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*"Sem [[pecado]], nada de [[sexualidade]], e sem [[sexualidade]], nada de [[História]]".
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:- ''men uden Synden ingen Sexualitet og uden Sexualitet ingen Historie''
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::- ''"Fire Opbyggelige Taler" [Quatro Discursos Construídos] in: "Søren Kierkegaards samlede værker; udgivne af A.B. Drachmann, J.L. Heiberg og H.O. Lange" - [http://books.google.com.br/books?id=ukQYAAAAYAAJ&pg=PA319 Página 319]; de Søren Kierkegaard - Publicado por Gyldendalske boghandels forlag (F. Hegel & søn), 1843; 430 páginas''
::- ''"Fire Opbyggelige Taler" [Quatro Discursos Construídos] in: "Søren Kierkegaards samlede værker; udgivne af A.B. Drachmann, J.L. Heiberg og H.O. Lange" - [http://books.google.com.br/books?id=ukQYAAAAYAAJ&pg=PA319 Página 319]; de Søren Kierkegaard - Publicado por Gyldendalske boghandels forlag (F. Hegel & søn), 1843; 430 páginas''
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*"A maioria dos [[homens]] persegue o [[prazer]] com tanta impetuosidade que passa por ele sem vê-lo."
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::- ''Most men pursue pleasure with such breathless haste that they hurry past it.
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:::- ''Parables of Kierkegaard, Princeton paperbacks - página 27, Soren Kierkegaard, editor Thomas C. Oden, Princeton University Press, 1989, ISBN 0691020531, 9780691020532, 216 páginas
:::- ''Parables of Kierkegaard, Princeton paperbacks - página 27, Soren Kierkegaard, editor Thomas C. Oden, Princeton University Press, 1989, ISBN 0691020531, 9780691020532, 216 páginas''


*"Ficar em pé e provar a existência de Deus é bem diferente de ficar de joelhos e agradecê-Lo."
*"Ficar em pé e provar a existência de Deus é bem diferente de ficar de joelhos e agradecê-Lo."
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*"Aventurar-se causa ansiedade, mas deixar de arriscar-se é perder a si mesmo."
*"Aventurar-se causa ansiedade, mas deixar de arriscar-se é perder a si mesmo."
::- ''citado em "Crítica, uma ciência da literatura‎" - Página 145, Wendel Santos - UFG Editora, 1983, ISBN 8585003138, 9788585003135 - 188 páginas
::- ''citado em "Crítica, uma ciência da literatura‎" - Página 145, Wendel Santos - UFG Editora, 1983, ISBN 8585003138, 9788585003135 - 188 páginas''


*"Enganar-se a respeito da natureza do [[amor]] é a mais espantosa das perdas. É uma perda eterna, para a qual não existe compensação nem no [[tempo]] nem na [[eternidade]]"
*"Enganar-se a respeito da natureza do [[amor]] é a mais espantosa das perdas. É uma perda eterna, para a qual não existe compensação nem no [[tempo]] nem na [[eternidade]]"
::- ''At bedrage sig selv for kærlighed er det forfærdeligste, er et evigt tab, for hvilket der ingen erstatning er, hverken i tid eller evighed
::- ''At bedrage sig selv for kærlighed er det forfærdeligste, er et evigt tab, for hvilket der ingen erstatning er, hverken i tid eller evighed
:::- ''citado em "Gud er kærlighed: betragtninger over grundtankerne i Søren Kierkegaards "Kjerlighedens gjerninger"‎" - Página 24, H. J. Falk - Aros, 1986, ISBN 8770034869, 9788770034869 - 71 páginas
:::- ''citado em "Gud er kærlighed: betragtninger over grundtankerne i Søren Kierkegaards "Kjerlighedens gjerninger"‎" - Página 24, H. J. Falk - Aros, 1986, ISBN 8770034869, 9788770034869 - 71 páginas [[Categoria:Pessoas|Soren Kierkegaard]] [[Categoria:Filósofos da Dinamarca|Soren Kierkegaard]] [[Categoria:Teólogos da Dinamarca|Soren Kierkegaard]]''


== O Conceito de Ironia - Constantemente Referido a Sócrates ==
[[Categoria:Pessoas|Soren Kierkegaard]]
* A semelhança entre Cristo e Sócrates está posta precipuamente em sua dissemelhança. Como toda filosofia inicia pela dúvida, assim também inicia pela ironia toda vida que se chamará digna do homem. (p. 21)
[[Categoria:Filósofos da Dinamarca|Soren Kierkegaard]]
* Só que Sócrates não se detinha numa consideração filosófica, mas se voltava para cada um em particular, despojava-o de tudo e o despedia de mãos vazias. (p. 181)
[[Categoria:Teólogos da Dinamarca|Soren Kierkegaard]]
* O mundo rejuvenesce, mas, como Heine observou com muito espírito, rejuvenesceu tanto com o romantismo que se tornou ''de novo uma criancinha.'' (p. 310)
* A ironia é uma ''determinação da subjetividade.'' (p. 262)
* A ''ironia limita, finitiza, restringe,'' e com isso confere ''verdade, realidade, conteúdo''; ela ''disciplina'' e ''pune'', e com isso dá ''sustentação'' e ''consistência.''  (p. 332
*
* Era uma vez uma época, e ela não está muito longe, em que também aqui se podia fazer sucesso com um ''bocadinho de ironia'', que compensava todas as lacunas em outros aspectos, favorecia alguém com honrarias e lhe dava a reputação de ser culto, de compreender a vida e o caracterizava ante os iniciados como membro de uma vasta franco-maçonaria espiritual. Ainda nos deparamos de vez em quando com um ou outro representante deste mundo desaparecido, que conserva este fino sorriso, significativo, ambiguamente revelador de tanta coisa, este tom de cortesão espiritual, com o qual ele fez ''fortuna'' em sua juventude e sobre o qual construiu todo o seu futuro, na esperança de ter vencido o mundo. Mas ah! foi uma decepção! Em vão procura seu olhar explorador por uma alma irmã, e caso a época de seu esplendor não estivesse ainda fresca na memória de um ou de outro, suas caretas permaneceriam um enigmático hieroglifo para uma época na qual ele vive como hóspede e estrangeiro.  Pois nosso tempo exige mais, exige se não um pathos elevado, pelo menos altissonante, se não especulação, pelo menos resultados; quando não verdade, pelo menos convicção, quando não sinceridade, pelo menos protestos de sinceridade; e, na falta de sensibilidade, pelo menos discursos intermináveis a respeito desta. Por isso, nosso tempo cunha uma espécie bem diferente de rostos privilegiados. Não permite que a boca se feche obstinada, ou que o lábio superior trema com ar travesso, ele exige que a boca fique aberta; pois como poderíamos imaginar um verdadeiro e autêntico patriota, senão discursando, o rosto dogmático de um pensador profundo, senão com uma boca que fosse capaz de engolir o mundo todo; como nos poderíamos representar um virtuose da copiosa palavra vivente, senão com a boca escancarada? Ele não permite que paremos quietos e nos aprofundemos; andar devagar já desperta suspeita; e como nos poderíamos contentar com isso no instante movimentado em que vivemos, não época prenhe do destino, que, como todos reconhecem, está grávida do extraordinário? Nosso tempo odeia o isolamento, e como suportaria que um homem chegasse à ideia desesperada de andar sozinho através da vida, esse nosso tempo, que de mãos e braços dados (como membros viajantes das corporações de ofício e soldados rasos), vive para a ideia da comunidade? (p. 245-246)
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Søren Kierkegaard
Søren Kierkegaard
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Søren Kierkegaard em outros projetos:
Søren Aabye Kierkegaard, (5 de Maio de 1813 - 11 de Novembro de 1855) foi um teólogo e um filósofo dinamarquês do século XIX, que é conhecido por ser o "pai" do existencialismo.

"Sem pecado, nada de sexualidade, e sem sexualidade, nada de História".

- men uden Synden ingen Sexualitet og uden Sexualitet ingen Historie
- "Fire Opbyggelige Taler" [Quatro Discursos Construídos] in: "Søren Kierkegaards samlede værker; udgivne af A.B. Drachmann, J.L. Heiberg og H.O. Lange" - Página 319; de Søren Kierkegaard - Publicado por Gyldendalske boghandels forlag (F. Hegel & søn), 1843; 430 páginas
  • "Deve-se ferir mortalmente a esperança terrena - só então é que nos salvamos pela esperança verdadeira."
  • "É verdade quando a filosofia diz que a vida só pode ser compreendida olhando-se para trás. No entanto, esqueceram de outra frase: que ela só pode ser vivida olhando-se para a frente."
- Es ist wahr, was die Philosophie sagt, dass das Leben rückwärts verstanden werden muss. Aber darüber vergisst man den andern Satz, dass vorwärts gelebt werden muß.
- Die Tagebücher 1834-1855
- Der er intet andet, der hviler så megen forførelse og så megen forbandelse over som en hemmelighed
- "Enten – Eller. Første del" (1843) texto completo online
  • "Acima de tudo, não se esqueça da obrigação de amar a si mesmo."
- Carta a Hans Peter, primo de Kierkegaard (1848)
  • "A maioria dos homens persegue o prazer com tanta impetuosidade que passa por ele sem vê-lo."
- Most men pursue pleasure with such breathless haste that they hurry past it.
- Parables of Kierkegaard, Princeton paperbacks - página 27, Soren Kierkegaard, editor Thomas C. Oden, Princeton University Press, 1989, ISBN 0691020531, 9780691020532, 216 páginas
  • "Ficar em pé e provar a existência de Deus é bem diferente de ficar de joelhos e agradecê-Lo."
- for to stand on one leg and prove God's existence is a very different thing from going on one's knees and thanking him
- The Journals Of Kierkegaard (1841)
  • "(...) se é uma vantagem, por exemplo, poder-se ser o que se deseja, maior ainda é sê-lo, ou seja, a passagem do possível ao real é um progresso, uma ascensão."
- "O Desespero Humano" (Sygdommen til Döden) - 1849. Tradução: Fransmar Costa Lima.

Atribuidas

  • "Aventurar-se causa ansiedade, mas deixar de arriscar-se é perder a si mesmo."
- citado em "Crítica, uma ciência da literatura‎" - Página 145, Wendel Santos - UFG Editora, 1983, ISBN 8585003138, 9788585003135 - 188 páginas
  • "Enganar-se a respeito da natureza do amor é a mais espantosa das perdas. É uma perda eterna, para a qual não existe compensação nem no tempo nem na eternidade"
- At bedrage sig selv for kærlighed er det forfærdeligste, er et evigt tab, for hvilket der ingen erstatning er, hverken i tid eller evighed
- citado em "Gud er kærlighed: betragtninger over grundtankerne i Søren Kierkegaards "Kjerlighedens gjerninger"‎" - Página 24, H. J. Falk - Aros, 1986, ISBN 8770034869, 9788770034869 - 71 páginas

O Conceito de Ironia - Constantemente Referido a Sócrates

  • A semelhança entre Cristo e Sócrates está posta precipuamente em sua dissemelhança. Como toda filosofia inicia pela dúvida, assim também inicia pela ironia toda vida que se chamará digna do homem. (p. 21)
  • Só que Sócrates não se detinha numa consideração filosófica, mas se voltava para cada um em particular, despojava-o de tudo e o despedia de mãos vazias. (p. 181)
  • O mundo rejuvenesce, mas, como Heine observou com muito espírito, rejuvenesceu tanto com o romantismo que se tornou de novo uma criancinha. (p. 310)
  • A ironia é uma determinação da subjetividade. (p. 262)
  • A ironia limita, finitiza, restringe, e com isso confere verdade, realidade, conteúdo; ela disciplina e pune, e com isso dá sustentação e consistência.  (p. 332
  • Era uma vez uma época, e ela não está muito longe, em que também aqui se podia fazer sucesso com um bocadinho de ironia, que compensava todas as lacunas em outros aspectos, favorecia alguém com honrarias e lhe dava a reputação de ser culto, de compreender a vida e o caracterizava ante os iniciados como membro de uma vasta franco-maçonaria espiritual. Ainda nos deparamos de vez em quando com um ou outro representante deste mundo desaparecido, que conserva este fino sorriso, significativo, ambiguamente revelador de tanta coisa, este tom de cortesão espiritual, com o qual ele fez fortuna em sua juventude e sobre o qual construiu todo o seu futuro, na esperança de ter vencido o mundo. Mas ah! foi uma decepção! Em vão procura seu olhar explorador por uma alma irmã, e caso a época de seu esplendor não estivesse ainda fresca na memória de um ou de outro, suas caretas permaneceriam um enigmático hieroglifo para uma época na qual ele vive como hóspede e estrangeiro.  Pois nosso tempo exige mais, exige se não um pathos elevado, pelo menos altissonante, se não especulação, pelo menos resultados; quando não verdade, pelo menos convicção, quando não sinceridade, pelo menos protestos de sinceridade; e, na falta de sensibilidade, pelo menos discursos intermináveis a respeito desta. Por isso, nosso tempo cunha uma espécie bem diferente de rostos privilegiados. Não permite que a boca se feche obstinada, ou que o lábio superior trema com ar travesso, ele exige que a boca fique aberta; pois como poderíamos imaginar um verdadeiro e autêntico patriota, senão discursando, o rosto dogmático de um pensador profundo, senão com uma boca que fosse capaz de engolir o mundo todo; como nos poderíamos representar um virtuose da copiosa palavra vivente, senão com a boca escancarada? Ele não permite que paremos quietos e nos aprofundemos; andar devagar já desperta suspeita; e como nos poderíamos contentar com isso no instante movimentado em que vivemos, não época prenhe do destino, que, como todos reconhecem, está grávida do extraordinário? Nosso tempo odeia o isolamento, e como suportaria que um homem chegasse à ideia desesperada de andar sozinho através da vida, esse nosso tempo, que de mãos e braços dados (como membros viajantes das corporações de ofício e soldados rasos), vive para a ideia da comunidade? (p. 245-246)