Harold Bloom: diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Sem resumo de edição |
Sem resumo de edição |
||
Linha 1: | Linha 1: | ||
'''Harold Bloom''' é atualmente um dos críticos literários mais populares do mundo ocidental. Em 2000, fez furor ao publicar, no The Wall Street Journal, um ensaio em que condenava os livros com o personagem [[Harry Potter]], da inglesa [[J. K. Rowling]]. |
|||
Simplesmente alguém que não tem nada de grandioso em si. Ao julgar mal o mestre '''Stephen King''', esse senhor demonstrou isso. |
|||
*É um fenômeno de mercado. A maior parte dos livros para crianças à venda nas livrarias é idiota, não serve para nada, muito menos para suprir a necessidade de leitura de uma criança ou do leitor de qualquer faixa etária. Livros estão sendo confeccionados para vender e se tornar sucessos no cinema e na televisão. Isso nada mais é que uma máscara que oculta o rosto cada vez mais estúpido da era da informação. Os tais livros infantis ajudam a destruir a cultura literária. |
|||
:Analisando o sucesso da literatura infantil do início do século XXI |
|||
:Fonte: Revista Época Edição 246 - 03/02/2003 |
|||
*Odeio [[Harry Potter]]. É bruxaria barata reduzida a aventura. É prejudicial ao leitor. Não tem densidade. A escrita é horrível. Lancei a polêmica, sabendo que eu atuaria como [[Hamlet]], que defronta com um oceano de aborrecimentos. Continuo me incomodando com os fãs do pequeno feiticeiro. |
|||
:Fonte: Revista Época Edição 246 - 03/02/2003 |
|||
*A noção de gênio está fora de moda há muito tempo na universidade, desde meados do século XIX. Os intelectuais a desprezam, por ser um resquício do espiritualismo romântico. Estou tentando restaurar uma idéia arraigada na história do Ocidente há milênios. No livro, tratei de buscar a genealogia dos gênios em todos os tempos e todos os lugares. Resultou no maior volume que já produzi em minha vida, com cerca de 1.000 páginas. E foi mal recebido nos Estados Unidos. Há um preconceito dos intelectuais americanos em relação à genialidade. O que vale aqui é a cultura 'do homem comum'. Genialidade é algo antipático para a cidadania americana. Gênio é uma palavra com duplo sentido e vem dos gregos, fundamentando nossa tradição cultural. Tanto designa uma família de escritores talentosos ao longo da História, ligados por características semelhantes, como indica o daemon, a entidade divina da inspiração que todos carregamos dentro de nós. É um conteúdo sagrado que não podemos ignorar de forma alguma, mesmo que os acadêmicos insistam que ele não existe. |
|||
:Fonte: Revista Época Edição 246 - 03/02/2003 |
|||
*Escritores como [[Shakespeare]], [[Dante]], [[Cervantes]] e [[Milton]] não têm rival na história literária. São escritores tão fortes que suas obras e personagens alteraram os rumos da história literária futura. Continuamos vivendo sob seu impacto. Eles são dotados de poderes literários extraordinários. Chamá-los de gênios, portanto, é fazer-lhes justiça. |
|||
:Fonte: Revista Época Edição 246 - 03/02/2003 |
|||
*Machado reúne os pré-requisitos da genialidade. Possui exuberância, concisão e uma visão irônica ímpar do mundo. Procuro um grande poeta brasileiro vivo. Até agora não encontrei nenhum. |
|||
:Sobre o escritor brasileiro [[Machado de Assis]] |
|||
:Fonte: Revista Época Edição 246 - 03/02/2003 |
|||
==Links== |
|||
* [http://www.secrel.com.br/jpoesia/hbloom.html#infantil Entrevista na íntegra] |
|||
[[Categoria:Pessoas]] |
Revisão das 15h23min de 4 de dezembro de 2005
Harold Bloom é atualmente um dos críticos literários mais populares do mundo ocidental. Em 2000, fez furor ao publicar, no The Wall Street Journal, um ensaio em que condenava os livros com o personagem Harry Potter, da inglesa J. K. Rowling.
- É um fenômeno de mercado. A maior parte dos livros para crianças à venda nas livrarias é idiota, não serve para nada, muito menos para suprir a necessidade de leitura de uma criança ou do leitor de qualquer faixa etária. Livros estão sendo confeccionados para vender e se tornar sucessos no cinema e na televisão. Isso nada mais é que uma máscara que oculta o rosto cada vez mais estúpido da era da informação. Os tais livros infantis ajudam a destruir a cultura literária.
- Analisando o sucesso da literatura infantil do início do século XXI
- Fonte: Revista Época Edição 246 - 03/02/2003
- Odeio Harry Potter. É bruxaria barata reduzida a aventura. É prejudicial ao leitor. Não tem densidade. A escrita é horrível. Lancei a polêmica, sabendo que eu atuaria como Hamlet, que defronta com um oceano de aborrecimentos. Continuo me incomodando com os fãs do pequeno feiticeiro.
- Fonte: Revista Época Edição 246 - 03/02/2003
- A noção de gênio está fora de moda há muito tempo na universidade, desde meados do século XIX. Os intelectuais a desprezam, por ser um resquício do espiritualismo romântico. Estou tentando restaurar uma idéia arraigada na história do Ocidente há milênios. No livro, tratei de buscar a genealogia dos gênios em todos os tempos e todos os lugares. Resultou no maior volume que já produzi em minha vida, com cerca de 1.000 páginas. E foi mal recebido nos Estados Unidos. Há um preconceito dos intelectuais americanos em relação à genialidade. O que vale aqui é a cultura 'do homem comum'. Genialidade é algo antipático para a cidadania americana. Gênio é uma palavra com duplo sentido e vem dos gregos, fundamentando nossa tradição cultural. Tanto designa uma família de escritores talentosos ao longo da História, ligados por características semelhantes, como indica o daemon, a entidade divina da inspiração que todos carregamos dentro de nós. É um conteúdo sagrado que não podemos ignorar de forma alguma, mesmo que os acadêmicos insistam que ele não existe.
- Fonte: Revista Época Edição 246 - 03/02/2003
- Escritores como Shakespeare, Dante, Cervantes e Milton não têm rival na história literária. São escritores tão fortes que suas obras e personagens alteraram os rumos da história literária futura. Continuamos vivendo sob seu impacto. Eles são dotados de poderes literários extraordinários. Chamá-los de gênios, portanto, é fazer-lhes justiça.
- Fonte: Revista Época Edição 246 - 03/02/2003
- Machado reúne os pré-requisitos da genialidade. Possui exuberância, concisão e uma visão irônica ímpar do mundo. Procuro um grande poeta brasileiro vivo. Até agora não encontrei nenhum.
- Sobre o escritor brasileiro Machado de Assis
- Fonte: Revista Época Edição 246 - 03/02/2003