Virgílio: diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
→Eneida (29-19 a.C.): traduções de João Franco Barreto, trabalho em curso... |
|||
Linha 59: | Linha 59: | ||
== ''Eneida'' (29-19 a.C.)== |
== ''Eneida'' (29-19 a.C.)== |
||
:<small>Traduzida em verso português por [[w:João Franco Barreto|João Franco Barreto]] (1664).</small> |
|||
* ''Arma virumque cano, Troiae qui primus ab oris<br />Italiam fato profugus Laviniaque venit<br />Litora, multum ille et terris iactatus et alto<br />Vi superum, saevae memorem Iunonis ob iram.'' |
|||
** '''As armas e o [[w:Eneias|varão]] canto''', piedoso,<br />Que primeiro de Tróia desterrado<br />A Itália trouxe o Fado poderoso,<br />E às praias de Lavino veio armado;<br />Aquele que, no golfo tempestuoso<br />E nas terras, foi muito contrastado,<br />Por violência dos Deuses e excessiva<br />Lembrada ira de Juno vingativa. |
|||
⚫ | |||
* ''Arma virumque cano.'' |
|||
** Canto as armas e o varão. |
|||
⚫ | |||
<!-- |
|||
* ''Tantaene animis coelestibus irae?'' |
* ''Tantaene animis coelestibus irae?'' |
||
** Tantas iras em ânimos divinos! |
|||
** Porquê tanta ira nessas mentes celestiais? |
|||
** Livro I, linha 11. |
** Livro I, linha 11. |
||
--> |
|||
* ''O terque quaterque beati!'' |
|||
⚫ | |||
** Ó três e quatro vezes venturosos. |
|||
** Talvez nos alegrará um dia recordar mesmo estas coisas. |
|||
** Livro I, linha |
** Livro I, linha 95. |
||
* ''Apparent rari nantes in gurgite vasto.'' |
|||
** Raros no vasto mar se vêem nadando. |
|||
** Livro I, linha 118. |
|||
* ''O socii—neque enim ignari sumus ante malorum—<br />O passi graviora, dabit deus his quoque finem.'' |
|||
** Ó sócios meus, ó vós, que padecido<br />Haveis mais graves cousas, porque ignaros<br />Não somos do trabalho endurecido,<br />Por quem sereis do mundo assaz preclaros;<br />Fim dará Deus a todas, comovido<br />De piedade e amor, e em nós seus claros<br />Olhos porá da região superna,<br />Que não há cá no mundo pena eterna. |
|||
** Livro I, linhas 198–199. |
|||
⚫ | |||
** Tende ânimo, e esse peito, traspassado<br />De temor, confortai, e estai constantes,<br />Que, por dita, '''algum dia esta memória<br />Vos será de mor lustre, e de mor memória.''' |
|||
** Livro I, linha 202–203. |
|||
* ''Lacrimis oculos suffusa nitentis.'' |
* ''Lacrimis oculos suffusa nitentis.'' |
||
** |
** banhando de mimosa<br />Em lágrimas os olhos cristalinos. |
||
** Livro I, lina 228 (referindo-se a [[w:Vênus (mitologia)|Vénus]]). |
** Livro I, lina 228 (referindo-se a [[w:Vênus (mitologia)|Vénus]]). |
||
Revisão das 12h10min de 16 de setembro de 2015
Virgílio |
---|
Virgílio em outros projetos: |
Publius Vergilius Maro (15 de Outubro de 70 a.C. - 21 de Setembro de 19 a.C.), também conhecido como Virgílio ou Vergílio em português, foi um poeta romano.
Bucólicas (37 a.C.)
- O formose puer, nimium ne crede colori.
- Oh formoso rapaz, não confies demasiado na tua beleza.
- Livro II, linha 17.
- Latet anguis in herba.
- Uma serpente está escondida na erva.
- Livro III, linha 93.
- Nunc scio quid sit Amor.
- Agora sei o que é o Amor!
- Livro VIII, linha 43.
- Omnia fert aetas, animum quoque.
- O tempo leva tudo, mesmo as nossas mentes.
- Livro IX, linha 51.
- Cantantes licet usque (minus via laedit) eamus.
- Cantemos enquanto caminhamos: a estrada será menos cansativa.
- Livro IX, linha 64.
- Omnia vincit Amor; et nos cedamus Amori.
- O amor vence tudo; cedamos também nós ao amor.
- Livro X, linha 69.
Geórgicas (29 a.C.)
- Ut varias usus meditando extunderet artis / paulatim.
- A prática e o pensamento podem gradualmente forjar muitas artes.
- Livro I, linhas 133-134.
- Felix qui potuit rerum cognoscere causas.
- Feliz aquele capaz de compreender as causas das coisas.
- Livro II, linha 490 (referindo-se a Lucrécio).
- Sed fugit interea, fugit irreparabile tempus.
- Mas foge, entretanto, o tempo insubstituível escapa.
- Livro III, linha 284.
Eneida (29-19 a.C.)
- Traduzida em verso português por João Franco Barreto (1664).
- Arma virumque cano, Troiae qui primus ab oris
Italiam fato profugus Laviniaque venit
Litora, multum ille et terris iactatus et alto
Vi superum, saevae memorem Iunonis ob iram.- As armas e o varão canto, piedoso,
Que primeiro de Tróia desterrado
A Itália trouxe o Fado poderoso,
E às praias de Lavino veio armado;
Aquele que, no golfo tempestuoso
E nas terras, foi muito contrastado,
Por violência dos Deuses e excessiva
Lembrada ira de Juno vingativa. - Livro I, linhas 1–4.
- As armas e o varão canto, piedoso,
- Tantaene animis coelestibus irae?
- Tantas iras em ânimos divinos!
- Livro I, linha 11.
- O terque quaterque beati!
- Ó três e quatro vezes venturosos.
- Livro I, linha 95.
- Apparent rari nantes in gurgite vasto.
- Raros no vasto mar se vêem nadando.
- Livro I, linha 118.
- O socii—neque enim ignari sumus ante malorum—
O passi graviora, dabit deus his quoque finem.- Ó sócios meus, ó vós, que padecido
Haveis mais graves cousas, porque ignaros
Não somos do trabalho endurecido,
Por quem sereis do mundo assaz preclaros;
Fim dará Deus a todas, comovido
De piedade e amor, e em nós seus claros
Olhos porá da região superna,
Que não há cá no mundo pena eterna. - Livro I, linhas 198–199.
- Ó sócios meus, ó vós, que padecido
- Revocate animos, maestumque timorem
Mittite: forsan et haec olim meminisse iuvabit.- Tende ânimo, e esse peito, traspassado
De temor, confortai, e estai constantes,
Que, por dita, algum dia esta memória
Vos será de mor lustre, e de mor memória. - Livro I, linha 202–203.
- Tende ânimo, e esse peito, traspassado
- Lacrimis oculos suffusa nitentis.
- banhando de mimosa
Em lágrimas os olhos cristalinos. - Livro I, lina 228 (referindo-se a Vénus).
- banhando de mimosa
- Lumenque iuventae / purpureum.
- A luz púrpura da juventude.
- Livro I, linhas 590-591.
- Mens sibi conscia recti.
- Uma mente consciente de sua própria rectidão.
- Livro I, linha 604.
- Non ignara mali miseris succurrere disco.
- Não sendo eu própria estranha ao sofrimento, aprendi a aliviar as aflições dos outros.
- Livro I, linha 630 (Dido, rainha de Cartago, cumprimenta Eneias e seus homens com estas palavras).
- Equo ne credite, Teucri. / Quidquid id est, timeo Danaos et dona ferentes.
- Não confiem no cavalo, troianos. / O que quer que seja, eu temo os gregos mesmo quando oferecem presentes.
- Livro II, linhas 48-49.
- Quantum mutatus ab illo!
- O quão mudado ele estava!
- Livro II, linha 274 (referindo-se ao estado lastimável de Heitor).
- Dis aliter visum.
- Os deuses pensaram o contrário.
- Livro II, linha 428.
- Auri sacra fames.
- Maldita fome de ouro!
- Livro III, linha 57.
- Degeneres animos timor arguit.
- O medo é prova de uma mente degenerada.
- Livro IV, linha 13.
- Quis fallere possit amantem?
- Quem pode enganar uma amante?
- Livro IV, linha 296.
- Possunt, quia posse videntur.
- Eles podem porque pensam que podem.
- Livro V, linha 231.
- Cede Deo.
- Cede a Deus.
- Livro V, linha 467.
- Superanda omnis fortuna ferendo est.
- As adversidades devem ser superadas com paciência.
- Livro V, linha 710.
- Bella, horrida bella.
- Guerras, horríveis guerras.
- Livro VI, linha 86.
- Facilis descensus Averni:
Noctes atque dies patet atri ianua Ditis;
Sed revocare gradium superasque evadere ad auras.
Hoc opus, hic labor est.- É fácil descer ao inferno:
Suas portas estão sempre abertas;
Mas voltar, e ver a luz do dia—
Aí está a tarefa, aí o trabalho. - Livro VI, linhas 126-129.
- Cf. tradução de João Franco Barreto:
. . . . . . . . . . . ao Averno
Sempre descer se pode facilmente.
Noites, e dias do profundo Inferno
A tenebrosa porta está patente:
Porém tornar atrás, à claridade,
É grã trabalho, é grã dificuldade.
- É fácil descer ao inferno:
- Malesuada Fames.
- A fome é má conselheira.
- Livro VI, linha 276.
- Mens agitat molem.
- Quisque suos patimur Manes.
- Cada um de nós carrega os seus próprios fantasmas.
- Livro VI, linha 743.
- Flectere si nequeo superos, Acheronta movebo.
- Se não posso dobrar o Céu, então moverei o Inferno.
- Livro VII, linha 312.
- Audentes fortuna juvat.
- A sorte favorece os corajosos.
- Livro X, linha 284.
Sobre Virgílio
- Animae dimidium meae.
- Metade da minha alma.
- Horácio, Odes, Livro I, ode iii, linha 8.
- O Virgile! ô poète! ô mon maître divin!
- Oh Virgílio! Oh poeta! Oh meu mestre divino!
- Victor Hugo, Les Voix Intérieures (1837), VII, 'À Virgile'.