Virgílio: diferenças entre revisões

Origem: Wikiquote, a coletânea de citações livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
DanielTom (discussão | contribs)
m linha-->verso
DanielTom (discussão | contribs)
Linha 63: Linha 63:


== ''Eneida'' (29–19 a.C.)==
== ''Eneida'' (29–19 a.C.)==
:<small>Traduzida em verso português por [[w:João Franco Barreto|João Franco Barreto]] (1664).</small>
:<small>Traduzida em verso português por [[w:João Franco Barreto|João Franco Barreto]] (1664)</small>
* ''Arma virumque cano, Troiae qui primus ab oris<br />Italiam fato profugus Laviniaque venit<br />Litora, multum ille et terris iactatus et alto<br />Vi superum, saevae memorem Iunonis ob iram.''
* ''Arma virumque cano, Troiae qui primus ab oris<br />Italiam fato profugus Laviniaque venit<br />Litora, multum ille et terris iactatus et alto<br />Vi superum, saevae memorem Iunonis ob iram.''
** '''As armas e o [[w:Eneias|varão]] canto''', piedoso,<br />Que primeiro de Tróia desterrado<br />A Itália trouxe o Fado poderoso,<br />E às praias de Lavino veio armado;<br />Aquele que, no golfo tempestuoso<br />E nas terras, foi muito contrastado,<br />Por violência dos Deuses e excessiva<br />Lembrada ira de Juno vingativa.
** '''As armas e o [[w:Eneias|varão]] canto''', piedoso,<br />Que primeiro de Tróia desterrado<br />A Itália trouxe o Fado poderoso,<br />E às praias de Lavino veio armado;<br />Aquele que, no golfo tempestuoso<br />E nas terras, foi muito contrastado,<br />Por violência dos Deuses e excessiva<br />Lembrada ira de Juno vingativa.
Linha 79: Linha 79:
** Raros no vasto mar se vêem nadando.
** Raros no vasto mar se vêem nadando.
** Livro I, verso 118
** Livro I, verso 118

* ''Furor arma ministrat.''
** Dá-lhe armas o furor.
** Livro I, verso 150


* ''O socii—neque enim ignari sumus ante malorum—<br />O passi graviora, dabit deus his quoque finem.''
* ''O socii—neque enim ignari sumus ante malorum—<br />O passi graviora, dabit deus his quoque finem.''
Linha 86: Linha 90:
* ''Revocate animos, maestumque timorem<br />Mittite: forsan et haec olim meminisse iuvabit.''
* ''Revocate animos, maestumque timorem<br />Mittite: forsan et haec olim meminisse iuvabit.''
** Tende ânimo, e esse peito, traspassado<br />De temor, confortai, e estai constantes,<br />Que, por dita, '''algum dia esta memória<br />Vos será de mor lustre, e de mor memória.'''
** Tende ânimo, e esse peito, traspassado<br />De temor, confortai, e estai constantes,<br />Que, por dita, '''algum dia esta memória<br />Vos será de mor lustre, e de mor memória.'''
** Livro I, linha 202–203
** Livro I, versos 202–203

* ''Talia voce refert, curisque ingentibus aeger<br />Spem vultu simulat, premit altum corde dolorem.''
** Tais palavras tirou do experto peito,<br />E de grandes cuidados combatido,<br />CO rosto alegre e com sereno aspeito<br />Dissimula o que n'alma tem metido.
** Livro I, versos 208–209


* ''Lacrimis oculos suffusa nitentis.''
* ''Lacrimis oculos suffusa nitentis.''
** banhando de mimosa<br />Em lágrimas os olhos cristalinos.
** banhando de mimosa<br />Em lágrimas os olhos cristalinos.
** Livro I, verso 228 (sobre [[w:Vênus (mitologia)|Vénus]])
** Livro I, verso 228 (sobre [[w:Vênus (mitologia)|Vénus]])

* ''O Dea certe.''
** Oh certamente Deusa!
** Livro I, verso 328

* ''Data fata secutus.''
** Seguimos os Fados concedidos.
** Livro I, verso 382

* ''Dixit et avertens rosea cervice refulsit,<br />Ambrosiaeque comae divinum vertice odorem<br />Spiravere; pedes vestis defluxit ad imos,<br />Et vera incessu patuit dea.''
** Disse, e, voltando as costas mui ligeira,<br />Resplandeceu com a cerviz rosada,<br />E derramou de ambrósia a cabeleira<br />Uma suavidade desusada:<br />O vestido até a parte derradeira<br />Dos pés caiu, e logo foi julgada<br />No andar certo por deusa.
** Livro I, versos 402–405

* ''Mirabile dictu.''
** Coisa admirável!
** Livro I, verso 439

* ''Sunt lacrimae rerum et mentem mortalia tangunt.''
** Vê-se o pranto de nossa desventura,<br />Que a todos move um mal desmedido.
** Livro I, verso 462<!--. Tradução de Odorico Mendes: "Dói mágoa alheia, e remanesce o pranto".-->

* ''Illa pharetram fert umero,<br />Gradiensque deas supereminet omnes.''
** Ao ombro leva a aljava e, caminhando,<br />Vence a todos no corpo e formosura.
** Livro I, versos 500–501

* ''Si genus humanum et mortalia temnitis arma,<br />At sperate deos memores fandi atque nefandi.''
** Se desprezais as armas dos humanos,<br />Temer deveis aos deuses soberanos.
** Livro I, versos 542–543


* ''Lumenque iuventae / purpureum.''
* ''Lumenque iuventae / purpureum.''
** A luz púrpura da juventude.
** A luz púrpura da juventude.
** Livro I, versos 590-591 (tradução livre)
** Livro I, versos 590–591 (tradução livre)


* ''Mens sibi conscia recti.''
* ''Mens sibi conscia recti.''
Linha 101: Linha 137:


* ''Non ignara mali miseris succurrere disco.''
* ''Non ignara mali miseris succurrere disco.''
** ...sei cos miseráveis ser clemente<br />Porque aos males estou acostumada.
** Sei cos miseráveis ser clemente<br />Porque aos males estou acostumada.
** Livro I, verso 630 ([[w:Dido|Dido]])
** Livro I, verso 630 ([[w:Dido|Dido]])



Revisão das 12h08min de 30 de março de 2017

Virgílio
Virgílio
Virgílio
Virgílio em outros projetos:

Publius Vergilius Maro (15 de Outubro de 70 a.C. - 21 de Setembro de 19 a.C.), também conhecido como Virgílio ou Vergílio em português, foi um poeta romano.

Éclogas (37 a.C.)

  • O formose puer, nimium ne crede colori.
    • Oh formoso rapaz, não confies demasiado na tua beleza.
    • Livro II, verso 17
  • Latet anguis in herba.
    • Uma serpente está escondida na erva.
    • Livro III, verso 93
  • Nunc scio quid sit Amor.
    • Agora sei o que é o Amor!
    • Livro VIII, verso 43
  • Non omnia possumus omnes.
    • Todos nós não podemos tudo.
    • Livro VIII, verso 63
  • Omnia fert aetas, animum quoque.
    • O tempo leva tudo, mesmo as nossas mentes.
    • Livro IX, verso 51
  • Cantantes licet usque (minus via laedit) eamus.
    • Cantemos enquanto caminhamos: a estrada será menos cansativa.
    • Livro IX, verso 64
  • Omnia vincit Amor; et nos cedamus Amori.
    • O amor vence tudo; cedamos também nós ao amor.
    • Livro X, verso 69

Geórgicas (29 a.C.)

  • Ut varias usus meditando extunderet artis / paulatim.
    • A prática e o pensamento podem gradualmente forjar muitas artes.
    • Livro I, versos 133–134
  • Felix qui potuit rerum cognoscere causas.
    • Feliz aquele capaz de compreender as causas das coisas.
    • Livro II, verso 490 (homenagem a Lucrécio)
  • Fugit irreparabile tempus.
    • Foge o tempo irreparável.
    • Livro III, verso 284

Eneida (29–19 a.C.)

Traduzida em verso português por João Franco Barreto (1664)
  • Arma virumque cano, Troiae qui primus ab oris
    Italiam fato profugus Laviniaque venit
    Litora, multum ille et terris iactatus et alto
    Vi superum, saevae memorem Iunonis ob iram.
    • As armas e o varão canto, piedoso,
      Que primeiro de Tróia desterrado
      A Itália trouxe o Fado poderoso,
      E às praias de Lavino veio armado;
      Aquele que, no golfo tempestuoso
      E nas terras, foi muito contrastado,
      Por violência dos Deuses e excessiva
      Lembrada ira de Juno vingativa.
    • Livro I, versos 1–4
  • Tantaene animis coelestibus irae?
    • Tantas iras em ânimos divinos!
    • Livro I, verso 11
  • O terque quaterque beati!
    • Ó três e quatro vezes venturosos.
    • Livro I, verso 95
  • Apparent rari nantes in gurgite vasto.
    • Raros no vasto mar se vêem nadando.
    • Livro I, verso 118
  • Furor arma ministrat.
    • Dá-lhe armas o furor.
    • Livro I, verso 150
  • O socii—neque enim ignari sumus ante malorum—
    O passi graviora, dabit deus his quoque finem.
    • Ó sócios meus, ó vós, que padecido
      Haveis mais graves cousas, porque ignaros
      Não somos do trabalho endurecido,
      Por quem sereis do mundo assaz preclaros;
      Fim dará Deus a todas, comovido
      De piedade e amor, e em nós seus claros
      Olhos porá da região superna,
      Que não há cá no mundo pena eterna.
    • Livro I, versos 198–199
  • Revocate animos, maestumque timorem
    Mittite: forsan et haec olim meminisse iuvabit.
    • Tende ânimo, e esse peito, traspassado
      De temor, confortai, e estai constantes,
      Que, por dita, algum dia esta memória
      Vos será de mor lustre, e de mor memória.
    • Livro I, versos 202–203
  • Talia voce refert, curisque ingentibus aeger
    Spem vultu simulat, premit altum corde dolorem.
    • Tais palavras tirou do experto peito,
      E de grandes cuidados combatido,
      CO rosto alegre e com sereno aspeito
      Dissimula o que n'alma tem metido.
    • Livro I, versos 208–209
  • Lacrimis oculos suffusa nitentis.
    • banhando de mimosa
      Em lágrimas os olhos cristalinos.
    • Livro I, verso 228 (sobre Vénus)
  • O Dea certe.
    • Oh certamente Deusa!
    • Livro I, verso 328
  • Data fata secutus.
    • Seguimos os Fados concedidos.
    • Livro I, verso 382
  • Dixit et avertens rosea cervice refulsit,
    Ambrosiaeque comae divinum vertice odorem
    Spiravere; pedes vestis defluxit ad imos,
    Et vera incessu patuit dea.
    • Disse, e, voltando as costas mui ligeira,
      Resplandeceu com a cerviz rosada,
      E derramou de ambrósia a cabeleira
      Uma suavidade desusada:
      O vestido até a parte derradeira
      Dos pés caiu, e logo foi julgada
      No andar certo por deusa.
    • Livro I, versos 402–405
  • Mirabile dictu.
    • Coisa admirável!
    • Livro I, verso 439
  • Sunt lacrimae rerum et mentem mortalia tangunt.
    • Vê-se o pranto de nossa desventura,
      Que a todos move um mal desmedido.
    • Livro I, verso 462
  • Illa pharetram fert umero,
    Gradiensque deas supereminet omnes.
    • Ao ombro leva a aljava e, caminhando,
      Vence a todos no corpo e formosura.
    • Livro I, versos 500–501
  • Si genus humanum et mortalia temnitis arma,
    At sperate deos memores fandi atque nefandi.
    • Se desprezais as armas dos humanos,
      Temer deveis aos deuses soberanos.
    • Livro I, versos 542–543
  • Lumenque iuventae / purpureum.
    • A luz púrpura da juventude.
    • Livro I, versos 590–591 (tradução livre)
  • Mens sibi conscia recti.
    • Uma mente consciente de sua própria rectidão.
    • Livro I, linha 604 (tradução livre)
  • Non ignara mali miseris succurrere disco.
    • Sei cos miseráveis ser clemente
      Porque aos males estou acostumada.
    • Livro I, verso 630 (Dido)
  • Equo ne credite, Teucri.
    Quidquid id est, timeo Danaos et dona ferentes.
    • Não tenhais no cavalo confiança,
      Alguma cousa é isto, a Grécia temo,
      E como visto em sua feia usança,
      Todos seus dões, incrédulo, blasfemo.
    • Livro II, versos 48–49
  • Quantum mutatus ab illo!
    • Quão mudado, ai de mim!
    • Livro II, verso 274 (sobre o estado lastimável de Heitor)
  • Dis aliter visum.
    • Os deuses pensaram o contrário.
    • Livro II, verso 428
  • Auri sacra fames.
    • Maldita fome de ouro!
    • Livro III, verso 57
  • Degeneres animos timor arguit.
    • O medo é prova de uma mente degenerada.
    • Livro IV, verso 13
  • Quis fallere possit amantem?
    • Quem pode enganar uma amante?
    • Livro IV, verso 296
  • Possunt, quia posse videntur.
    • Eles podem porque pensam que podem.
    • Livro V, verso 231
  • Cede Deo.
    • Cede a Deus.
    • Livro V, verso 467
  • Superanda omnis fortuna ferendo est.
    • As adversidades devem ser superadas com paciência.
    • Livro V, verso 710
  • Bella, horrida bella.
    • Guerras, horríveis guerras.
    • Livro VI, verso 86
  • Facilis descensus Averni:
    Noctes atque dies patet atri ianua Ditis;
    Sed revocare gradium superasque evadere ad auras.
    Hoc opus, hic labor est.
    •  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .   .  ao Averno
      Sempre descer se pode facilmente.

      Noites, e dias do profundo Inferno
      A tenebrosa porta está patente:
      Porém tornar atrás, à claridade,
      É grã trabalho, é grã dificuldade.
    • Livro VI, versos 126–129
  • Malesuada Fames.
    • A fome é má conselheira.
    • Livro VI, verso 276
  • Mens agitat molem.
    • A alma move toda a matéria do mundo.
    • Livro VI, linha 727 (Revista Caras, ed. 674)
    • Tradução literal: A mente move a matéria.
  • Quisque suos patimur Manes.
    • Cada um de nós carrega os seus próprios fantasmas.
    • Livro VI, verso 743
  • Flectere si nequeo superos, Acheronta movebo.
    • Se não posso dobrar o Céu, então moverei o Inferno.
    • Livro VII, verso 312
  • Heu pietas, heu prisca fides
    • Ah, piedade! Ah, fé antiga!
    • Livro VI, verso 878
  • Audentes fortuna juvat.
    • A sorte favorece os corajosos.
    • Livro X, verso 284

Sobre Virgílio

  • Animae dimidium meae.
    • Metade da minha alma.
    • Horácio, Odes, Livro I, ode iii, verso 8
  • O Virgile! ô poète! ô mon maître divin!
    • Oh Virgílio! Oh poeta! Oh meu mestre divino!
    • Victor Hugo, Les Voix Intérieures (1837), VII, 'À Virgile'.