La Légende des Sciences: diferenças entre revisões

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Edição atual desde as 12h53min de 30 de dezembro de 2013

Lendas da Ciência é uma produção televisiva francesa de 1996 que, a partir da homonímia presente na língua original "legenda/lenda" - Légende, no francês) - busca explorar o desenvolvimento da ciência ao longo da história humana.


  • "Ao fim de sua vida, Darwin escreve alguns textos onde ele acredita que na sobrevivência do mais apto, o mais apto é aquele que, na espécie humana, inventa o altruismo. Ao contrário do que se pensa, o mais forte, o que ganha, o vencedor talvez seja aquele que nos leva à regressão. Curiosamente, a força bruta e física não é o que mais vale em nossa sociedade. Curiosamente, os velhos podem ter idéias geniais. Curiosamente, Homero era cego; Beethoven surdo e Toulouse Lautrec paralítico. O que teríamos feito se o darwinismo social, somado ao eugenismo, tivesse eliminado Toulouse Lautrec quando criança, ou Homero porque era cego. Conseqüentemente, o progresso de nossas culturas e das civilizações parece ligado à proteção dos fracos, à veneração dos pobres e, às vezes, avança a partir dos mais miseráveis. Portanto, o darwinismo social, da forma como é interpretado: da luta do mais forte e da sobrevivência do mais poderoso, é uma doutrina mais do que falsa. É criminosa. A verdadeira doutrina é a da fraqueza. O progresso humano passa pela proteção dos fracos. O progresso da humanidade passa pela miséria, e não pela riqueza. Pela fraqueza, e não pela força. Pela fragilidade, e não pelo poder.
Fonte: Episódio "Devir"
  • "Talvez seja só a partir de agora que os nossos contemporâneos perderam totalmente o contato com a agricultura, ou seja, com as formas de vida, pois vivem em cidades que são um meio inerte, de cristal, paredes e ruas. Por isso é preciso lembrar que o fim do século XX conheceu uma revolução provavelmente tão importante quanto a do período neolítico. Portanto há uma segunda cesura, uma ruptura da qual não se deve subestimar as conseqüências. E o pensamento sobre a vida foi profundamente transformando entre o momento em que a vida estava em sintonia com a atividade e as práticas agrárias e o momento em que os problemas da vida surgiam de modo industrial, como acontece hoje".
Fonte: Episódio "Viver"
  • "Humildemente a Terra se informa sobre ela mesma. Sim, o mundo escreve sobre si com mais inteligência e beleza do que nós sabemos fazer com relação aos objetos construídos. Por trás do que se levanta à sua frente, o Sol projeta sombras sobre as páginas da Terra, humildemente. As coisas retumbam entre elas com uma harmonia que não se ouve em nossas conversas. A grama dos campos e os pinheiros respondem de maneira diferente à brisa. Sob o poder da chama, os sarmentos não se queixam como os troncos verdes e formosos. Sob o comando do vento, o mar protesta de modo diferente ao da água dos lagos. O silêncio do deserto não se cala como o centro dos ciclones. E durante a tempestade fundamental dos terremotos, um barítono profundo se ouve saindo do solo. Vinda das estrelas, a luz muda segundo Betelgeuse e Rigel; Antares ou as Nuvens de Magalhães. O brilho solar depende das latitudes e das estações, do gelo, do diamante, do oriente das pérolas, os cristais cintilam com cores diversas. O arco-íris se desvanece; menos raro, no entanto, que a aurora boreal. Nesse universo invadido por um início de expressões, o sentido mesquinho que fazemos jorrar de nossas vozes gritantes e de nossas frágeis marcas se insinua e se encolhe. É isso o que significa compreender: jogar nossas palavras no sentido do mundo. Falamos com vivacidade, mas em vão. Como o verbo voa e desaparece no ar leve; ele não tem memória. Na Antiguidade, quando os amigos se despediam eles quebravam um pedaço de argila cozida e cada um guardava metade como testemunha sólida e fiel dos momentos passados juntos e dos serviços prestados. Muito tempo depois, mesmo que o esquecimento tivesse soterrado suas memórias, a exata junção das duas formas complementares do desenho dessa rachadura lhes servia de lembrança e de reconhecimento: aqui está o desenho de uma chave, aqui está talvez a primeira escrita, memória, transmissão, conservação de um segredo, mas também descoberta; graças a ele, da pessoa esquecida ou perdida. Porque nossa história, a memória de nossas tradições começou quando uma tesoura ou ponta de metal gravava em algum lugar no Oriente Médio, na meia-lua fértil, signos. Na Babilônia, sobre a cera das tábuas de argila, no Egito sobre pedras e telas, na Grécia no mármore ou no bronze, esses signos escritos traduzem fielmente a língua oral, aquela que voa e que não fica. Um suporte material, pedra ou cera, conserva uma lembrança das palavras trocadas: promessa, contrato, juramento. No tempo humano que conhecemos e no qual vivemos de agora em diante só começa com a escrita e com a invenção desses suportes, esses objetos sólidos sobre os quais o gravador imprime os signos. Menosprezamos a importância dessa matéria que conserva fiel as nossas sonoridades tagarelas. Pois só então a memória saiu de nossas cabeças frágeis e foi para objetos estáveis, de maneira que a comunicação fosse segura. Podemos confiar, enfim, em “documentos-testemunhas”. No entanto, esses suportes que fizeram a História evoluíram com ela. Depois do peso da pedra, do mármore e do metal, veio a leveza das peles e dos papéis. Pergaminho, feito de couro de vaca ou de couro de ovelha, fez com que o transporte desses documentos aperfeiçoa e fica mais fácil com o papiro. O rolo e o livro aparecem com o papel. Essa evolução em direção à leveza foi tão importante que se pode datar graças à sua aparição as maiores descobertas, que fizeram de nós os homens que somos. As religiões monoteístas e as ciências: ambas filhas do livro. Judaísmo, cristianismo e Islã veneram a palavra e a escrita. Aí começa mais uma vez a lenda das ciências. Não há ciência sem escrita. Por quê? Se só existissem línguas faladas, a existência própria só se conservaria na memória individual e frágil. Dizia-se que quando certo sábio morria, toda uma biblioteca desaparecia para sempre. Talvez exista um saber e um conhecimento individual, mas não uma ciência. Pois esta supõe que várias pessoas a compartilhem, a controlem, a critiquem, se assegurem e se lembrem dela. Os primeiros sábios desenharam sobre a areia os primeiros triângulos da geometria, que o próprio Sol havia desenhado aos pés das pirâmides, sob os olhos de Tales, de modo que o aparecimento da Matemática se situa exatamente na data da gravura desse desenho.
Fonte: Episódio "Ler" 15-23 min.
  • (...) Ao contrário do que se pensa, a escuridão da partida não é suprimida pela claridade da viagem. A ciência é clara, precisa, distinta, perfeita racionalmente. De onde ela vem? Não se sabe, é negro, obscuro, profundo, mítico... às vezes religioso, dizem alguns. Com conteúdos irracionais que não têm nada a ver com a clareza racional. De certo modo, um progresso sempre se paga com alguma regressão em outro lugar. A explosão do foguete Challenger foi um acidente. De certa forma, o cachorro que segue essa viagem dos três homens em direção ao novo mundo, é o conjunto dos problemas das ciências que nos perseguem desde sempre, em nosso avanço em direção à clareza.
Fonte: Episódio "Emergir" 15-16 min.
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