para cotejar um com o outro este mundo em que estamos e este mundo que somos. Os pulmões eram o fole que reanima a brasa; o pênis, uma arma de arremesso; o sangue nos meandros do corpo era a água circulante das canaletas de um jardim oriental; o coração, conforme se adotasse esta ou aquela teoria, era a bomba ou o braseiro; o cérebro, o alambique em que se destila uma alma..."
  • "Este corpo, nosso reino, parece-me às vezes composto de um tecido grouxo e tão fugidio quanto uma sombra."
  • "Matei alguns de meus pacientes por um excesso de audácia que curou outros. Uma recaída ou uma melhora importavam-me sobretudo enquanto uma confirmação de um prognóstico ou prova da eficácia de um método terapêutico. Ciência e contemplação não são em absoluto suficientes, irmão Henrique, se não se transmudam em poder: o povo tem razão quando vê em nós os adeptos de uma magia branca ou negra. Fazer durar o que passa, adiantar ou atrasar a hora prescrita, apoderar-se dos segredos da morte para lutar contra ela, servi-se de fórmulas naturais para ajudar ou frustrar a natureza, dominar o mundo e o homem, fazê-los, talvez criá-los..."


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